Para que serve o umbigo?

Acumular sujeira? Absorver as energias do ambiente? Saiba para que serve o umbigo e como cuidar dele da forma correta.

Acumular sujeira? Não, o umbigo tem uma função extremamente importante antes mesmo do nosso nascimento. Saiba mais.

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Publicado em: 12 de abril de 2024

Revisado em: 12 de abril de 2024

Acumular sujeira? Não, o umbigo tem uma função extremamente importante antes mesmo do nosso nascimento. Saiba mais.

 

Muitos acreditam que o umbigo é a “porta da vida”. Segundo a medicina tradicional chinesa, ele é considerado um dos pontos da acupuntura, o VC8 ou Shenque, que em mandarim quer dizer algo como “portão da alma”. Nessa visão, é ali que começa a vida e também é por onde termina: uma pessoa só morre quando a sua alma sai pelo umbigo.

É claro que essa é apenas uma crença, mas não deixa de ter um pouco de fundamento científico. O umbigo tem uma função biológica essencial durante a formação do bebê.

 

O que é e para que serve o umbigo?

“É uma cicatriz. A cicatriz umbilical indica o local onde estava a implantação do cordão umbilical, que ligava a mãe ao feto na vida intrauterina, justamente para que ele pudesse receber o sangue materno. No sangue, estão todos os nutrientes, sais minerais, vitaminas, oxigênio e glicose necessários para o crescimento fetal”, explica o dr. Luciano Curuci, ginecologista, obstetra e acupunturista.

O cordão umbilical é formado por uma veia e duas artérias. O sangue materno vem pela veia, trazendo todas essas substâncias necessárias para o metabolismo do bebê; e o sangue fetal volta para a circulação sanguínea da mãe através das artérias, a fim de ser eliminado.

Além do desenvolvimento do bebê, a conexão com a placenta também tem outras funções fundamentais:

  • Receber a imunidade materna: é por meio dele que todos os anticorpos da mãe vão para o feto, garantindo a sua imunidade até os três meses de vida, quando o bebê ainda não consegue produzi-la por conta própria. 
  • Garantir a respiração do bebê: dentro da bolsa amniótica, o feto não respira da forma tradicional. A oxigenação fetal depende completamente do sangue que vem do cordão umbilical.

 

O que acontece com o cordão umbilical depois do nascimento?

“Depois do nascimento, existe o clampeamento, ou seja, o corte do cordão umbilical. Aquele ‘cotinho’ do cordão demora mais ou menos de uma a duas semanas para cair. Aí que se forma a cicatriz do umbigo, que vai ficar na criança, no adolescente, no adulto e no idoso. Para sempre, a pessoa vai ter a cicatriz umbilical”, esclarece o dr. Luciano.

Até o coto sair por completo, é fundamental que os responsáveis pela criança façam a limpeza adequada na região. A orientação costuma ser feita ainda no hospital e indica-se o uso de álcool 70%.

“Existem algumas crendices populares de se colocar teia de aranha, fuligem e outras substâncias. Não se pode colocar nada, porque assim aumenta o risco de infecção. O coto vai secar naturalmente em no máximo duas semanas e tem que ser feita essa limpeza, principalmente com álcool 70% no umbiguinho do neném”, alerta.

Com a higienização inadequada, existe o risco de se desenvolver uma infecção na pele e, em casos mais graves, até uma infecção generalizada que pode levar a criança a óbito.

Veja também: Cuidados com os bebês nos primeiros meses de vida

 

E nos adultos, qual a função do umbigo?

Depois do nascimento, o umbigo torna-se meramente uma cicatriz. Ele deixa de ter uma função fisiológica, ainda que esteja presente em todos os seres humanos.

No entanto, é fundamental continuar higienizando bem a região. Uma pesquisa feita em 2012 pela Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, demonstrou que esse “recuo” no corpo pode acumular entre 60 e cem bactérias diferentes. Para limpar, basta esfregar suavemente com água e sabão durante o banho. Se necessário, uma toalha ou haste flexível pode ajudar a tirar toda a sujeira.

 

Por que os umbigos têm formatos diferentes?

Mesmo que todo mundo tenha umbigo, algumas pessoas ficam com a cicatriz mais funda, outras mais “para fora”. Isso tem a ver com o organismo de cada um: depende do próprio processo de cicatrização e da composição dos tecidos internos que se fecham naquela região.

“Tem criança que fica com o umbiguinho mais saltado, mas depois de no máximo seis meses, já fecha. É justamente a musculatura formando os tecidos internos de cicatrização”, afirma o dr. Luciano. 

Se a cicatriz ficar levemente aberta, como no caso de quem tem o umbigo saltado, há o risco de herniação umbilical. Isso acontece quando uma alça do intestino, do tecido que reveste a cavidade abdominal ou do fluido peritoneal começa a atravessar a parede abdominal através do umbigo. 

É mais comum em crianças de até um ano de idade, desaparecendo espontaneamente na maioria das vezes, mas pode acontecer também na idade adulta. Em alguns casos, faz-se necessária a cirurgia para correção.

Veja também: Hérnia umbilical em adultos

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