Estomatite herpética é caracterizada pelo aparecimento de manchas vermelhas na superfície da mucosa da boca e da garganta e que podem se espalhar para outras partes, como bochechas, lábios, língua e amídalas.
Estomatite é o nome que se dá a qualquer processo inflamatório que acomete a mucosa da boca. As causas variam muito. Nas crianças entre 6 meses e 5 anos, a mais comum é a infecção pelo herpesvírus humano simples do tipo 1 (HSV-1). A doença conhecida como gengivoestomatite herpética, em geral, se manifesta quando o organismo entra pela primeira vez em contato com esse vírus, o que pode acontecer também com as crianças mais velhas, os adolescentes e até com adultos sem exposição prévia ao HSV-1.
Uma das características da estomatite herpética é o enantema, ou seja, o aparecimento de manchas vermelhas na superfície da mucosa da boca e da garganta. Essas lesões podem espalhar-se pela parte interna das bochechas e dos lábios, pela língua, amídalas, céu da boca e gengivas, que passam a sangrar com muita facilidade.
Às vezes confundidas com as aftas comuns, as lesões da estomatite herpética são constituídas por vesículas esbranquiçadas na área central cercadas por um halo vermelho. Pequenas no início, elas podem aumentar de tamanho, romper-se e ligar-se a outras formando úlceras rasas, com bordas bem definidas e extremamente dolorosas.
O HSV-1 que provoca a estomatite herpética é o mesmo responsável pelo aparecimento das lesões labiais, quase sempre na área de transição entre a mucosa e os lábios. Uma vez infectada, a pessoa nunca mais se livra desse vírus, que penetra pelas terminações nervosas e instala-se no núcleo das células dos gânglios, onde permanece em estado de latência. Infelizmente, sob certas condições, ele pode ser reativado e provocar novos episódios da doença.
Sintomas da estomatite herpética
A gengivoestomatite herpética é uma doença contagiosa. Os sintomas aparecem, geralmente, uma semana após o contato com os fluidos corporais da pessoa infectada, seja ela sintomática ou assintomática.
Alguns sinais da doença podem ser confundidos com os de outras viroses:
- Febre;
- Falta de apetite;
- Irritabilidade;
- Insônia;
- Dor de cabeça e nas articulações;
- Gânglios aumentados de tamanho;
- Mau hálito.
Há casos em que esses sintomas são atribuídos à erupção dos dentes nas crianças, porque ela passa a babar muito em razão da maior produção de saliva (sialorreia) e da dificuldade para engolir (disfagia).
O primeiro episódio da infecção pelo VHS-1 costuma ser o mais grave e as ulcerações na mucosa da boca e da garganta podem durar de sete a 14 dias. São muito dolorosas.
Diagnóstico da estomatite herpética
Inicialmente, o diagnóstico da gengivoestomatite herpética leva em conta a aparência e a localização das lesões e os sintomas. Em alguns casos, pode ser necessário recorrer a exames de laboratórios para identificar o tipo do vírus ou determinar outras possíveis causas da doença.
Estabelecer o diagnóstico diferencial é de extrema importância para conduzir o tratamento adequado.
Tratamento da estomatite herpética
Não existe tratamento definitivo para a gengivoestomatite herpética, uma doença autolimitada que desaparece espontaneamente entre sete e 14 dias. O medicamento antiviral aciclovir, introduzido nas primeiras 72 horas da doença, reduz a replicação do vírus e, consequentemente, atenua a gravidade das lesões, diminui o tempo de contágio e o risco de complicações. A partir desse período, porém, o remédio deixa de fazer efeito, porque o vírus parou de multiplicar-se.
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Analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos são indicados para controle da dor, do mal-estar e da febre. Já os antibióticos e os antifúngicos não são recomendados como rotina, porque são ineficazes nas infecções por vírus.
O tratamento da estomatite herpética inclui cuidados especiais com a hidratação e a alimentação dos pacientes, que têm dificuldade para engolir e fazer a higiene bucal, porque a dor é muito forte.
Recomendações para tratar a estomatite herpética
- Procure assistência médica tão logo apareçam lesões avermelhadas ou ulcerativas na mucosa da boca ou na gengiva, que incha e sangra;
- Fuja da automedicação. Quanto mais depressa a moléstia for diagnosticada e o doente receber o tratamento adequado, menos graves serão os sintomas da gengivoestomatite herpética;
- Lave sempre as mãos antes e depois de entrar em contato direto com o doente e não permita que ele ponha as mãos na boca e depois nos olhos, o que pode provocar complicações da doença;
- Ofereça líquidos gelados, como sucos (não utilize frutas ácidas, tais como laranja, abacaxi, morango e limão), ou alimentos pastosos, por exemplo, sorvetes, iogurtes, cremes e purês. Nunca sirva alimentos muito condimentados ou quentes;
- Estimule a ingestão de água em pequenos goles, o que nem sempre é fácil, porque as lesões são muito dolorosas. Por isso, ao primeiro sinal de desidratação, encaminhe imediatamente o doente para atendimento médico;
- Informe-se sobre o uso de soluções antissépticas com propriedades anestésicas para a higiene da boca;
- Não aplique bicarbonato de sódio puro diretamente sobre as feridas nem soluções de formol, porque destroem as células nervosas e lesam mais ainda a mucosa oral.