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Neurologia

Cefaleia em salvas causa dor intensa; conheça os sintomas e o tratamento

Publicado em 05/07/2024
Revisado em 04/07/2024

Mais comum em homens, a cefaleia em salvas pode surgir acompanhada de outros sintomas na região da face. Saiba mais.

 

A cefaleia em salvas é um tipo de cefaleia primária de causas desconhecidas, mais frequente em homens, que normalmente provoca dor ao redor de um olho. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é uma condição relativamente incomum, afetando menos de uma pessoa a cada mil adultos.

A dor da cefaleia em salvas é considerada umas das mais intensas que a pessoa pode sentir, deixando o paciente totalmente incapaz de realizar qualquer tipo de atividade durante as crises. 

“A dor da cefaleia em salvas tem características bem particulares. Ela se localiza em um dos lados da cabeça e as crises são sempre do mesmo lado, ao redor de um dos olhos, irradia para a região frontal, temporal e a parte superior da face; tem duração entre 15 e 180 minutos, uma frequência de uma crise a cada dois dias até oito crises por dia e está associada a pelo menos um dos seguintes sintomas autonômicos do mesmo lado da dor: lacrimejamento, olho vermelho, queda e/ou edema da pálpebra, contração da pupila, congestão nasal e coriza”, explica Marcelo Cedrinho Ciciarelli, neurologista, membro titular e coordenador do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).

Por ter características bem específicas, o diagnóstico diferencial desse tipo de cefaleia é realizado com base nos sintomas. “Além disso, o nome cefaleia em salvas deriva do fato de o paciente apresentar períodos dolorosos, que duram entre um e três meses, intercalados por períodos espontâneos de remissão, com duração bastante variável, entre seis meses e dois anos na maioria dos casos”, completa o médico.

 

Mais comum em homens

Segundo informações da OMS, a cefaleia em salvas atinge seis homens para cada uma mulher. Mas o dr. Marcelo diz que os motivos pelos quais a condição é mais frequente na população masculina ainda não foram estabelecidos. 

“Entretanto, algumas hipóteses podem ser sugeridas: fatores hormonais – parece que níveis mais baixos de testosterona estão associados ao aparecimento das salvas – e fatores de risco bem evidentes para a cefaleia em salvas, como o tabagismo, o etilismo e a síndrome da apneia obstrutiva do sono são mais comuns no sexo masculino”, afirma o dr. Marcelo.  

 

Tratamento e prevenção das crises

O especialista explica que o tratamento da cefaleia em salvas deve abordar o manejo agudo das crises de cefaleia e a prevenção delas. “O tratamento agudo tem como objetivo abortar as fortes crises, [para isso] nós utilizamos duas estratégias principais: a inalação de oxigênio puro ou uma droga chamada sumatriptana, de preferência na sua forma injetável, por via subcutânea.”

“Com relação à profilaxia das crises, deve-se inicialmente orientar o paciente a evitar possíveis fatores desencadeantes, como as bebidas alcoólicas, por exemplo. A droga de escolha para a prevenção das crises é o verapamil. Entretanto, medidas temporárias podem ser necessárias até que se alcance a dose ideal dele, como o bloqueio de nervos cranianos e o uso temporário de corticoides, que podem promover alívio mais rápido das crises. Mais recentemente, o galcanezumabe, um anticorpo monoclonal, foi incluído como droga eficaz e segura na prevenção das crises de cefaleia em salva”, completa. 

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