DrauzioCast #42 | Darwin Explica

Por que preferimos ficar sentados no sofá ao praticar atividades físicas? Ouça o comentário do dr. Drauzio Varella.

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Publicado em: 12 de fevereiro de 2019

Revisado em: 16 de março de 2021

Por que preferimos ficar sentados no sofá ao praticar atividades físicas? Ouça o comentário do dr. Drauzio Varella neste podcast sobre sedentarismo.

 

 

 

Darwin Explica: você precisa perder peso e fazer exercício. Em mais de 30 anos de medicina eu nunca encontrei alguém que discordasse de tal recomendação. Concordam, mas reduzir a ingestão de calorias e sair para andar de manhã, são raros os que conseguem.

De fato, as evidências científicas são incontestáveis. Bastam 30 minutos por dia em passo acelerado para cortar a chance de ataque cardíaco pela metade. Quanto à dieta, o corte de 300 calorias diárias — um suquinho de laranja, uma pequena barra de chocolate —  durante 10 anos podem representar a perda de 10 a 12 quilos de gordura corpórea nesse período.

Sendo os seres humanos primatas racionais e a vida o bem supremo, o lógico seria esperar que, convencidos dos malefícios da obesidade e da vida sedentária, comêssemos menos e puséssemos os músculos para trabalhar diariamente.

Veja também: Por que fazer atividade física | Drauzio Comenta #34

As raízes da gulodice que nos devora e da preguiça que nos consome são muito mais profundas. Para entendê-las, é só pensar como vivíamos há 20 mil anos: para preencher as necessidades energéticas, o homem pré-histórico sonhava em encontrar frutas doces e carne animal, alimentos altamente calóricos, capazes de sustentá-los — e à família — por mais tempo.

Os que detestavam carne e enjoavam com o açúcar não conseguiam obter as calorias que a dureza da vida antiga exigia — e não viviam muito. Já os amantes de carnes e doces, dotados de organismos capazes de acumular sob a forma de gordura as calorias ingeridas em excesso, resistiram melhor às epidemias de fome e deixaram mais descendentes.

Por isso, diante da picanha com batata frita e do prato de salada, nossos genes babam pela carne e desprezam o resto. Depois, empurram-nos com força para o sofá macio — que ninguém é de ferro.

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