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Como fica a amamentação durante o tratamento de câncer?

Menina adolescente com bebê mamando e uma mão na cabeça indicando preocupação. Leia sobre amamentação e tratamento de câncer
Publicado em 02/02/2023
Revisado em 03/02/2023

Durante o tratamento oncológico, as pacientes não são aconselhadas a amamentar por conta do risco da medicação passar pelo leite e intoxicar o bebê. Leia mais sobre amamentação e tratamento de câncer.

 

Embora não seja tão comum, segundo a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), 3% dos diagnósticos de câncer de mama são realizados durante a gravidez.

Diante dessa notícia desafiadora, ou seja, de lidar com uma gestação e iniciar um tratamento de câncer ao mesmo tempo, uma das maiores preocupações é referente a saúde do bebê e os efeitos colaterais do tratamento. Afinal: qual é a conduta nesses casos?

Veja também: Principais dúvidas sobre amamentação

Em grande parte dos casos, a gestação não precisa ser interrompida, conforme aponta a dra. Debora Gagliatto, oncologista clínica da Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP). 

“Não é indicado realizar nenhum tipo de quimioterapia no início da gestação, porque o feto ainda é muito pequeno e está se desenvolvendo. Mas a partir do segundo e terceiro trimestres já se pode fazer [quimioterapia], aliada a outros tratamentos, como cirurgia, por exemplo. Por mais que assuste, é importante dizer que o tratamento quimioterápico após esse período não tem risco de causar malformações, nem problemas de cognição pro bebê.”

 

Posso amamentar?

Em relação a amamentação e o tratamento oncológico, os riscos são maiores e devem ser evitados. Segundo a oncologista clínica da BP, dra. Juliana Martins Pimenta, pacientes oncológicas que estejam fazendo tratamento quimioterápico ou radioterápico não são aconselhadas a amamentar durante esse período, por conta do risco da medicação passar pelo leite e intoxicar o bebê. 

“Nesse caso, até que o ciclo de tratamento termine, a mulher deve utilizar outras alternativas para amamentar a criança, como banco de leite ou suplementos infantis”, afirma a dra. Juliana.

A contraindicação também vale se a mulher estiver fazendo hormonioterapia, ou terapia-alvo.

 

Após o tratamento

 

Já as pacientes que finalizaram o tratamento de câncer de mama, inclusive as que passaram por uma mastectomia unilateral (retirada de uma das mamas), podem e devem amamentar, pois não há riscos para o bebê. 

“Se ela tiver alta médica, é seguro amamentar. Entretanto, há algumas considerações. A cirurgia conservadora da mama dificulta um pouco o processo, principalmente quando há radioterapia, porque normalmente, há redução na produção de leite na mama operada, o que pode tornar a amamentação um pouco mais difícil e dolorosa. Mas se a outra mama estiver preservada, não há problema”, explica a dra. Juliana. 

O ato de amamentar é incentivado, porque pode reduzir a chance do câncer de mama voltar. Durante o período de aleitamento, as taxas dos hormônios que favorecem o desenvolvimento do câncer de mama caem, o que gera o fator protetivo. 

“Mas é importante enfatizar, que  a orientação é que se espere dois anos após o fim do tratamento para engravidar”, complementa a médica.

 

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