Queda de cabelo e quimioterapia: é possível evitar?

Qual é a relação entre queda de cabelo e quimioterapia? Entenda porque isso acontece e o que fazer para amenizar.

Nem todos os quimioterápicos fazem o cabelo cair e, atualmente, já é possível prevenir as quedas em até 60% com as toucas de resfriamento capilar. 

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Publicado em: 21 de julho de 2022

Revisado em: 21 de julho de 2022

Nem todos os quimioterápicos fazem o cabelo cair e, atualmente, já é possível prevenir as quedas em até 60% com as toucas de resfriamento capilar. 

 

Embora o objetivo principal da quimioterapia seja eliminar os tumores, ela também atinge células saudáveis que se multiplicam com mais rapidez, como os pelos e os cabelos.

Mas saiba que nem todos os quimioterápicos existentes fazem o cabelo cair e que atualmente já é possível prevenir as quedas em até 60% com as toucas de resfriamento capilar. Conversamos com a oncologista clínica Débora Gagliato, da BP (Beneficência Portuguesa de São Paulo), que tirou as principais dúvidas sobre o tema:

 

1. Toda quimioterapia faz o cabelo cair?

Não. Nem todas. As drogas que mais causam esse efeito são doxorrubicina, paclitaxel, ciclofosfamida, além dos antracíclicos (quimioterapia vermelha), uma das mais antigas drogas para o tratamento do câncer, utilizada principalmente para o tratamento do câncer de mama.

Já a capecitabina não provoca queda capilar, e os taxanos, quando utilizada a estratégia da touca de resfriamento no couro cabeludo, reduzem em até 60% esse risco. 

 

2. O que são toucas de resfriamento?

São dispositivos que devem ser utilizados em ambiente hospitalar, por profissionais capacitados, e que ajudam a prevenir a queda de cabelo durante a quimio. A touca é colocada no couro cabeludo minutos antes de a sessão de quimio iniciar e fica acoplada a uma serpentina que sai de uma caixa de resfriamento. 

O líquido de refrigeração circula na serpentina a uma temperatura de 4ºC para que o couro cabeludo se mantenha em torno de 11ºC. Essa baixa temperatura promove uma vasoconstrição na região, dificultando que a droga utilizada na quimioterapia penetre e danifique o folículo capilar, fazendo com que a perda dos fios seja menor. 

O paciente permanece com ela durante toda a sessão e, depois, por mais 60 a 90 minutos, a depender do protocolo. As toucas já estão disponíveis em vários centros oncológicos públicos e privados do país. 

Veja também: Quimioterapia: medos e dúvidas | Entrevista

 

3. A partir de qual sessão o cabelo começa a cair?

Se não for utilizada nenhuma estratégia para minimizar esse efeito colateral, a partir da primeira sessão. No 16º dia, o cabelo já começa a cair em mechas. A partir desse momento, muitos já optam por raspar e utilizar perucas ou lenços de maneira provisória. 

 

4. Cai só o cabelo, ou todos os pelos do corpo?

Todos os pelos, incluindo sobrancelhas, cílios e pelos pubianos. 

 

5. Quando o cabelo volta a crescer?

Imediatamente após o fim do ciclo quimioterápico. Nesse período, o médico responsável também pode prescrever soluções tópicas e vitaminas para aplicar diretamente no couro cabeludo a fim de que o cabelo nasça com mais vitalidade. Não se assuste se ele nascer com algumas “falhas”, pois aos poucos elas são corrigidas naturalmente.

Nesse período é recomendado não fazer nenhum procedimento químico, como pintura, progressiva e escova. Entretanto, há pacientes que se sentem mais à vontade com fios longos e maiores. Segundo a médica, a aplicação de mega hair é uma opção. 

 

6. Por que o cabelo volta com textura diferente?

Temporariamente, a textura e até a cor do cabelo podem nascer diferentes nesse primeiro momento, porque os fios crescem em ciclos diferentes, primeiro mais grossos, depois mais finos, o que deixa o cabelo desigual. Além disso, também ocorre uma redução da espessura da fibra capilar. Por isso, é normal o cabelo ficar mais ondulado e um pouco mais frágil no início. Também é bastante comum nascerem alguns fios grisalhos. Mas, em cerca de um ano, a maior parte dos pacientes já está com o cabelo de antes do tratamento.

Veja também: Tratamento do câncer | Entrevista

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