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Bem-estar

Estresse térmico: por que as mudanças climáticas nos deixam mais ansiosos?

O estresse térmico pode levar à desidratação e também a um estado completo de tensão. Saiba como manter o bem-estar físico e mental em meio às altas temperaturas.
Publicado em 26/11/2024
Revisado em 26/11/2024

O estresse térmico pode levar à desidratação e também a um estado completo de tensão. Saiba como manter o bem-estar físico e mental em meio às altas temperaturas.

O corpo humano tem um sistema próprio para regular a temperatura. O corpo sente calor, começa a suar e todo o organismo é resfriado até atingir o equilíbrio novamente. Mas e quando as mudanças climáticas levam os termômetros a marcarem, por exemplo, mais de 40°C? 

Nesses casos, a regulação fica comprometida e pode ainda vir associada a um sentimento de medo e irritação. Essa sensação é chamada de estresse térmico.

Efeitos do estresse térmico na saúde física

“Quando está muito calor ou muito úmido, a gente sua em excesso. Com isso, o corpo tem taquicardia, que é a aceleração do coração; aumento nos movimentos da respiração, na tentativa de resfriar o corpo; e perda de alguns eletrólitos, levando à desidratação. Aí vem a dor de cabeça, o mal estar, a tontura, a sede excessiva e até o desmaio”, explica a dra. Lacy Coelho, cardiologista e professora do curso de medicina da Uniderp, em Campo Grande (MS).

Essas consequências podem parecer inespecíficas, mas exigem ajuda médica o quanto antes. O tratamento inclui a reidratação oral ou endovenosa através do soro fisiológico. O quadro é mais grave em grupos vulneráveis, como crianças, gestantes, idosos e pessoas que já usam algum tipo de medicamento diurético.

Para evitar a desidratação, a cardiologista indica:

  • Beber de 2,5L a 3L de água por dia;
  • Evitar expor-se ao sol entre 9h e 16h;
  • Evitar ir de um ambiente climatizado para um ambiente muito quente e vice-versa;
  • Em locais mais secos, manter o umidificador ligado durante cerca de quatro horas por dia.

Efeitos do estresse térmico na saúde mental

E é claro que esse mal-estar também têm resultados diretos na saúde emocional. O próprio desconforto físico gerado pelo calor excessivo leva a uma queda na disposição, na produtividade e no ânimo para realizar atividades costumeiras. Em certos casos, a pessoa pode se ver privada de praticar exercícios ao ar livre ou de conseguir dormir direito, alterando a sua rotina e gerando ainda mais estresse.

“E aí tem algo importante: a ecoansiedade, que é essa ansiedade que vem da preocupação e tensão com relação ao futuro. Muitas pessoas relacionam o aquecimento global com a destruição do planeta e o nosso cérebro também interpreta essa situação como uma ameaça, então ele desencadeia uma resposta de alerta”, explica a psicóloga Tatiane Mosso.

A especialista diz que é fundamental se informar sobre o assunto, mas a partir de fontes realmente confiáveis. Ela recomenda ainda olhar para a situação tal como ela é, sem levar à catastrofização. 

“Hoje está calor, temos um problema climático. Existem vários problemas. Algumas coisas estão sendo feitas, outras não. Então, qual é o real tamanho do problema? É preciso trazer a preocupação para a realidade para dar uma proporção fiel àquilo. Diminuir o tempo dedicado ao excesso de informação também ajuda a reduzir o estado de alerta contínuo”, indica Tatiane.

Além disso, a psicóloga nos lembra que algumas ações ainda estão sob o nosso controle, mesmo nos dias mais quentes, como proteger-se do sol, hidratar-se, evitar aglomerações, não frequentar ambientes ainda mais abafados e fazer atividades de que gosta para aliviar a tensão.

Veja também: Pesquisa mostra impacto do aquecimento global na saúde

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