Prevenção ao câncer é possível em grande parte dos casos, segundo o estudo mais completo sobre a proporção do número de casos e de mortes por câncer.
Câncer é doença passível de prevenção.
Acaba de ser publicado o estudo mais completo sobre a proporção do número de casos e de mortes por câncer, atribuíveis a fatores de risco modificáveis.
Com base num levantamento de dados do Center for Diseases Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos, os autores estimaram a incidência e as mortes por 26 tipos de câncer, em mulheres e homens com mais de 30 anos, associadas à exposição aos seguintes fatores dependentes do estilo de vida: cigarro, fumo passivo, excesso de peso, abuso de álcool, baixo consumo de frutas, vegetais e fibras, baixa ingestão de cálcio, inatividade física, consumo de carne vermelha e de carne processada, radiações ultravioleta e seis tipos de infecção por germes relacionados com o câncer.
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Excluindo-se os cânceres de pele não melanoma, 42% dos tumores malignos incidentais e 45% das mortes por câncer foram atribuídos a fatores evitáveis.
O cigarro foi responsável pela proporção mais elevada: 19% do total de casos e 28,8% das mortes. Em segundo lugar, veio o excesso de peso: 7,8% e 6,5% respectivamente. Em terceiro, o consumo de álcool: 5,6% e 4%, respectivamente. Em seguida, radiação ultravioleta e inatividade física.
O cigarro foi causa de 23,6% do total dos cânceres masculinos e 14,5% do total feminino. Cerca de 1/4 dos casos ocorreram em ex-fumantes e fumantes passivos.
Sua maior influência foi no câncer de pulmão. Depois, vieram em ordem decrescente: laringe, esôfago, faringe, cavidade oral e nasal, seios paranasais, bexiga urinária, cólon, reto e outros (pâncreas, rim, mama, colo uterino, estômago, etc).
A inatividade física foi responsável por 2,5% do total de casos. Entre eles, corpo uterino (26,7%), cólon e reto (16,3%), mama (3,9%).
O excesso de peso esteve associado a 4,8% dos cânceres nos homens e a 10,9% nas mulheres. Os mais frequentes foram: corpo uterino, mama, vesícula biliar, fígado, rim, esôfago e estômago.
Consumo de álcool foi a terceira causa nos homens e a quarta nas mulheres. Nos homens, quase metade dos casos de câncer da cavidade oral e da faringe; nas mulheres, 1/4 dos carcinomas de esôfago, de cavidade oral e faringe.
Em relação à dieta, a proporção em relação ao total variou de 0,4% nas dietas com baixas concentrações de cálcio a 1,9% naquelas pobres em frutas e vegetais.
As proporções se tornaram mais altas, quando foi analisado cada tipo específico de tumor. A maior influência foi nos cânceres de cólon e reto: de 4,9% nas dietas pobres em cálcio, a 10,3% naquelas pobres em fibras. Ainda nesse tipo de câncer, o consumo de carne vermelha foi responsável por 5,4% dos casos em homens e 8,2% em mulheres.
Baixo consumo de frutas e vegetais estava associado aos cânceres de cavidade oral e faringe (17,6%), laringe (17,4%) e pulmão (8,9%).
A inatividade física foi responsável por 2,5% do total de casos. Entre eles, corpo uterino (26,7%), cólon e reto (16,3%), mama (3,9%).
A combinação de excesso de peso, consumo de álcool, dieta pobre e inatividade física foi a causa de 13,9% do total de casos em homens (só perdeu para o fumo, 24%). Nas mulheres, a combinação foi responsável por 24% do total (ganhou do fumo, 14,8%).