Mulher assoando o nariz com lenço.
Publicado em 23/04/2011
Revisado em 26/04/2023

A rinite alérgica é resultado da resposta exagerada do corpo ao contato com determinadas substâncias, que o organismo pode identificar como estranhas.

 

Rinite é uma doença inflamatória das mucosas do nariz. Pode ser alérgica ou não alérgica. Em ambos os casos, os sintomas são parecidos. Cerca de 10% a 25% das pessoas sofrem de rinite alérgica.

Entre outras atribuições, o nariz é responsável pela proteção inicial contra substâncias tóxicas e irritantes (alérgenos) que inalamos. Existe um complexo mecanismo de defesa para impedir que essas substâncias alcancem os pulmões. Faz parte dessa resposta a obstrução nasal, que provoca o bloqueio da passagem do agente agressor, além de espirros e coriza. Essa reação é normal e todas as pessoas, ao entrarem em contato com algumas substâncias tóxicas, apresentam tais sintomas.

Em alguns casos, porém, essa reação é exagerada e duradoura, caracterizando a rinite alérgica, enfermidade crônica provocada pelo contato com alérgenos.

 

Causas da rinite alérgica

 

Quando um homem e uma mulher alérgicos têm um filho, a probabilidade dessa criança ser alérgica é de cerca de 50%. No entanto, mesmo que nenhum dos pais apresente alergia, a criança ainda assim pode ter manifestações alérgicas, como rinite, conjuntivite, asma e alguns tipos de alergia de pele. A forma mais comum, porém, é a rinite.

A rinite alérgica tem características hereditárias, mas mesmo que nenhum dos pais apresente o distúrbio, ele pode se manifestar. Também não é obrigatório a rinite se fazer presente desde o nascimento. Ou, seja, é possível a pessoa tornar-se sensível a uma substância que antes era tolerada. Isso significa que podemos conviver com determinada substância por muitos anos e vir a desenvolver sintomas apenas tardiamente.

Os gatilhos de crises são melhores conhecidos que as causas. Entre os principais, destacam-se: ácaros existentes na poeira doméstica, pelos de animais, fungos, descamação de pele, mofo, pólen, perfume, alguns alimentos, medicamentos, bactérias, vírus e mudanças bruscas de temperatura etc.

 

Veja também: Leia um artigo completo sobre rinite alérgica

 

Sintomas da rinite alérgica

 

Quanto maior a exposição aos alérgenos, maior será a quantidade de anticorpos e mais intensos os seguintes sintomas:

  • Edema da mucosa que leva à obstrução nasal;
  • Coriza;
  • Espirros em salva;
  • Coceira no nariz, na garganta, no céu-da-boca e nos olhos.

A rinite alérgica pode estar associada, ainda, a comorbidades, como asma, otites médias, sinusite e roncos.

 

Diagnóstico

 

É muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial entre rinite alérgica e os outros tipos de rinite. Para tanto, é fundamental levantar a história do paciente e fazer uma avaliação clínica detalhada das vias aéreas. Alguns exames de imagem (endoscopia rinossinusal, raios X e tomografia) podem ajudar nessa distinção.

Uma vez fechado o diagnóstico de rinite alérgica, é preciso identificar as substâncias que provocam a alergia para evitar o contato com elas.

 

Tratamento da rinite alérgica

 

Por enquanto, a rinite alérgica não tem cura, mas algumas medidas — cuidados com a higiene ambiental, uso de medicamentos e aplicação de vacinas antialérgicas — ajudam a prevenir e a controlar as crises.

 

Cuidados com a higiene ambiental

  • Não é fácil evitar o contato com o ácaro, o principal agente causador das alergias respiratórias, que se alimenta de resíduos da descamação da pele e prolifera na poeira doméstica, especialmente nos lençóis e travesseiros, tapetes, carpetes, cortinas e bichos de pelúcia. Por isso, o ambiente onde a pessoa alérgica vive deve ser bem-ventilado, ensolarado e cuidadosamente limpo.
  • Além dos ácaros, produtos de limpeza ou para desodorizar o ambiente, inseticidas, tintas com cheiro forte, perfumes, fumaça de cigarro, poluentes são substâncias que podem funcionar como alérgenos e devem ser mantidos longe das pessoas com predisposição a desenvolver rinite alérgica.

 

Tratamento medicamentoso

Existem vários medicamentos que podem aliviar os sintomas ou prevenir as crises da rinite alérgica. Ao primeiro grupo pertencem os descongestionantes e os anti-histamínicos, ambos para uso tópico ou sistêmico; ao segundo, os estabilizadores de membranas e os corticosteroides. Nenhuma dessas drogas é isenta de efeitos colaterais adversos, eventualmente com graves conseqüências. Por isso, devem ser utilizadas somente quando prescritas por um médico e na dosagem recomendada.

 

Vacinas antialérgicas

As vacinas anti-alérgicas constituem outro recurso para o tratamento das rinites alérgicas. Elas são preparadas com base nos resultados de testes cutâneos, de acordo com as características de cada paciente. O tratamento é longo, porém quando feito corretamente, diminuí a sensibilidade do doente aos alérgenos, o que pode evitar o uso de medicamentos.

 

Recomendações para evitar crises de rinite alérgica

 

  • Lembre-se de que prevenir é o melhor remédio. Por isso, todo o cuidado na limpeza da casa do portador de rinite alérgica para diminuir a proliferação dos ácaros é pouco;
  • Não use vassouras e espanadores. Dê preferência aos aspiradores com filtro e use um pano úmido para remover o pó dos móveis e do chão;
  • Use máscaras quando a faxina dos armários e das estantes de livros ficar por sua conta;
  • Mantenha os ambientes arejados e expostos ao sol durante a maior parte do tempo;
  • Escolha um estilo de decoração que dispense o uso de cortinas, carpetes, tapetes, almofadas ou de outros objetos que possam acumular poeira difícil de remover;
  • Lave as roupas de cama pelo menos uma vez por semana e as roupas guardadas há algum tempo antes de usá-las novamente;
  • Procure acostumar seus animais de estimação a viver fora de casa. Não os deixe subir nos estofados nem nas camas onde as pessoas dormem;
  • Adote um estilo de vida saudável. Pratique atividade física, não fume, beba com moderação e alimente-se adequadamente. Se, por acaso, algum alimento for responsável por desencadear as crises, elimine-o da sua dieta;
  • Tome bastante água, especialmente se você passa muitas horas em locais com ar condicionado;
  • Não se automedique, nem siga as sugestões de curiosos. Ouça o que um médico especialista no assunto tem a dizer.
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