Colite ulcerativa - Portal Drauzio Varella
Papel higiênico preso à parede em foco, com vaso sanitário desfocado ao fundo.
Publicado em 12/04/2011
Revisado em 10/04/2023

Colite ulcerativa inespecífica é uma das moléstias inflamatórias que acometem o intestino, sem causa identificada. Conheça os principais sintomas.

 

Colite ulcerativa inespecífica é uma das moléstias inflamatórias que acometem o intestino. Seus sintomas são semelhantes aos de outras inflamações do aparelho digestivo, incluindo principalmente diarreias. Não se conhece a causa da colite ulcerativa, mas fatores genéticos e autoimunes estão envolvidos no seu aparecimento.

A inflamação da colite ulcerativa inespecífica é superficial, crônica e exuberante. Atinge exclusivamente a mucosa que reveste o intestino grosso e provoca lesões contínuas nas áreas em que se manifesta. A extensão e as características das lesões determinam a gravidade do quadro.

A colite ulcerativa pode ter manifestações extraintestinais como dores articulares, eritema nodoso, pioderma gangrenoso (feridas que vão ficando pretas, com infecção e pus, e exigem tratamento agressivo) e, mais raramente, alterações oculares e hepáticas.

 

Veja também: Leia uma entrevista sobre colite ulcerativa 

 

Sintomas

 

Os principais sintomas são sangramento e diarreia com cólicas, sangue, muco e, eventualmente, com pus se houver infecção. As crises de diarreia são persistentes, ocorrem durante o dia e também à noite e de madrugada. Depois das refeições, o reflexo para evacuar é intenso. Por isso, muitos pacientes preferem não comer e acabam emagrecendo.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico é feito por via endoscópica. O exame consiste na introdução de um tubo rígido no reto que permite definir a presença ou não da colite. Outro exame importante é a colonoscopia que deixa ver todo o intestino grosso até sua junção com o intestino delgado.

Exames de sangue são úteis para detectar os seguintes distúrbios associados à colite ulcerativa inespecífica:

 

  • Anemia e deficiência de ferro por causa do sangramento;
  • Carência de albumina, proteína que se perde por causa da ferida no intestino e da produção intensa de muco.

Os exames de hemossedimentação e da proteína C-reativa ajudam a fechar o diagnóstico e o marcador sorológico ANCA auxilia nos casos em que o diagnóstico diferencial é necessário.

A colite ulcerativa pode evoluir para quadros graves, com sangramento volumoso de difícil controle. São casos são mais raros, que exigem internação hospitalar para repor sangue e introduzir medicação endovenosa.

Outra complicação é o megacólon tóxico, inflamação acompanhada de infecção grave que pode atingir a corrente sanguínea e causar septicemia.

A incidência de pancolite ou colite universal por tempo prolongado aumenta a probabilidade de câncer de intestino.

 

Tratamento

 

O tratamento da colite ulcerativa tem dois objetivos básicos: tirar o indivíduo da crise e mantê-lo em remissão. A forma clássica recomenda o uso de sulfa e de seus derivados. Quando tais medicamentos não apresentam bons resultados, os corticoides atuam com rapidez e eficiência na forma aguda da doença.

Para os pacientes que não respondem ao tratamento convencional ou se tornam dependentes da cortisona, os imunossupressores representam um recurso importante.

Nos casos de megacólon tóxico é fundamental a prescrição de antibióticos.

 

Recomendações

 

  • Procure imediatamente assistência médica, se tiver sangramento intestinal ou crises persistentes de diarreia;
  • Não coma alimentos que contenham fibras insolúveis (cascas de frutas, verduras, etc.) para não estimular o intestino e agravar as crises de diarreia;
  • Reduza ao máximo a ingestão de condimentos picantes;
  • Evite leite e derivados que podem aumentar a fermentação intestinal;
  • Não beba bebidas fermentadas, como vinho, cerveja e champanhe. Os destilados estão liberados, mas não abuse deles.
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