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Oftalmologia

Procedimentos estéticos podem causar ptose palpebral ou “olho caído”

A ptose palpebral, conhecida como “olho caído”, geralmente aparece como consequência de um trauma ou enfraquecimento da musculatura da pálpebra. Saiba mais.
Publicado em 08/10/2024
Revisado em 08/10/2024

A ptose palpebral, conhecida como “olho caído”, geralmente aparece como consequência de um trauma ou enfraquecimento da musculatura da pálpebra. Saiba mais.

O “olho caído” ou “olho preguiçoso” é o nome popular para a ptose palpebral, problema que faz com que a pálpebra “desça” da sua posição normal. Alguns famosos, como o humorista Diogo Defante, o apresentador Sérgio Mallandro e a atriz Paris Hilton, apresentam a condição. 

O que é a ptose palpebral?

É uma assimetria caracterizada pela queda da pálpebra superior em um ou nos dois olhos. A ptose unilateral é mais fácil de ser percebida pelo paciente, justamente pela diferença entre um olho e outro. 

“Quando os dois olhos são mais caídos, o paciente consegue mascarar isso. Ele levanta um pouco mais a cabeça para enxergar, dá um jeito. Então pode não perceber [a ptose] no dia a dia”, explica Hallim Feres Neto, oftalmologista especializado em cirurgia refrativa, catarata, ceratocone e adaptação à lente de contato.

Geralmente, a assimetria vem acompanhada da sensação de peso, dificuldade para abrir os olhos completamente, limitação do campo visual e insatisfação estética.

Causas da ptose palpebral

Esse problema pode ser congênito, ou seja, a pessoa já nasce com a pálpebra caída. A causa é genética e tem a ver com o não funcionamento da musculatura responsável por levantar o olho. No entanto, é mais comum que a ptose seja adquirida após um trauma, que pode acontecer no próprio parto ou ao longo da vida.

“Hoje em dia, a que está mais em voga é [a decorrente de] procedimento estético. A gente vê que é bem comum no pós-botox por conta da aplicação perto do forame [orifício no crânio por onde passam nervos, vasos e outras estruturas], né? A gente pode ver também relacionado a doenças neurológicas ou autoimunes, como miastenia gravis. Ou por assimetrias musculares do próprio paciente: uma fraqueza de um dos músculos que vai piorando ao longo dos anos”, elenca Lillian Abreu, oftalmologista especialista em retina e estética ocular.

No caso de procedimentos estéticos, o perigo está na técnica de aplicação da toxina, que, ao ser feita próxima dos forames, pode acabar afetando a enervação que levanta a pálpebra. Como consequência, a pessoa tem uma ptose temporária, que dura cerca de três meses. Por isso, é fundamental procurar um profissional especializado para realizar esse tipo de intervenção.

Precisa fazer tratamento?

“Sempre é importante pesquisar a causa mais a fundo para não acarretar outros problemas. Agora, se for detectado que é realmente uma questão de fraqueza muscular, a pessoa não se incomoda com isso e não vai trazer nenhum problema futuro para ela em questão de saúde, pode deixar como está, se não quiser tratar”, explica o dr. Hallim.

Mas, na maioria das vezes, o incômodo é grande, levando também a problemas de autoestima. De acordo com a dra. Lillian, a forma de tratamento depende da causa:

  • Doença autoimune: a recomendação é o uso de corticoides e imunobiológicos;
  • Doença neurológica: é preciso investigar se há alguma compressão tumoral;
  • Problema congênito ou de enfraquecimento do músculo: a correção pode ser feita com cirurgia. O procedimento visa liberar o campo visual e recuperar a visão completa. 

No geral, os especialistas indicam a realização de avaliações de rotina com o oftalmologista.

Veja também: Blefarite: o que é e como tratar a inflamção na pálpebra

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