Refluxo em bebês pode ser perigoso?

O refluxo em bebês é comum devido à frequência e modelo da alimentação, mas alguns fatores acendem o sinal de alerta. Saiba identificar.

Saiba o que é considerado normal e o que indica que é necessário buscar atendimento médico nos casos de refluxo em bebês.

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Publicado em: 23 de setembro de 2022

Revisado em: 23 de setembro de 2022

Saiba o que é considerado normal e o que indica que é necessário buscar atendimento médico nos casos de refluxo em bebês.

 

O refluxo gastroesofágico consiste no retorno do conteúdo do estômago para o esôfago. Qualquer pessoa pode ter um pouco de refluxo, seja criança ou adulto, especialmente depois das refeições.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o processo é mais frequente em bebês pequenos porque eles se alimentam com frequência e estão quase sempre no momento pós-refeição, além de terem uma alimentação líquida e ingerirem um grande volume de leite.

O refluxo pode causar regurgitações (as famosas “golfadas”, que geralmente são em pouca quantidade e o bebê não precisa fazer esforço) e vômitos (que exigem maior esforço do bebê) após as mamadas ou refeições.

“É comum que os bebês tenham refluxo, que na maioria dos casos se apresenta como um evento fisiológico normal”, afirma a dra. Ana Carolina Jordão Cuimbra, pediatra e professora da Universidade Católica de Pelotas (UCPEL).

Basicamente, se o bebê está ganhando peso adequadamente e não apresenta outros sintomas, o refluxo não é motivo para preocupação. 

Segundo a médica, os episódios de refluxo começam a ficar mais evidentes a partir do segundo mês de vida, e raramente surgem após os seis meses. A condição geralmente se resolve espontaneamente até os 2 anos de idade. 

 

Sinais de alerta

Conforme explicamos acima, o refluxo em bebês, na maioria dos casos, é apenas um processo fisiológico e que não necessita de tratamento. Contudo, é preciso prestar atenção a alguns sintomas que podem indicar a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) – essa, sim, necessita de avaliação do pediatra e tratamento.

A especialista explica que os sinais de alerta incluem choro intenso, irritabilidade, perda de peso ou desaceleração no ganho de peso, erosões dentárias, vômitos intensos, vômitos biliosos (conteúdo amarelo-esverdeado) e otites de repetição, entre outros sintomas. 

“Nos casos mais sintomáticos, é muito difícil diferenciar DRGE e alergia alimentar – como a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) –, e os consensos aconselham iniciar com medidas conservadoras, tentando inicialmente descartar uma alergia alimentar”, explica. 

A recomendação é buscar avaliação do pediatra caso sejam identificados sintomas que indicam a presença de alguma doença ou alergia. Nos casos de DRGE, o tratamento pode ser feito com o uso de medicamentos que aliviam as dores e reduzem o ácido no estômago. 

 

Orientações em casos de refluxo

A especialista lista algumas recomendações do que fazer em casos de refluxo: não deitar o bebê logo após as mamadas; trocar a fralda antes das mamadas; evitar fumar próximo do bebê (mesmo o fumo passivo pode piorar o refluxo); e evitar a superalimentação (alimentar o bebê em excesso). 

Pode ser difícil identificar quando o bebê está sendo alimentado em excesso; o pediatra saberá avaliar melhor esse aspecto. Mas a dra. Ana Carolina explica que geralmente são bebês que estão o tempo inteiro com leite escorrendo pela boca (sem a presença de outros sintomas). 

Vale destacar que mesmo bebês que têm refluxo devem dormir de barriga para cima – posição que reduz o risco de morte súbita. “Quando o bebê está de barriga para cima e regurgita, o leite retorna para o estômago. Quando ele fica de lado, o líquido do estômago pode ser aspirado para o pulmão”, afirma a médica. 

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