Embora possam trazer alívio para vários tipos de dores de cabeça, analgésicos comuns não servem para enxaqueca.
Dor de cabeça não é tudo igual. Para se ter uma ideia, há mais de 200 tipos de dor, e a mais prevalente na população (principalmente entre as mulheres) é a enxaqueca. É sobre ela que iremos falar aqui.
A enxaqueca é uma desordem cerebral em que os neurônios ou as células cerebrais respondem de forma anormal a determinados estímulos. Essa vulnerabilidade do cérebro, principalmente se exposto aos já conhecidos gatilhos (alimentos embutidos, queijos, vinho tinto, molhos, falta de sono, estresse, TPM, exposição solar) que desencadeiam as crises, ocorre devido a disfunções em vários neurotransmissores como serotonina, dopamina, noradrenalina e glutamato.
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O problema é que para tentar controlar as crises, que podem ser diárias, o paciente usa e abusa de analgésicos, causando, assim, uma queda na produção de endorfinas (analgésicos naturais do cérebro). Resultado: dor, muita dor.
Como é a dor da enxaqueca?
A dor da enxaqueca normalmente começa bem devagar (com duração de 4 a 72 horas), atingindo um lado da cabeça, na região superior ou próximo ao pescoço. A intensidade da dor pode ser forte, moderada ou forte e do tipo pulsante. Há pacientes que sentem dor o dia inteiro, mas ainda assim conseguem manter a rotina em ordem, a ponto de, se ninguém perguntar, nem levantarem a suspeita de que estão com dor. Outros, por sua vez, precisam ir para um pronto-socorro para tomar medicamentos na veia.
Infelizmente, a grande maioria dos pacientes “aprende” a conviver com o problema e peregrina de médico em médico sem nunca conseguir um tratamento eficaz. No jargão médico, são chamados de “borboletas de consultório”.
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Se você sofre de enxaqueca há muitos anos, é importante saber que a doença não se resolve com analgésicos comuns usados rotineiramente para dores de cabeça. Ela requer medicamentos específicos (tanto para os momentos de crise quanto para prevenção) prescritos por um neurologista. O problema nem sempre desaparece totalmente, mas a frequência das crises pode diminuir consideravelmente.
Quem sofre de enxaqueca precisa de paciência até ajustar o tratamento, o que nem sempre é fácil, pois o medicamento indicado como primeira escolha pode trazer efeitos colaterais e não ser adequado para o paciente.
Como buscar tratamento para enxaqueca
Uma dica para quem tem ou conhece alguém que tenha enxaqueca é tentar tratamento nos hospitais universitários que tenham cefaliatras (especialista em cefaleias) em seu quadro de especialistas. Em São Paulo, por exemplo, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é uma boa opção. O site da Sociedade Brasileira de Cefaleia também traz informações sobre a doença.
A enxaqueca requer do paciente bastante autopercepção. Saber reconhecer e prevenir os gatilhos é um passo importante para ao menos diminuir a frequência das crises. Anote sempre o dia e a hora em que você estiver com dor, os possíveis causadores, a região da cabeça que está doendo, qual medicamento utilizou e depois de quantas horas ele fez efeito. Quando você for conversar com um especialista, isso vai ajudar na prescrição de um tratamento mais personalizado, pois a dor de cada paciente é muito específica.
Outra questão fundamental é rever seu estilo de vida. Hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, além de um trabalho estressante só ajudam a intensificar as crises.