Ácidos no rosto: quais são os riscos e indicações?

Alguns produtos podem ser usados para promover o rejuvenescimento facial e o clareamento da pele, mas existem riscos.


Equipe do Portal Drauzio Varella postou em Dermatologia

mulher deitada, de olhos fechados, enquanto esteticista aplica ácidos no rosto

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Publicado em: 29 de janeiro de 2024

Revisado em: 4 de março de 2024

Alguns produtos podem ser usados para promover o rejuvenescimento facial e o clareamento da pele, mas existem riscos no uso de ácidos no rosto.

 

O sonho de ter uma pele rejuvenescida, livre de rugas ou marcas de expressão pode levar à procura de tratamentos estéticos que, algumas vezes, são arriscados para a saúde — principalmente se o procedimento não for realizado por um especialista. 

É o caso da aplicação de ácidos no rosto, que pode ser realizada por meio de peelings químicos, ou seja, uma forma de esfoliação que acelera a renovação da pele, e também via preenchimentos cutâneos ou cremes que podem ser aplicados em casa.

“Os benefícios são de uso a longo prazo. Ocorre uma intervenção na pele, muda-se a textura e a pigmentação. No entanto, essas substâncias só devem ser aplicadas ou indicadas por um dermatologista. Isso evita o uso inadequado, o erro de concentração e efeitos colaterais indesejados”, destaca Elisete Crocco, chefe do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). 

 

Como funcionam os ácidos na pele?

Geralmente, os ácidos atuam como esfoliantes que ajudam na remoção de células mortas da camada mais externa da pele, promovendo sua renovação celular e deixando-a com um aspecto mais suave e radiante.

Eles também podem tratar diversas condições dermatológicas. Quem tem acne, por exemplo, pode se beneficiar do tratamento com ácidos, já que, ao penetrarem a pele, eles removem as impurezas e desobstruem os poros. 

Eles também podem estimular a produção de colágeno, que é uma proteína que contribui para a firmeza e a elasticidade da pele, o que ajuda a reduzir rugas e linhas finas. Por fim, os ácidos podem reduzir a hiperpigmentação, manchas escuras e irregularidades na tonalidade da pele.

        Veja também: Peeling de fenol é usado contra rugas e flacidez, mas pode ser perigoso quando feito de forma inadequada

 

Tipos de ácidos

Vale lembrar que a cada dia surgem novas técnicas de skincare que prometem o rejuvenescimento da pele ou clareamento de manchas. Mas é importante se atentar aos riscos e objetivos do tratamento indicado e avaliar a necessidade de começar o procedimento. 

Veja abaixo os principais tipos de ácidos que podem ser usados na pele:

  • Ácido tricloroacético (ATA): é usado para o tratamento de rugas e cicatrizes.
  • Ácido salicílico e ácido glicólico: melhora o aspecto da pele, reduz as rugas finas e manchas. Também contribui para a melhora da acne.
  • Ácido retinoico: frequentemente usado em creme no tratamento caseiro do envelhecimento da pele. Quando usado em peeling contribui para o tratamento da acne, melasma e envelhecimento cutâneo.
  • Ácido hialurônico: é uma substância usada para realizar o preenchimento cutâneo e corrigir rugas, cicatrizes e sulcos. É aplicada diretamente na região a ser tratada por meio de uma injeção. O objetivo é repor o volume e melhorar o contorno da face. 

 

Riscos dos ácidos para a pele e saúde

O uso inadequado e sem acompanhamento médico oferece diversos riscos à saúde e podem provocar sequelas na pele. Entre elas, estão: 

  • Irritação na pele: surgem sinais como vermelhidão, descamação, coceira e sensação de queimação;
  • Sensibilidade ao sol;
  • Descamação excessiva;
  • Reações alérgicas;
  • Interações medicamentosas ou com outros produtos, o que aumenta a irritação. 

“Para evitar prolongar os efeitos colaterais é fundamental usar protetor solar nos dias seguintes, a cada quatro horas no mínimo. A pele fica desprotegida e não deve ser exposta ao sol para não comprometer o tratamento e deixar a região ainda mais irritada”, afirma Caroline Semerdjian, dermatologista do Hospital Nove de Julho (SP). 

É importante também que os ácidos sejam introduzidos de uma forma gradual, ou seja, que o tratamento se inicie com concentrações mais baixas que aumentem aos poucos, para evitar irritações. Além disso, a indicação é manter a pele bem hidratada e evitar o ressecamento, que costuma ocorrer em alguns procedimentos. 

        Veja também: Por que nossa pele fica flácida com o passar dos anos?

 

Contraindicações do uso de ácidos no rosto

Geralmente, os tratamentos com ácidos na pele não são indicados para gestantes ou lactantes, já que não há pesquisas que garantam a sua segurança tanto para a mãe quanto para o feto. 

Também não devem ser aplicados quando há feridas “abertas” ou cortes na pele. 

Indivíduos com pele extremamente sensível são mais propensos a irritações. Nesses casos, é preciso realizar o tratamento com concentrações mais baixas de ácidos e monitorar as reações adversas. 

Pessoas com condições de pele, como eczema, psoríase ou rosácea precisam ser cautelosas ao usar ácidos, pois esses problemas de saúde podem ser agravados.

Além disso, quem já teve reações alérgicas a produtos para a pele ou ácidos específicos deve se atentar e avisar o dermatologista sobre possíveis alterações. 

Produtos contendo ácidos também não são recomendados para crianças, pois a pele é mais delicada e propensa a irritações.

 

Sobre a autora: Samantha Cerquetani é jornalista com foco em saúde e ciência e colabora com o Portal Drauzio Varella. Escreve sobre medicina, nutrição e bem-estar.

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