Ilustração de uma cabeça de perfil formada por engrenagens, com algumas engrenagens escapando da silhueta, representando a doença de Alzheimer.
Publicado em 13/04/2011
Revisado em 11/08/2020

A doença de Alzheimer provoca deterioração das funções cerebrais, como perda de memória e da linguagem. Conheça recomendações após o diagnóstico.

 

A doença de Alzheimer (Alois Alzheimer, neurologista alemão que primeiro descreveu essa patologia) provoca progressiva e inexorável deterioração das funções cerebrais, como perda de memória, da linguagem, da razão e da habilidade de cuidar de si próprio.

Cerca de 10% das pessoas com mais de 65 anos e 25% com mais de 85 anos podem apresentar algum sintoma dessa enfermidade e são inúmeros os casos que evoluem para demência. Feito o diagnóstico, o tempo médio de sobrevida varia de oito a 10 anos.

 

Causas do Alzheimer

 

Não se conhece a causa específica da doença de Alzheimer. Parece haver certa predisposição genética para seu aparecimento. Nesses casos, ela pode desenvolver-se precocemente, por volta dos 50 anos.

 

Veja também: Conheça as fases da doença de Alzheimer e como lidar com os pacientes em cada uma delas

 

Pesquisadores levantam a hipótese de que algum vírus e a deficiência de certas enzimas e proteínas estejam envolvidos na etiologia da doença. Outros especulam que a exposição ao alumínio e seu depósito no cérebro possam contribuir para a instalação do quadro, mas não foi estabelecida nenhuma relação segura de causa e efeito a respeito disso.

 

Sintomas do Alzheimer

 

  • Estágio I (forma inicial) – alterações na memória, personalidade e habilidades espaciais e visuais;
  • Estágio II (forma moderada) – dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos; agitação e insônia;
  • Estágio III ( forma grave) – resistência à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer, deficiência motora progressiva;
  • Estágio IV (terminal) – restrição ao leito, mutismo, dor à deglutição, infecções intercorrentes.

 

Veja também: Como lidar com o paciente de Alzheimer?

 

Diagnóstico

 

Não há um teste diagnóstico definitivo para a doença de Alzheimer. A doença só pode ser realmente diagnosticada por exame do tecido cerebral obtido por biópsia ou na autópsia após a morte. Médicos baseiam o diagnóstico no levantamento minucioso do histórico pessoal e familiar, em testes psicológicos e por exclusão de outros tipos de doenças mentais. Mesmo assim, estima-se que o diagnóstico possa estar equivocado em 10% dos casos.

 

Tratamento do Alzheimer

 

Até o momento, a doença permanece sem cura. O objetivo do tratamento é minorar os sintomas. Atualmente, estão sendo desenvolvidos medicamentos que, embora em fase experimental, sugerem a possibilidade de controlar a doença.

 

Vídeo: Dr. Drauzio fala sobre a socialização do paciente com Alzheimer

 

Recomendações sobre o Alzheimer

 

Cuidar de doentes de Alzheimer é desgastante. Procurar ajuda com familiares e/ou profissionais pode ser uma providência absolutamente necessária.

Seguem algumas sugestões de medidas que podem facilitar a vida dos doentes e de quem cuida deles:

  • Fazer o portador de Alzheimer usar uma pulseira, colar ou outro adereço qualquer com dados de identificação (nome, endereço, telefone etc.) e as palavras “Memória Prejudicada”, porque um dos primeiros sintomas é o paciente perder a noção do lugar onde se encontra;
  • Estabelecer uma rotina diária e ajudar o doente a cumpri-la. Espalhar lembretes pela casa (apague a luz, feche a torneira, desligue a TV etc.) pode ajudá-lo bastante;
  • Simplificar a rotina do dia a dia de tal maneira que o paciente possa continuar envolvido com ela;
  • Encorajar a pessoa a vestir-se, comer, ir ao banheiro, tomar banho por sua própria conta. Quando não consegue mais tomar banho sozinha, por exemplo, pode ainda atender a orientações simples como: “Tire os sapatos. Tire a camisa, as calças. Agora entre no chuveiro”;
  • Limitar suas opções de escolha. Em vez de oferecer vários sabores de sorvete, ofereça apenas dois tipos;
  • Certificar-se de que o doente está recebendo uma dieta balanceada e praticando atividades físicas de acordo com suas possibilidades;
  • Eliminar o álcool e o cigarro, pois agravam o desgaste mental;
  • Estimular o convívio familiar e social do doente;
  • Reorganizar a casa afastando objetos e situações que possam representar perigo. Tenha o mesmo cuidado com o paciente de Alzheimer que você tem com crianças;
  • Conscientizar-se da evolução progressiva da doença. Habilidades perdidas jamais serão recuperadas;
  • Providenciar ajuda profissional e/ou familiar e/ou de amigos, quando o trabalho com o paciente estiver sobrecarregando quem cuida dele.

 

Veja também: Doença de Alzheimer afeta mais mulheres que homens

 

Perguntas frequentes sobre o Alzheimer

 

Fazer exercícios físicos reduz o risco da doença de Alzheimer?

Sim. Segundo orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), praticar atividades físicas regularmente, ter uma alimentação equilibrada, não fumar e controlar a pressão arterial e o nível de açúcar no sangue são ações que ajudam a reduzir o risco de demência, condição que atinge mais de 50 milhões de pessoas no mundo. A doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência.

 

O que o paciente esquece primeiro?

No início, as memórias recentes são as mais comprometidas, pois as informações que aconteceram há pouco tempo não são registradas de forma adequada. É comum que o paciente esqueça um telefonema que acabou de fazer ou o que comeu no almoço, por exemplo. Com o passar do tempo e a evolução da doença do Alzheimer, as lembranças do passado também são atingidas.

 

Quais são os principais fatores de risco?

A prevalência da doença de Alzheimer é muito alta após os 85 anos. A partir dos 65, o risco duplica a cada cinco anos. Apesar disso, existem casos mais raros em pessoas na faixa dos 50 anos. O risco também é maior em pessoas que têm Síndrome de Down, com histórico familiar da doença e em mulheres.

 

Como contar ao paciente sobre o diagnóstico?

Não há recomendação única. Contar ou não ao paciente com Alzheimer que ele tem a doença é uma decisão da família, mas profissionais de saúde envolvidos no caso podem auxiliar nessa decisão. É indicado que a família pese os prós e contras de revelar a notícia. Em alguns casos, a decisão é de não falar para evitar o sofrimento da pessoa diante da perspectiva de prejuízos que afetarão sua vida.

 

Como tornar a rotina mais tranquila?

No estágio inicial, é importante permitir que a pessoa seja produtiva e tenha sua independência. Algumas medidas podem auxiliar o paciente no dia a dia, como fazer passeios, atividades como fisioterapia e academia e reduzir opções de escolha do paciente (diminuir a quantidade de peças do guarda-roupa, por exemplo, a fim de evitar frustração e estresse na hora de vestir uma roupa).

 

De que forma lidar com episódios agressivos?

Pessoas com a doença de Alzheimer podem ter momentos de agressividade de vez em quando. Esses episódios podem acontecer de repente, sem razão aparente, ou surgirem após alguma frustração, desconforto (como dor, cansaço ou sono) ou por conta de fatores externos (como multidões ou ambientes com pessoas desconhecidas). É preciso ter paciência e tentar entender o que levou àquilo para prevenir acontecimentos semelhantes no futuro. É importante limitar as distrações do paciente, além de conversar calmamente e em tom suave.

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