Álcool: qual a quantidade eleva risco de câncer?

O álcool eleva o risco de vários tipos de câncer. Saiba qual a quantidade considerada nociva à saúde na coluna de Mariana Varella.

close em mãos de pessoas segurando copos de cerveja , em um brinde no bar. Álcool eleva risco de vários tipos de câncer

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Publicado em: 14 de março de 2024

Revisado em: 14 de março de 2024

O álcool está relacionado a vários tipos de câncer, mesmo em quantidades moderadas. Leia na coluna de Mariana Varella.

 

Durante anos, a indústria do álcool ajudou a difundir a ideia de que o uso moderado de bebidas alcoólicas poderia fazer bem à saúde. Nas últimas décadas, no entanto, evidências científicas têm mostrado que não há nível seguro de consumo de álcool, que está associado, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a mais de 60 doenças, entre elas o câncer.

De fato, a substância aumenta o risco de câncer de orofaringe, laringe, esôfago, colorretal, fígado e mama (nas mulheres). Alguns estudos mostram que beber mais de três doses por dia também aumenta a probabilidade de desenvolver câncer de estômago, pâncreas e próstata.

Veja também: Distúrbios associados ao uso de álcool

Quanto menor o consumo de álcool, menor o risco de câncer, afirma o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), um dos órgãos que ajudam a definir políticas públicas de saúde nos Estados Unidos.

Não importa qual a bebida escolhida para consumo, qualquer quantidade de cerveja, vinho ou destilado aumenta a probabilidade de desenvolver determinados tipos de câncer. Esse risco é dose-dependente, o que significa que ele cresce conforme a ingestão de álcool aumenta.

Quando ingerimos bebidas alcoólicas, o fígado metaboliza o etanol e o converte em acetaldeído, que é tóxico para o organismo e carcinogênico, pois provoca danos no DNA que podem fazer com que determinadas células cresçam desordenadamente, formando tumores.

É importante salientar que há outros fatores que podem tornar as pessoas mais ou menos propensas a desenvolver câncer, como sedentarismo, obesidade, alimentação, idade, tabagismo e, claro, genética.

Assim, para interpretar o aumento de risco de uma pessoa desenvolver determinada doença, deve-se sempre considerar os fatores individuais.

 

Doses

Para quem não quer parar de beber, é orientado como estratégia de redução de danos o consumo moderado de álcool. O  CDC definiu como:

  • Consumo moderado de álcool: uma dose ou menos de bebida por dia para mulheres e duas doses ou menos por dia para homens;
  • Uso excessivo e abusivo de álcoo: oito doses ou mais por semana para mulheres e 15 doses ou mais por semana para homens;
  • Binge: quatro doses ou mais para mulheres e cinco doses ou mais para homens em uma única ocasião também é nocivo à saúde.

Mas, afinal, como definir uma dose de álcool, já que bebidas diferentes contêm quantidades distintas da substância?

Segundo o CDC, uma dose de bebida alcóolica pode ser definida como 355 ml de cerveja, 148 ml de vinho e 44 ml de destilados, como cachaça e vodka. 

A OMS arredondou a conta e estabeleceu como uma dose:

  • 350 ml de cerveja (uma latinha padrão da bebida);
  • 150 ml de vinho;
  • 45 ml de destilados.

As culturas ocidentais não apenas toleram o consumo de álcool, como o incentivam de muitas maneiras. Como resultado, o uso abusivo da substância tornou-se um problema de saúde pública grave na maioria dos países ocidentais, com repercussões nas taxas de homicídios, violência doméstica, acidentes e inúmeras doenças.

No Brasil, somos muito mais tolerantes com o álcool do que com outras drogas psicoativas. Assim, nos casos em que a abstinência total não for desejável, consumir quantidades moderadas de álcool ajuda a reduzir o risco de câncer e outras doenças associadas à substância.

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