Vírus sincicial respiratório

O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos principais agentes de uma infecção aguda nas vias respiratórias, que pode afetar os brônquios e os pulmões. Na maior parte dos casos, ele é responsável pelo aparecimento de bronquiolite aguda e pneumonia, especialmente em bebês prematuros.

O vírus sincicial respiratório (VSR) prolifera-se em ambientes pouco ventilados e com muita gente e provoca uma doença altamente contagiosa.

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Publicado em: 7 de junho de 2016

Revisado em: 30 de março de 2021

O vírus sincicial respiratório (VSR) prolifera-se em ambientes pouco ventilados e com muita gente e provoca uma doença altamente contagiosa.

 

O vírus sincicial respiratório (VSR), que pertence ao gênero Pneumovirus, é um dos principais agentes de uma infecção aguda nas vias respiratórias, que pode afetar os brônquios e os pulmões. Na maior parte dos casos, ele é responsável pelo aparecimento de bronquiolite aguda (inflamação dos bronquíolos, ramificações cada vez mais finas dos brônquios que penetram nos alvéolos pulmonares) e pneumonia, especialmente em bebês prematuros, no primeiro ano de vida. Até mesmo aqueles que receberam anticorpos das mães durante a gestação são vulneráveis à infecção pelo vírus sincicial respiratório.

Segundo a Associação Americana de Pediatria, fazem parte dos grupos de risco para desenvolver formas graves da doença, além dos prematuros, os portadores de distúrbios cardíacos congênitos, de doenças pulmonares crônicas e de imunodeficiência congênita ou adquirida. Tabagismo passivo, ambientes pouco ventilados e com muita gente, desmame precoce visto que pode afetar o fortalecimento do sistema imunológico da criança, são outras condições que favorecem a manifestação desses quadros infecciosos.

A infecção pelo VSR é altamente contagiosa. Há evidências de que até os três anos de idade, todas as crianças já entraram em contato com esse vírus sem desenvolver a forma grave da doença. Além disso, como não confere imunidade permanente, ao longo da vida a pessoa pode apresentar episódios recorrentes da enfermidade, mas com sintomas menos agressivos.

Apesar de não estarem associados à vigência de baixas temperaturas, os casos de infecção pelo VSR são mais frequentes no final do outono, durante o inverno e no início da primavera, o que, no hemisfério sul, corresponde aos meses compreendidos entre maio e setembro. Já, nas localidades de clima tropical ou subtropical, os surtos sazonais ocorrem mais no período chuvoso.

Qualquer pessoa pode ser infectada pelo vírus sincicial respiratório. As manifestações clínicas variam de acordo com a idade (nos dois extremos da vida são mais graves), a exposição anterior ao vírus e a existência de doenças subjacentes.

 

Transmissão

 

O vírus sincicial respiratório penetra no organismo saudável através das mucosas da boca, do nariz ou dos olhos, e nele pode permanecer por semanas. O período de transmissão começa dois dias antes de aparecerem os sintomas e só termina quando a infecção está completamente controlada.

O contágio se dá pelo contato direto com as secreções eliminadas pela pessoa infectada quando tosse, espirra ou fala e, de forma indireta, pelo contato com superfícies e objetos contaminados (brinquedos e maçanetas de portas, por exemplo), nos quais o vírus pode sobreviver por várias horas.

 

Sintomas

 

A infecção pelo vírus sincicial respiratório pode ser assintomática. No entanto, a maioria das pessoas infectadas desenvolve uma doença autolimitada, ou seja, os sintomas desaparecem espontaneamente em poucos dias. O período de incubação dura, em média, cinco dias. Nos adultos e crianças maiores com boas condições de saúde, os sintomas são semelhantes aos do resfriado comum – secreção nasal, espirros, tosse seca, febre baixa, dor de garganta e dor de cabeça.

Com a progressão da doença, porém, a infecção pode alcançar o trato respiratório inferior e afetar bronquíolos, alvéolos e pulmões. Por isso, merecem atenção e cuidado os seguintes sinais clínicos: febre alta, muita tosse, dificuldade para respirar, adejo nasal (batimentos acelerados das asas do nariz provocado por obstrução das vias aéreas), cianose labial e nas extremidades (lábios e unhas arroxeados), pieira (sibilo ou chiado no peito provocado pelo estreitamento dos brônquios inflamados), tiragem intercostal (retração e afundamento dos espaços entre as costelas durante a inspiração), falta de apetite, letargia.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico leva em conta os sintomas, especialmente nas épocas do ano em que a infecção pelo vírus sincicial respiratório é mais comum.

Exames de laboratório realizados em amostras de sangue ou da secreção colhida no nariz e na garganta do doente podem ser úteis para identificar a presença do vírus ou de seus anticorpos e alertar os órgãos de saúde sobre a ocorrência de surtos sazonais epidêmicos. A radiografia do tórax é outro exame disponível para confirmar o diagnóstico.

 

Prevenção

 

Embora haja muitos projetos em andamento, ainda não existe uma vacina eficaz contra a infecção pelo vírus sincicial respiratório.  A prevenção está diretamente associada aos cuidados básicos de higiene, especialmente à lavagem frequente das mãos com água e sabão, à aplicação de álcool gel antes e depois de entrar em contato com o doente e à desinfecção de superfícies e objetos expostos a secreções corporais contaminados pelo vírus. Evitar aglomerações em locais fechados e manter distância das pessoas que apresentam sinais da doença são outras medidas importantes para controlar a disseminação do VRS.

Crianças até os dois anos de idade, com alto risco de desenvolver complicações graves se forem infectadas pelo vírus sincicial respiratório, podem contar com um medicamento profilático – a imunoglobina monoclonal humanizada – para prevenir a forma grave da doença. Chama-se palivizumabe, teve o registro aprovado pela Anvisa e a distribuição gratuita é garantida pelo SUS.  O remédio deve ser administrado em cinco doses consecutivas, uma a cada 30 dias. A primeira deve ser aplicada um mês antes do início do período sazonal previsto para maior circulação do vírus.

 

Tratamento

 

Como costuma ocorrer com a maioria das viroses, o tratamento é sintomático. Na maioria dos casos, basta recorrer a medicamentos para baixar a febre, aliviar a dor e o mal-estar, fazer repouso, tomar muito líquido para evitar a desidratação e permanecer em ambientes com ar umidificado para facilitar a saída da secreção nasal e acalmar a tosse.

Pacientes com insuficiência respiratória grave devem ser hospitalizados para receber suporte ventilatório mecânico e medicamentos específicos, como broncodilatadores e antibióticos, se houver uma infecção por bactérias associada o que pode agravar o quadro e até levar à morte.

O antiviral ribaverina, utilizado sob a forma de aerosol microparticulado, demonstrou efeitos benéficos no tratamento da infecção do trato respiratório inferior pelo VRS. No entanto, embora essa droga tenha recebido aprovação do FDA (Food and Drug Administration) americano, é contraindicada para crianças que necessitam de ventilação assistida e para mulheres grávidas ou que pretendem engravidar, porque pode prejudicar o desenvolvimento do feto.

 

Recomendações

 

  • Lembre que a lavagem e higienização das mãos antes e depois de lidar com o paciente ou com objetos e superfícies por ele contaminados é medida essencial para evitar a infecção pelo vírus sincicial respiratório, que é muito contagioso;
  • Procure atendimento médico sem demora, se, independentemente da idade, a pessoa apresentar dificuldade para respirar, febre alta e coloração azulada nos lábios e nas unhas;
  • Considere que a dor de ouvido dos bebês e das crianças pequenas pode ser sintoma de uma infecção aguda da orelha média, que ocorre quando o vírus sincicial respiratório penetra nos espaços atrás do tímpano;
  • Mantenha o doente longe da fumaça de cigarro;
  • Esteja atento. Adultos maiores de 60 anos, crianças com menos de dois anos, pessoas com doenças do coração e do pulmão, transplantados e imunodeprimidos são pacientes de risco para a forma grave da infecção pelo VSR, que pode levar a óbito se não receber o atendimento necessário.

 

Referências

 

www.mayoclinic.org/diseases-conditions/index

www.clevelandclinic.org/diseasesandconditions

www.uptodate.com – Respiratory syncytial virus infection: Clinical features and diagnosis

www.revistacrescer.globo.com

www.prefeitura.sp.gov.br/…/informe_tcnico_14_virus_sincicial_respiratorio

Vírus sincicial respiratório | Programa Harvard Medical School Portugal

https://hmsportugal.wordpress.com/2012/01/02/virus-sincicial-respiratorio/

 

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