Quando o corrimento vaginal pode indicar alguma doença

Ter corrimento vaginal é absolutamente normal, mas é preciso ficar atenta a alterações na cor, odor e volume, pois elas podem indicar alguma doença.

Ter corrimento vaginal é absolutamente normal, mas a mulher deve ficar atenta a alguns aspectos como cor, odor e volume, pois alterações nessas características podem indicar alguma doença.

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Publicado em: 30 de julho de 2019

Revisado em: 16 de junho de 2021

Ter corrimento vaginal é absolutamente normal, mas a mulher deve ficar atenta a alguns aspectos como cor, odor e volume, pois alterações nessas características podem indicar alguma doença.

 

Muitas mulheres ficam preocupadas quando notam alguma secreção vaginal. Só que nem sempre ela é indicativo de doenças ou de falta de higiene. A vagina produz naturalmente uma secreção esbranquiçada ou transparente com um cheiro característico constituída principalmente por muco, células mortas e micro-organismos protetores da flora vaginal. A presença dessa secreção é normal. A dra. Débora Tonetti, ginecologista e obstetra, costuma dizer: “A gente tem que mudar a cultura que envolve a secreção vaginal. A maioria das mulheres tem a expectativa de chegar ao final do dia com a calcinha limpa, mas isso não é uma realidade. O corrimento é fisiológico, desde que não tenha cheiro forte, cor estranha (como verde ou cinza) ou cause coceira.”

 

Veja também: Como prevenir a vaginose bacteriana

 

Então, relaxe: apresentar um pouco de secreção esbranquiçada ou semelhante à clara de ovo (a cor exata e a consistência podem variar conforme a etapa do ciclo menstrual) e com cheiro característico é natural. A quantidade pode variar conforme o ciclo menstrual, principalmente no período ovulatório, quando há aumento da concentração de estrogênio. As glândulas responsáveis pela lubrificação da vagina podem produzir, naturalmente, mais muco em algumas mulheres. “Muitas ficam incomodadas e acabam utilizando protetores íntimos. Não recomendamos seu uso, pois esse tipo de protetor pode causar mais danos que benefícios, já que impede a ventilação da região”, afirma a especialista. Outros períodos em que geralmente há mais secreção são durante a gravidez e alguns meses antes de ocorrer a primeira menstruação.

Um caso particular que pode levar à produção excessiva de muco ocorre quando a mulher possui uma ectopia, o que comumente chamamos de “feridinha no colo do útero“, forma equivocada de se denominar essa condição. A ectopia, na verdade, ocorre quando parte do tecido do canal endocervical — que liga a vagina à cavidade uterina — se inverte e fica exposto à vagina. Quem já teve deve ter visto que é compreensível chamar de “ferida”, devido ao aspecto avermelhado da ectopia, mas não há trauma ali. O tecido é mais delicado, mas é saudável. Nesses casos, o ginecologista pode aconselhar a paciente a realizar uma cauterização.

 

Quando o corrimento pode indicar uma doença

 

Quando a secreção apresentar:

  • Coloração diferente da esbranquiçada ou transparente, como amarela, verde, cinza ou com sangue;
  • Odor forte ou mau cheiro;
  • Consistência mais densa;
  • Quantidade mais abundante que a habitual;
  • Grumos, como leite coalhado;
  • Pus;
  • Coceira, ardência ou dor.

 

Doenças frequentes que podem causar secreções anormais

 

Candidíase: Caracterizada pela infecção da vulva e da vagina por várias espécies de Cândida, um tipo de fungo que vive em nosso organismo. Causa corrimento de aspecto esbranquiçado, similar à coalhada, mas sem cheiro. A região da vulva costuma ficar bastante irritada por conta da coceira.

Vaginose bacteriana: É desencadeada por um desequilíbrio da flora vaginal que resulta em diminuição acentuada da quantidade de lactobacilos presentes na vagina. Com isso, há proliferação de bactérias nocivas como a Gardnerella vaginalis. O corrimento tem coloração acinzentada que pode variar até o verde bem clarinho. O cheiro em geral é muito forte, parecido com o de peixe.

Tricomoníase vaginal: É a infecção da vagina causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Causa corrimento purulento, de cor amarela esverdeada, com odor desagradável em 70% dos casos.

 

Como fazer a higiene íntima da vulva e da vagina

 

O canal vaginal é autolimpante e habitado por uma flora composta por lactobacilos que mantém o pH da região ácido, matando bactérias e fungos indesejados. Por esse motivo, esqueça as duchas íntimas, mesmo que sejam feitas com sabonete especiais. O hábito pode desequilibrar o pH e favorecer a proliferação de micro-organismos que com certeza você não quer por perto.

Agora, a parte externa — chamada de vulva –, sim, é importante lavar bem. Água e sabão com pH neutro para retirar resíduos de suor, gordura e sangue menstrual são suficientes. Veja aqui mais detalhes sobre como fazer a higiene íntima feminina.

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