DrauzioCast #002 | Estilo de Vida 2

A evolução ajuda a entender a dificuldade que temos para nos planejarmos a longo prazo.

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Publicado em: 20 de abril de 2018

Revisado em: 16 de agosto de 2021

O estilo de vida de milhares de anos torna difícil pensarmos no futuro distante. Entenda a relação entre evolução e planejamento de longo prazo.

 

 

 

Nas grandes cidades não faltam justificativas para a nossa irresponsabilidade na prevenção dos problemas de saúde que afligem o homem moderno — doença cardiovascular, câncer, diabetes, pressão alta, etc. Somos descendentes de mulheres e homens que sobreviveram até a idade reprodutiva graças à capacidade de evitar perigos imediatos.

Proteger a prole, ingerir calorias em excesso para manter a integridade física em caso de jejum prolongado e descansar no intervalo das refeições para economizar energia… Na seleção natural, levaram vantagem os que souberam planejar a rotina diária, de modo a chegar à vida adulta em condições físicas propícias ao acasalamento.

Veja também: Em artigo, dr. Drauzio explica a relação entre exercícios e melhora da saúde cardiovascular

Planejamento do futuro distante não exerceu pressão seletiva em nossa espécie. Para quem vivia no desconforto das cavernas, que vantagem reprodutiva haveria na preocupação em prevenir ataques cardíacos, derrames cerebrais ou câncer de próstata? Como consequência desse passado somos excelentes organizadores do dia a dia, e absolutamente incompetentes para planejar a longo prazo. Sabemos exatamente o que fazer para não passar fome naquela semana — como reservar algumas horas para dormir, trabalhar ou fazer sexo —, mas somos incapazes de modificar o mais elementar de nossos hábitos, mesmo sabendo que as consequências poderão ser fatais.

Por isso é mais fácil um doente com infarto aceitar uma ponte de safena, do que conseguir que ele ande míseros 30 minutos diários; retirar um pulmão inteiro por causa de um tumor maligno, do que fazer um fumante largar do cigarro; indicar transplante de rim num hipertenso, do que obter regularidade na tomada do remédio para baixar a pressão; amputar a perna de um diabético com obstrução vascular, do que convencê-lo a controlar o açúcar no sangue.

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