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Coluna da Mariana Varella

Elefantíase deixa de ser problema de saúde pública no Brasil

perna de mulher com filariose linfática (elefantíase)
Publicado em 03/10/2024
Revisado em 03/10/2024

OMS reconhece que Brasil que a filariose linfática, também conhecida como elefantíase, não é mais um problema de saúde pública no país. Leia na coluna de Mariana Varella.

 

A filariose linfática, conhecida como elefantíase, não é mais considerada um problema de saúde pública no Brasil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A organização parabenizou oficialmente o país nesta terça -feira (1). Em comunicado, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou: “Eliminar uma doença é uma conquista importante, que exige um compromisso inabalável. Parabenizo o Brasil pelos seus esforços para libertar seu povo do flagelo dessa doença dolorosa, desfigurante, incapacitante e estigmatizante”.

Veja também: Doenças tropicais

Para ele, o caso brasileiro serve sobretudo como exemplo no combate às doenças tropicais negligenciadas. As doenças negligenciadas, como malária e doença de Chagas, são aquelas causadas por agentes infecciosos ou parasitas e consideradas endêmicas em populações socialmente vulneráveis, em especial as que vivem em regiões tropicais em desenvolvimento.

 

Eliminação da filariose linfática

O último caso de filariose linfática registrado no Brasil ocorreu em 2017, na região metropolitana do Recife. Desde então, não houve mais registros da doença, graças a décadas de ações integradas que incluíram o desenvolvimento de um plano nacional para eliminar a doença em 1997, a distribuição em massa de medicamentos antiparasitários, o controle do vetor e uma forte vigilância epidemiológica nas áreas mais afetadas.
A eliminação da doença era um dos objetivos do Programa Brasil Saudável, lançado em fevereiro deste ano com o intuito de acabar com as doenças determinadas socialmente, aquelas para as quais há prevenção e cura e que atingem sobretudo as populações mais vulneráveis.
A OMS já reconheceu outros 19 países além do Brasil por terem eliminado a doença como um problema de saúde pública, como por exemplo Egito, Sri Lanka, Tailândia, Vietnã, entre outros. O Brasil passa, assim, a ser o 53º país a eliminar de seu território ao menos uma doença tropical negligenciada.

Elefantíase

A filariose linfática causa um acúmulo de líquido nos membros e em outras regiões do corpo, como mamas e testículos.
A infecção ocorre quando um mosquito Culex quiquefasciatus (pernilongo ou muriçoca) infectado com larvas do verme Wuchereria Bancrofti pica uma pessoa sadia.
Depois de penetrar na pele dos seres humanos, então, as larvas migram para a região dos linfonodos (gânglios), onde se desenvolvem até a fase adulta. Após a reprodução dos vermes adultos, a infecção atinge a corrente sanguínea, e caso um mosquito pique a pessoa, ele se infectará, reiniciando, assim, o ciclo de transmissão.

Sintomas e tratamento da filariose linfática

Os sintomas dependem da região onde os vermes adultos se desenvolverão. Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas incluem:
  • acúmulo anormal de líquido (edema) nos membros, seios e bolsa escrotal;
  • aumento do testículo (hidrocele);
  • crescimento ou inchaço exagerado dos membros, seios e bolsa escrotal.

As manifestações mais visíveis, dolorosas e incapacitantes da doença podem ocorrer anos após a infecção

Por fim, o medicamento de escolha para tratar a filariose é o dietilcarbamazina (DEC) em dose oral de 50 mg do princípio ativo da droga.

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