Três pesquisas II | Artigo

Novas pesquisas na área da saúde avançam sobre os temas do consumo de carne, do tabagismo e da gripe. Leia mais no artigo do dr. Drauzio.

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Publicado em: 18 de abril de 2011

Revisado em: 22 de outubro de 2021

Novas pesquisas na área da saúde avançam sobre os temas do consumo de carne, do tabagismo e da gripe.

 

Carne vermelha X Colesterol

 

Acaba de ser publicado um estudo que representa um alívio para os amantes dos prazeres da carne.

As 191 pessoas que apresentavam colesterol pouco ou moderadamente elevado (LDL entre 130 e 190 e triglicérides menor do que 350) foram submetidas a uma dieta que permitia consumo diário de 170 g de carne magra, cinco vezes por semana. Os participantes foram divididos em dois grupos: no primeiro, 80% desses 170 g diários foram consumidos na forma de carne “magra” de boi, vitela ou porco. No segundo, igual porcentagem de carne magra de frango ou peixe. A carne de carneiro completou os 20% restantes em ambos os grupos. Depois de 36 dias, nos dois grupos, as concentrações médias de colesterol foram praticamente idênticas.

O dogma de que carne vermelha é um veneno para o colesterol tem sido abalado por vários trabalhos recentes. Vale apenas lembrar que o estudo se refere apenas ao consumo de carne magra. Um bife “gordo” de 80 g contém cerca de 22 g de gordura, enquanto o mesmo peso de carne “magra” contém apenas 2 g a 4 g.

 

Veja também: Leia um artigo sobre outras três pesquisas em saúde

 

Prevenção da gripe

 

É incrível o número de pessoas que toma vitamina C para evitar gripes e resfriados. Para a felicidade da indústria, muitos médicos prescrevem esse placebo com a mesma finalidade, sem qualquer evidência experimental de que vitamina C tenha ação contra os vírus da gripe.

Graças a uma nova droga, chamada Zanamivir, a prevenção da gripe parece entrar numa nova fase, baseada em observações científicas. Zanamivir inibe seletivamente uma enzima do vírus da gripe e impede sua multiplicação.

Num estudo conduzido nas universidades de Michigan e Missouri entre 1.107 adultos saudáveis, com idade média de 29 anos, o Zanamivir foi usado por spray nasal, uma vez por dia, por 28 dias, durante uma epidemia de gripe na comunidade, durante o inverno.

A eficácia do Zaminivir na prevenção de gripes confirmadas laboratorialmente foi de 67% e na prevenção de quadros febris, 84%. Os efeitos colaterais da administração da droga por via nasal foram desprezíveis. O Zaminivir ainda não está disponível no mercado.

 

Antidepressivo x Cigarro

 

A nicotina provoca dependência química tão forte, que, dos 20 milhões de americanos que tentam largar de fumar anualmente, apenas 6% conseguem. Os adesivos de nicotina disponíveis no mercado ajudam, mas 70% a 80% dos que os usam, falham. Um dos fatores responsáveis por essas falhas parece ser a depressão psicológica que o fumante experimenta quando tenta livrar-se da dependência.

Para avaliar o impacto do uso de um antidepressivo, a bupropiona, como auxiliar no tratamento das crises de abstinência da nicotina, foram estudados 893 adultos fumantes, dispostos a abandonar o cigarro. Os pesquisadores das universidades de Wisconsin e Arizona dividiram-nos em quatro grupos: placebo (pílula inerte), oito semanas de adesivo, nove semanas de comprimidos diários de bupropiona, e o quarto grupo recebeu adesivos mais bupropiona.

Depois de 12 meses, haviam deixado de fumar: 15,6% do grupo placebo; 16,4% dos que usaram apenas o adesivo; 30,4% dos que tomaram bupropiona; e 35,5% dos que usaram adesivo associado à bupropiona.

Nesse estudo, a bupropiona praticamente dobrou o número de pessoas que conseguiu manter-se livre da droga por pelo menos um ano. O efeito colateral mais encontrado entre os que tomaram o antidepressivo foi insônia. A bupropiona pode ser encontrada no mercado brasileiro, vale a pena conversar com seu médico.

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