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Laser genital é alternativa para tratar alterações vaginais após a menopausa

mulher com câncer e menopausa induzida deitada em maca é examinada por médica ginecologista
Publicado em 19/02/2019
Revisado em 11/08/2020

Tratamento com laser genital é eficaz, mas custo ainda é muito alto.

 

Com a chegada da menopausa, algumas mulheres se deparam com um problema desagradável chamado atrofia genital. O sintoma é reportado em cerca de 60% das mulheres após quatro anos, em média, do início da menopausa.

A queda abrupta do nível de estrógeno faz com que o tecido vaginal fique mais fino, seco e menos elástico. Resultado: desconforto na hora de urinar, falta de lubrificação vaginal e corrimento. O desejo sexual também diminui por conta da sensação de ardor na hora da penetração, o que torna o ato um verdadeiro tormento.

A boa notícia é que as mulheres não precisam ficar sofrendo, porque há tratamento. “O [tratamento] mais convencional é repor o hormônio, principalmente em forma de creme tópico. Entretanto, nem todas as mulheres são elegíveis para esse tipo de terapia, principalmente as que possuem histórico de câncer de mama ou trombose. Ambas as enfermidades são estrogênio-dependentes, ou seja, se você prescreve o hormônio, estará contribuindo para agravar a doença”, explica a ginecologista Renata Bonaccorso Lamego, da Santa Casa de São Paulo.

 

Veja também: Menopausa: aspectos psicológicos

 

É aí que entra a necessidade de soluções alternativas, como o uso de lubrificantes e a aplicação de laser genital. A ginecologista explica que o laser ajuda na vascularização da mucosa e reestruturação do colágeno, fibra proteica que tem a função de sustentar as células da pele, mantendo-as unidas e firmes.

Além disso, há melhora direta da lubrificação da vagina e até diminuição de sintomas como corrimentos, ardor e odor desagradável, pois o tratamento contribui para o restabelecimento da flora local, ligada a esses problemas. “O processo é relativamente simples: introduzimos uma sonda vaginal (semelhante à usada nos exames transvaginais) em três sessões – uma por mês – de 20 minutos cada. Há um leve desconforto, pois a paciente sente calor local durante a emissão dos pulsos do laser. Para amenizar o desconforto, recomendamos o uso de anestésicos.”

O efeito sobre os tecidos genitais é exatamente o mesmo que o causado pelo uso contínuo do estrogênio tópico ou sistêmico. No entanto, o laser tende a apresentar efeitos duradouros, que podem chegar a seis meses após a última sessão. “O problema, no caso, está relacionado ao custo da terapia (cerca de mil reais cada aplicação) e à falta de cobertura do SUS e dos seguros médicos”, lamenta a especialista.

Lembrando que um método efetivo de prevenir esse tipo de disfunção é a prática regular de atividade sexual. O sexo aumenta o fluxo de sangue para a vagina, mantendo os tecidos vaginais mais saudáveis. Pelo mesmo mecanismo, a masturbação também pode ajudar a prevenir a atrofia genital.

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