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Coluna da Mariana Varella

Hantavirose: taxa de letalidade por hantavírus no Brasil é de quase 40%

mão de profissional com luva, segurando tubo de exame em que se lê "hantavírus". veja como prevenir a hantavirose.
Publicado em 13/03/2025
Revisado em 21/03/2025

Taxa de letalidade por hantavirose no Brasil é de quase 40%. Saiba os sintomas e as formas de prevenir a contaminação por hantavírus na coluna de Mariana Varella.

 

A morte de Betsy Arakawa, esposa do ator Gene Hackman, provocada por uma hantavirose, embora ocorrida nos Estados Unidos, despertou o interesse do mundo sobre o tema. 

A doença, rara e grave, é causada por um vírus pertencente à família Hantaviridae. Os hantavírus em geral são transmitidos pela aspiração de secreções e dejetos eliminados por roedores.

Veja também: Virose de mosca: o que é e como prevenir

É uma zoonose, ou seja, sua principal via de transmissão é o contato com urina, saliva ou fezes de roedores que carregam o vírus. 

De acordo com o Ministério da Saúde, outras formas de contaminação por hantavírus são:

  • Percutânea, por meio de escoriações cutâneas ou mordedura de roedores;
  • Contato do vírus com mucosa (conjuntival, da boca ou do nariz), por meio de mãos contaminadas com excretas de roedores;
  • Transmissão pessoa a pessoa, relatada, de forma esporádica, na Argentina e Chile, sempre associada ao hantavírus Andes.

 

Sintomas da hantavirose

Há vários tipos de hantavírus e, portanto, de hantaviroses, mas nas Américas, a doença se manifesta tanto como uma doença febril aguda inespecífica quanto como quadros pulmonares e cardiovasculares mais graves.

O período de incubação do vírus, ou seja, o período que os primeiros sintomas começam a aparecer a partir da infecção, é, em média, de 1 a 5 semanas, com variação de 3 a 60 dias. 

Os sintomas iniciais da hantavirose são semelhantes aos de uma gripe: febre, mal-estar, calafrios, sintomas gastrointestinais, dor no corpo, nas articulações e de cabeça. Ao evoluir, a doença pode provocar sintomas cardiorrespiratórios, como respiração acelerada, falta de ar, taquicardia, tosse seca e falência dos pulmões e coração.

Nessa fase, a doença passa a ser chamada de síndrome cardiopulmonar por hantavírus (SCPH).

 

Hantavirose no Brasil

Há casos de hantavirose registrados em todas as regiões brasileiras. Contudo, Sul, Sudeste e Centro-Oeste concentram o maior percentual de casos confirmados, ainda segundo o Ministério da Saúde. 

As infecções ocorrem principalmente em áreas rurais, em situações ocupacionais relacionadas à agricultura. A taxa de letalidade média é de 46,5% e a maioria dos pacientes necessita de assistência hospitalar.

No período de 2013 a dezembro de 2023, o Brasil confirmou 758 casos de hantavirose, com 299 óbitos pela doença. A taxa de letalidade no período avaliado foi de 39,4%, de acordo com o 56º Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, de fevereiro deste ano.

 

Prevenção e tratamento 

Para prevenir as hantaviroses, é preciso evitar o contato com os roedores silvestres e os resíduos eliminados por esses animais.

Para isso, é necessário adotar medidas que impeçam a aproximação dos roedores, como, por exemplo, limpar o terreno em volta da casa, evitar acumular entulhos na propriedade, manter alimentos guardados em recipientes fechados e à prova de roedores, entre outras que impeçam o contato entre seres humanos e roedores silvestres.

Como a hantavirose é uma doença com transmissão respiratória, profissionais que possam estar expostos, como trabalhadores rurais, devem utilizar equipamentos de proteção individual, como luva, máscara PFF3 e óculos de proteção.

Para o diagnóstico, é preciso realizar exames laboratoriais específicos  em laboratórios de referência. 

Não há um tratamento específico para as infecções por hantavírus, apenas medidas terapêuticas de suporte, que devem ser ministradas por um médico.

 

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