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Como detectar o câncer de ovário o mais cedo possível

Ilustração de sistema reprodutor feminino destacando tumor em um dos ovários.
Publicado em 11/05/2017
Revisado em 11/08/2020

Por não causar sintomas na fase inicial e não haver exames que o identifiquem com precisão, detectar o câncer de ovário pode ser difícil. Veja algumas recomendações para descobrir o mais precocemente possível.

 

Em geral, quando falamos de tumores ginecológicos, os primeiros cânceres que nos vêm à cabeça são o de mama e o de colo do útero. Poucas pessoas se lembram do câncer de ovário.

Esse tipo de câncer tem duas características marcantes que necessitam de total atenção das mulheres: ele não causa sintomas quando ainda está em estágio inicial e não há um exame específico capaz de detectá-lo com precisão. Por conta desses fatores, o câncer de ovário é o tumor ginecológico que mais mata.

 

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Recomendações para detectar o câncer de ovário o quanto antes

 

O que fazer, então, se é tão difícil detectá-lo? Primeiramente, segundo a oncologista Graziela Zibetti, fellow de oncoginecologia do hospital MD Anderson, em Houston, nos Estados Unidos, é fundamental que a mulher conheça o próprio corpo e aprenda a identificar sinais e sintomas que possam passar despercebidos. “Se a mulher conhece um pouco sobre câncer de ovário e começa a apresentar sintomas que nunca teve, como inchaço na região abdominal, prisão de ventre, sangramentos, dor lombar, sensação de bexiga cheia e alterações do hábito intestinal, com dificuldade para evacuar, ela pode questionar o médico sobre a possibilidade de ter a doença. A partir disso, o ginecologista — que poderia nem sequer suspeitar desse diagnóstico — poderá começar a fazer uma investigação mais detalhada e levantar todo o histórico da paciente. A mensagem principal às mulheres é: Conheça seu corpo e não demore a procurar ajuda médica caso apresente sintomas”, reforça.

 

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Outra medida importante é ter conhecimento da genética familiar. Se há casos da doença na família, é essencial procurar fazer um mapeamento genético que pode identificar mutações em genes que aumentam o risco de desenvolver não só o câncer de ovário, mas também o de mama. Dependendo da análise, pode ser indicado um acompanhamento mais próximo, com esquema de exames que devem ser realizados com mais frequência para detectar precocemente um possível tumor, ou até ser recomendado retirar preventivamente os ovários, como foi o caso de grande repercussão da atriz Angelina Jolie.

 

Ginecologistas precisam ser treinados para reconhecer sintomas e encaminhar rapidamente

 

Ir ao ginecologista uma vez ao ano é importante, mas é necessário saber que o exame de papanicolaou não serve para detectar tumor de ovário, e sim para prevenir câncer de colo do útero e outras lesões. Até o momento não existem exames específicos que detectem o câncer de ovário precocemente. “Múltiplos métodos de avaliação de risco de malignidade são utilizados na prática clínica. Entretanto, ainda não existem estudos que validem a ultrassonografia ou o uso de marcadores tumorais (o mais conhecido é o CA 125) como método de rastreamento de câncer de ovário”, reforça o cirurgião ginecológico Renato Moretti, do hospital Albert Einstein, em São Paulo.

 

Vídeo: Assista à nossa série que acompanha pacientes de câncer de ovário

 

Por isso, há necessidade de treinamento constante por parte dos ginecologistas, que são os primeiros profissionais a lidar com os sintomas das pacientes. “Diante de alguns sinais típicos e alterações ultrassonográficas sugestivas de tumores ovarianos, a recomendação é que a paciente seja encaminhada diretamente para um profissional focado no tratamento desses tipos de tumores, como o oncologista ou cirurgião oncológico. A paciente não pode perder tempo fazendo exames desnecessários e peregrinações por vários médicos”, aponta Moretti.

 

Questão genética influencia no tratamento e prevenção do câncer de ovário

 

Outro ponto que merece destaque é que cerca de 10% a 15% dos casos de câncer de ovário estão associados a mutações nos genes BRCA1 e BRCA2. Portanto, segundo a dra. Maria Nirvana Formiga, do hospital A.C. Camargo Cancer Center, todas as pacientes com diagnóstico de adenocarcinoma de ovário devem ser encaminhadas para avaliação oncogenética e testadas quanto à presença de alterações em genes específicos para investigar a necessidade de uma prevenção mais ampla. “Isso serve para identificar pacientes com predisposição hereditária ao câncer, implementando políticas de prevenção aos demais membros da família.”

Ter conhecimento a respeito da genética do câncer é importante também porque, atualmente, a presença de mutações interfere no método de tratamento, já que para cada caso podem existir drogas específicas mais eficazes.

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