Crianças podem ter pedras nos rins; conheça sintomas e tratamento

Os sintomas de cálculo renal na infância se diferenciam dos que geralmente acometem os adultos. Saiba mais. 

menino com dor no abdômen, em. saiba mais sobre pedras nos rins em crianças

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Publicado em: 8 de novembro de 2023

Revisado em: 10 de novembro de 2023

Os sintomas de cálculo renal na infância se diferenciam dos que geralmente acometem os adultos. Saiba mais sobre pedras nos rins em crianças. 

 

Cálculos renais (ou pedra nos rins) são formações endurecidas que se formam nos rins ou nas vias urinárias, resultantes do acúmulo de cristais na urina, e geralmente provocam dor e desconforto. Embora seja um problema mais comum em adultos, os cálculos renais também podem acometer crianças de todas as idades. 

“A criança pode apresentar cálculos renais em qualquer fase. Tanto na fase inicial da vida, incluindo os bebês prematuros e neste caso também aqueles que estão em ambiente intensivo – o que aumenta o risco de desenvolver o problema. Quanto na fase dos 4 ou 5 anos, onde se registra a maior incidência, e a partir daí vai aumentando até a idade adulta. A incidência é em torno de 1% a 4% de pedra nos rins para a faixa etária pediátrica, o que não é desprezível”, explica Antonio Cesar Cillo, médico nefrologista pediátrico do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP). 

      Ouça: Por Que Dói? #20 | Pedra nos rins

Nessa faixa etária, contudo, os sintomas são um pouco diferentes. Nos adultos, a principal manifestação de pedras nos rins é a cólica renal intensa. Nas crianças, geralmente há uma dor abdominal difusa, menos intensa, que pode surgir acompanhada de náuseas, palidez e vômitos. 

“Geralmente, a pedra nos rins é confundida com cólica intestinal, porém, se junto com a dor abdominal, houver hematúria, ou seja, a presença de sangue na urina, é bem possível que se trate de um cálculo renal e, aí, não se deve esperar para procurar atendimento médico”, orienta o médico. 

 

Fatores de risco para pedras nos rins em crianças

Segundo Luciana Apelle, nutricionista clínica do Sabará Hospital Infantil, em São Paulo (SP), e especialista em terapia nutricional aplicada à pediatria, a desidratação na infância é um dos fatores associados à formação de cálculos renais. 

“As crianças tendem a beber pouca água durante o dia, levando a uma urina mais concentrada. Esta condição facilita a formação de cristais e consequentemente os cálculos. Uma dieta rica em industrializados, fast food, alimentos com excesso de sal e histórico familiar de cálculos renais nos pais são indicativos importantes [para o problema]”, afirma. 

        Veja também: Como identificar as possíveis causas de dor abdominal

 

Diagnóstico e tratamento 

A investigação da condição normalmente começa com um exame de urina e depois solicita-se um exame de imagem, como ultrassom ou tomografia, para confirmar o diagnóstico do cálculo renal. 

“O tratamento pode ser clínico, com medicamentos para controle da dor e para auxiliar na eliminação espontânea do cálculo”, explica Luciana

Segundo o dr. Antonio, a maioria das crianças elimina pela urina os cálculos menores – o que eventualmente pode ser doloroso, mas de forma geral, elas toleram bem.

“Cálculos maiores exigem a retirada, que pode ser feita por meio de um procedimento de litotripsia, ou seja, ondas de choque direcionadas ao local. Elas quebram, implodem a pedra, e os fragmentos são eliminados com mais facilidade. Há também outros tipos de cirurgias com essa finalidade, que podem variar conforme o tamanho do cálculo”, explica. 

O nefrologista destaca que é importante identificar a causa do problema para tratá-lo de forma adequada e também evitar a formação de novos cálculos. As principais causas incluem:

  • hipercalciúria idiopática, que é o excesso de cálcio na urina;
  • hiperuricosúria, que é o aumento do ácido úrico na urina;
  • hipocitratúria, que é a diminuição do citrato na urina (sendo o citrato um grande protetor contra a formação de pedras);
  • hiperoxalúria, que é o excesso de oxalato de cálcio.

 

Como prevenir as pedras nos rins em crianças?

Para evitar o problema, existem algumas recomendações. “Manter uma ingestão hídrica adequada, prática de atividade física, manter uma dieta adequada, com todos os grupos alimentares, adequar a ingestão de sal e proteína animal e estimular o consumo de alimentos ricos em potássio e frutas cítricas”, recomenda a nutricionista. 

O médico também destaca que é importante evitar o consumo de refrigerantes e alimentos ultraprocessados, e que água e frutas cítricas são grandes protetores da formação de pedras nos rins. 

 

Quanta água a criança deve tomar?

O dr. Antonio detalha a quantidade diária de água recomendada para cada idade:

  • 6 a meses a 1 ano: de 800 ml a 1 litro;
  • 1 a 3 anos: cerca de 1,3 litros;
  • 3 a 8 anos: 1,5 litros;
  • Acima de 8 anos: 2 litros.

Até os 6 meses de idade, a recomendação é o aleitamento materno exclusivo e outros líquidos, incluindo água, não devem ser ofertados ao bebê. Nos casos em que o bebê nessa idade é alimentado por fórmula, o pediatra deverá orientar sobre a oferta de água. 

  

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