Com a chegada dos dias frios, uma das queixas mais frequentes nos consultórios médicos é a dor de garganta. Mas afinal, por que esse incômodo se intensifica quando as temperaturas caem? Mesmo após o fim do inverno, as oscilações climáticas, a baixa umidade do ar e as frentes frias continuam a favorecer o surgimento do problema.
Por que a dor de garganta é mais comum no frio?
Nos dias frios, o ar seco deixa a mucosa da garganta mais vulnerável, enquanto ambientes fechados e pouco ventilados facilitam a circulação de vírus. Além disso, gripes e resfriados, mais frequentes nessa época, costumam vir acompanhados de dor de garganta.
Segundo Mariane Yui, otorrinolaringologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, esses fatores somados tornam a garganta mais sensível. “No inverno, é comum que a garganta fique mais vulnerável. O ar frio e seco reduz a hidratação natural das vias respiratórias, enquanto a permanência em locais fechados e pouco ventilados facilita a disseminação de vírus de gripes e resfriados. Essa combinação favorece irritações e infecções na mucosa da garganta.”
Infecção ou irritação: qual a diferença?
Nem toda dor de garganta tem a mesma causa. As infecções virais, como as ligadas à gripe ou ao resfriado, geralmente provocam dor associada a sintomas como febre baixa, tosse, nariz entupido, coriza e mal-estar.
Já a irritação da mucosa ocorre principalmente pelo ressecamento causado pelo clima frio e seco, pelo uso de ar-condicionado ou pela poluição. Nesses casos, a dor aparece sem febre ou sinais de inflamação significativa.
De acordo com a especialista, os quadros infecciosos costumam ser mais intensos. “Quadros infecciosos costumam associar dor mais intensa, dificuldade para engolir, aumento dos gânglios do pescoço e, às vezes, presença de secreção esbranquiçada nas amídalas. Nem todos apresentam febre. Já na irritação simples, predomina a sensação de garganta seca ou arranhando, sem mal-estar ou sinais de inflamação marcantes”, detalha a médica.
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Sintomas comuns
A dor de garganta pode variar de acordo com a causa, mas os sintomas mais relatados incluem:
- dificuldade para engolir;
- rouquidão;
- sensação de garganta seca ou arranhando;
- febre baixa (em casos de infecção);
- aumento dos gânglios (ínguas) no pescoço, em quadros infecciosos.
Quando procurar atendimento médico?
Na maior parte dos casos, o desconforto melhora com repouso, hidratação e cuidados simples. No entanto, é preciso ficar atento a sinais de agravamento, como febre persistente (acima de 38°C), dor intensa que não cede após alguns dias, dificuldade para deglutir ou respirar, presença de pus na garganta ou recorrência frequente do sintoma.
“É importante procurar avaliação médica se houver dor intensa que não melhora em poucos dias, febre alta persistente, dificuldade para engolir ou respirar, placas brancas na garganta, ínguas dolorosas, manchas no corpo ou dificuldade para abrir a boca”, alerta a dra. Mariane. Além disso, crianças pequenas, idosos e pessoas com imunidade comprometida devem receber atenção especial.
Como prevenir a dor de garganta nos dias frios
Algumas medidas simples ajudam a reduzir os riscos de desconforto:
- beber bastante água para manter a mucosa úmida;
- ventilar os ambientes, reduzindo a concentração de vírus;
- evitar excesso de ar-condicionado e aquecedores;
- lavar as mãos com frequência;
- usar umidificadores ou bacias com água para equilibrar a umidade;
- manter a vacinação contra a gripe em dia.
Para a especialista, esses hábitos, aliados a sono regular, alimentação equilibrada e prática de exercícios, ajudam a fortalecer a imunidade. “Se for inevitável permanecer em ambiente fechado e aglomerado, usar máscaras ajuda a prevenir as infecções, já que a transmissão dos vírus que causam gripe e resfriado se propaga através de gotículas de saliva.”
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