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Coluna da Mariana Varella

HPV: vacinação avança, e adolescentes de 15 a 19 anos também podem se vacinar

A cobertura da vacina contra o HPV aumentou, mas ainda é preciso imunizar jovens que não se vacinaram durante a pandemia de covid. Leia na coluna de Mariana Varella.

menino recebe a vacina contra o HPV no braço

Engana-se quem pensa que a desinformação sobre as vacinas é fenômeno recente. Desde que surgiu a primeira vacina, no fim do século 18, os imunizantes são vítimas de mitos sobre sua segurança e eficácia.

Nos últimos anos, com o advento das redes sociais e as mentiras propagadas a respeito da vacina contra a covid-19, o fenômeno vem se agravando.

Veja também: Por que vacinar seus filhos contra o HPV?

Uma das vacinas mais difamadas é a contra o HPV, o papilomavírus humano, cuja transmissão se dá por contato sexual. O vírus está relacionado a vários cânceres, como o de colo do útero, pênis, vulva, orofaringe (garganta), entre outros.

 

Aumento da cobertura vacinal e dose única

O Ministério da Saúde anunciou que em 2024 a cobertura vacinal do imunizante contra o HPV em meninas de 9 a 14 anos atingiu 82% (a média global é de 12%), ante os pouco mais de 78% em 2022. Em meninos, as taxas também subiram, mas são menores: cerca de 45% em 2022 para mais de 67% em 2024.

A meta é imunizar 90% do público-alvo até 2030, como parte do compromisso que o país assumiu com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para erradicar o câncer de colo do útero, cuja quase totalidade dos casos é provocada pelo HPV. Esse tipo de câncer é o terceiro mais comum entre as mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama e o colorretal.

Um dos motivo para o aumento da taxa de vacinação contra o vírus foi a mudança na estratégia. Antes recomendada em três doses e depois em duas doses, a vacina passou a ser aplicada em dose única no SUS no ano passado.

Imunizantes que exigem mais de uma dose costumam ter cobertura vacinal mais baixa, portanto a dose única facilita a operacionalização da vacina, contribuindo para a eliminação do câncer de colo do útero.

 

Aumento do público-alvo

Outra estratégia que vem contribuindo para o aumento da taxa de cobertura vacinal é o resgate do público-alvo que não havia sido imunizado anteriormente, em especial por conta da pandemia de covid.

No início do ano, o governo anunciou que meninos e meninas de 15 a 19 que não tivessem sido imunizados anteriormente também poderiam atualizar a vacinação pelo SUS até dezembro de 2025.

Isso porque o Ministério da Saúde identificou que, em 2024, o Brasil tinha 7 milhões de adolescentes desse faixa etária que não tinham se vacinado contra o HPV. Apesar da ampliação, no fim de agosto o governo afirmou que foram imunizados apenas cerca de 106 mil jovens de 15 a 19 anos.

“A gente precisar correr atrás de quem tem 15 a 19 anos e não se vacinou ainda”, disse recentemente o ministro da Saúde Alexandre Padilha em suas redes sociais.

 

Vacina contra o HPV no SUS

O SUS aplica gratuitamente a vacina quadrivalente, que protege contra os tipos mais comuns de HPV (6 e 11, de baixo risco e mais associados a casos de verrugas genitais, e 16 e 18, de alto risco e mais associados a casos de câncer), em dose única em meninas e meninos de 9 a 14 anos.

Pessoas imunodeprimidas (que vivem com HIV, transplantados e pacientes oncológicos), vítimas de abuso sexual de 9 a 45 anos, pessoas com papilomatose respiratória aguda (PRR) e usuários de PrEp de 15 a 45 anos também podem se vacinar pelo SUS, mas em esquema diferente, com mais doses (informe-se aqui).

 

Vacina contra o HPV no sistema privado

Na rede privada, utiliza-se a nonavalente, que oferece proteção contra nove tipos de vírus HPV (6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52, 58). Ela está disponível para homens e mulheres entre 9 e 45 anos.

Para meninas e meninos até 19 anos, 11 meses e 29 dias, são recomendadas duas doses, com um intervalo de seis meses entre elas.

Para pessoas a partir de 20 anos e imunodeprimidos, são recomendadas três doses, sendo a segunda, um a dois meses após a primeira, e a terceira, seis meses após a primeira dose (0 – 1 a 2 – 6 meses).

O preço da nonavalente pode chegar a mil reais a dose.

Veja também: Por que a vacina contra o HPV é indicada até os 45 anos?

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