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Pediatria

Ginecomastia puberal: por que as mamas de alguns meninos crescem mais?

A ginecomastia puberal pode influenciar na autoestima dos adolescentes, mas tende a se resolver espontaneamente.
Publicado em 04/08/2023
Revisado em 15/08/2023

A ginecomastia puberal pode influenciar na autoestima dos adolescentes, mas tende a se resolver espontaneamente.

 

Quando o menino começa a desenvolver mamas em um tamanho acima do normal durante a adolescência, é sinal de ginecomastia puberal. O aumento das mamas tende a regredir naturalmente, mas o incômodo por conta de comentários maldosos dos colegas de escola, por exemplo, leva esses jovens ao consultório médico em busca de uma solução.

 

O que é a ginecomastia puberal?

A ginecomastia puberal é uma condição caracterizada pelo aumento anormal das mamas em meninos. Ela é mais comum do que se imagina: cerca de 60% dos adolescentes vão passar por essa alteração, principalmente entre os 10 e 15 anos de idade.

“Na fase da adolescência, ocorre a alteração dos hormônios responsáveis pelas características sexuais. Quando acontece um desbalanço entre os hormônios masculinos e femininos produzidos pelo menino, pode haver esse aumento da glândula mamária”, explica o dr. Luís Maatz, cirurgião plástico especialista em reconstrução mamária pelo Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

O desequilíbrio mais comum é o aumento do estrógeno, responsável pelas características sexuais secundárias das mulheres. Mas existem vários outros hormônios que, em desarmonia, podem causar a ginecomastia puberal.

É importante não confundir com a lipomastia, ou seja, o aumento da deposição de gordura na região das mamas em adolescentes acima do peso. 

 

Quando precisa de tratamento?

Em geral, a ginecomastia na adolescência é transitória e regride espontaneamente em até três anos em 90% dos casos.

No entanto, quando o paciente apresenta dor ou quando o volume da glândula mamária é muito grande (acima de 2 cm), é necessário fazer uma investigação hormonal. “É interessante ter uma avaliação endocrinológica para afastar causas que não sejam apenas a alteração transitória típica da idade”, alerta o dr. Maatz.

Nesses casos, o tratamento pode seguir dois caminhos:

 

Hormonal 

O tratamento medicamentoso varia de acordo com o hormônio que está apresentando alteração. Além do estrógeno, a condição pode estar relacionada ao aumento da prolactina, à deficiência de testosterona, entre outros. Cabe ao endocrinologista indicar com precisão.

 

Cirúrgico

Já quando os hormônios estão sob controle, mas o tamanho das mamas causa prejuízos físicos ou até mesmo psicológicos para o paciente, a cirurgia é uma opção. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, qualquer paciente saudável acima dos 16 anos pode realizar o procedimento.

O médico irá pedir exames pré-operatórios, como exames laboratoriais, de imagem e, eventualmente, cardiológicos. A cirurgia é razoavelmente simples, feita sob anestesia geral ou local, e dura de 40 minutos a 1 hora. A recuperação exige restrição de atividades físicas nas primeiras três semanas, mas costuma ser tranquila.

“Quando há excesso de pele ou gordura concomitantemente ao aumento da glândula, pode haver a necessidade de uma lipoaspiração ou retirada de pele. Nesses casos, a cirurgia é um pouco maior e a recuperação mais delicada”, ressalta o cirurgião plástico.

Veja também: Cirurgias de redução de mamas | Entrevista

 

Como trabalhar a autoestima de adolescentes com ginecomastia puberal?

A adolescência já é, por si só, uma fase de mudanças físicas e psicológicas intensas. A presença da ginecomastia, portanto, pode ter um impacto direto na autoestima do adolescente. Apelidos desrespeitosos e brincadeiras inconvenientes são algumas das reclamações dos jovens que chegam aos consultórios.

“Vários pacientes relatam que acabam se isolando socialmente. Muitos usam blusas por cima da camiseta para disfarçar a ginecomastia, mesmo na época de calor, o que causa estranhamento. Isso pode levar a alterações significativas do relacionamento social desse adolescente”, afirma o médico.

Por isso, o cirurgião recomenda que os pais estejam sempre atentos e abertos para conversar com os filhos. Se for o caso, procurem um especialista: pediatras, hebiatras, cirurgiões plásticos ou endocrinologistas podem ajudar em casos de suspeita de ginecomastia puberal.

Veja também: Depressão na infância não deve ser encarada como “manha”

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