Balanite e balanopostite

Balanite e balanopostite são inflamações da mucosa que reveste a glande. Ocorrem principalmente em homens portadores de fimose. Veja como tratar e prevenir.

Homem de cueca com as mãos à frente da região do pênis, órgão afetado pela balanite e pela balanopostite.

Compartilhar

Publicado em: 3 de setembro de 2012

Revisado em: 11 de agosto de 2020

Higiene íntima precária é a causa mais frequente das inflamações como a balanite e a balanopostite, que acometem a glande e o prepúcio do pênis.

 

Balanite é a inflamação da mucosa que reveste a glande (cabeça do pênis) associada ou não a uma infecção, que ocorre especialmente em homens portadores de fimose. Quando essa inflamação afeta somente o prepúcio (a pele que recobre a glande), chama-se postite. Quando atinge simultaneamente a glande e o prepúcio , a enfermidade recebe o nome de balanopostite.

 

Veja também: É preciso, sim, enxugar o pênis após urinar. Veja aqui as orientações sobre higiene íntima masculina

 

Causas de balanite e balanopostite

 

São considerados fatores de risco para a doença o diabetes tipo 2 — em virtude da maior concentração de açúcar na urina –, a obesidade, a baixa de imunidade e o uso de antibióticos de amplo espectro.

Porém, é ponto-chave para o surgimento da doença a ausência de hábitos regulares de higiene dos genitais. A falta de asseio favorece a formação de esmegma, uma secreção branca composta pela descamação de células mortas da pele, óleos e gorduras produzidas pelas glândulas do pênis e infectada por micro-organismos (fungos, vírus e bactérias) que se acumulam sob o prepúcio.

Dessa forma, a doença está muito relacionada ao estreitamento do prepúcio, que pode impossibilitar a limpeza adequada da glande e favorecer a manifestação de infecções locais e urinárias que acabam agravando o quadro.

A inflamação característica da balanite e da balanopostite pode ser causada também pelo contato com substâncias irritantes presentes em produtos de higiene (sabonetes, cremes) e farmacêuticos (pomadas, espermicidas, medicamentos) ou pelo contato direto com alguns tipos de tecido, que provocam irritação e alergias.

Candidíase, principalmente, e outras infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia, herpes simples, sífilis primária e secundária são condições associadas ao aparecimento das inflamações.

Há casos, porém, em que não se consegue determinar o que causou o problema.

 

Sintomas de balanite e balanopostite

 

Os principais sintomas são:

  • Dor;
  • Irritação;
  • Calor local;
  • Coceira;
  • Descamação da mucosa;
  • Secreção purulenta e cheiro desagradável debaixo do prepúcio.

A glande fica avermelhada e podem surgir pequenas lesões ulcerativas em sua superfície, além de edema (inchaço) que leva ao estreitamento do canal urinário. Outro sinal da doença é o intumescimento dos gânglios inguinais.

 

Diagnóstico de balanite e balanopostite

 

O diagnóstico leva em conta os sintomas e a aparência das lesões. Entretanto, pode ser necessário recorrer a exames laboratoriais a fim de determinar o agente causador específico da infecção para direcionar o tratamento.

Por sua relação com o diabetes, é útil também medir a glicemia.

Possível alergia ao látex do preservativo também deve ser investigada.

A biopsia é um exame importante nos casos em que há suspeita de uma complicação maligna.

 

Tratamento da balanite e da balanopostite

 

O tratamento indicado para balanite e balanopostite consiste principalmente em medicamentos tópicos e orais para combater a inflamação.

Quando há suspeita de infecção, o tratamento é diretamente determinado pela identificação do agente causador das doenças.

Nos quadros infecciosos, só depois de identificar o germe que causou a infecção é que se consegue definir a medicação eficaz (antibióticos, antifúngicos ou antimicóticos). Em tais situações, a indicação deve estender-se ao/à parceiro/a para evitar a reinfecção.

Se o problema estiver associado ao contato com substâncias irritantes, é preciso identificá-las e suspender seu uso. Em alguns desses casos, pode ser necessário prescrever medicação antialérgica.

A cirurgia de fimose é solução quando o estreitamento do prepúcio impede a exposição da glande e, consequentemente, a higiene adequada do local, o que facilita a ocorrência de complicações.

 

Prevenção da balanite e balanopostite

 

A higiene cuidadosa da glande e de toda a área genital é medida indispensável na prevenção tanto da balanite quanto da balanopostite. Retrair o prepúcio antes de urinar e enxugá-lo depois com papel higiênico, assim como lavar as mãos antes e depois de urinar são hábitos que devem ser adotados no dia a dia como forma de evitar a infecção.

A cirurgia de fimose para a retirada do prepúcio, quando indicada, parece ser um método eficaz para proteger contra as duas doenças.

 

Recomendações

 

  • Aproveite a hora do banho para caprichar na higiene de pênis. Retraia todo o prepúcio para poder lavar completamente a glande e retirar todos os sinais de esmegma. A falta de asseio nessa região pode ser responsável pelo desenvolvimento do câncer de pênis;
  • Não deixe se usar preservativo nas relações sexuais;
  • Lave cuidadosamente o pênis depois do ato sexual;
  • Previna as reações alérgicas, evitando roupas íntimas fabricadas com tecido sintético;
  • Não use roupas íntimas muito justas nem permaneça com sungas molhadas durante muito tempo;
  • Procure um urologista sem demora se a pele do prepúcio, uma vez retraída, não retornar à posição natural de repouso depois do ato sexual. 

 

Perguntas frequentes sobre balanite e balanopostite

 

O que é balanite xerótica obliterante?

É um tipo de lesão específica — também chamada de líquen escleroatrófico — caracterizada por manchas esbranquiçadas na ponta da glande que podem causar coceira e dor. A região afetada fica mais endurecida e vulnerável a sofrer rachaduras. Em geral, o tratamento inclui aplicação de pomadas corticosteroides. A progressão sem tratamento pode atingir a uretra e exigir cirurgia.

 

O que é balanite circinada?

É uma forma de inflamação na glande relacionada à síndrome de Reiter (artrite reativa), um quadro de dor, rigidez e inchaço nas articulações — principalmente nos membros inferiores — que é desencadeado semanas após uma infecção, muitas vezes gastrointestinal ou urinária. A palavra “circinada” refere-se ao aspecto em espiral e sinuoso das lesões. A síndrome também pode causar inflamação nos olhos e na uretra. Geralmente, é um problema auto-limitado e o tratamento consiste no alívio dos sintomas com uso de anti-inflamatórios e analgésicos e, em casos mais graves, corticosteroides e antibióticos.

 

Existem casos de balanopostite recorrente?

Sim, algumas pessoas podem ter inflamação que volta periodicamente. Em geral, se o paciente não apresenta infecções e mantém boas práticas de higiene, considera-se que tais casos provavelmente têm origem autoimune. Pode ser indicado o uso de corticosteroides, mas é essencial que se siga a orientação médica rigorosamente, pois o uso prolongado desse tipo de medicamento pode levar a fragilidade da pele da glande e facilitar infecções e inflamação persistentes. Dependendo do caso, pode ser indicada cirurgia de retirada da pele que recobre a glande (postectomia) mesmo que o indivíduo não tenha fimose.

Veja mais

Sair da versão mobile