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Especial vacina influenza | Checagem

ampola e seringa da vacina contra influenza
Publicado em 27/03/2020
Revisado em 11/08/2020

Além do desafio de conter a disseminação da covid-19, enfrentamos também o desafio de vacinar o maior número possível de pessoas contra a gripe. Veja mitos e verdades sobre a vacina contra influenza.

 

CONTEXTO

 

Com a chegada do novo coronavírus (SARS-CoV-2) ao Brasil, o Ministério da Saúde decidiu antecipar o início da campanha de vacinação contra a influenza (gripe).  A partir de agora, além do desafio de conter a disseminação a covid-19, enfrentamos também o desafio de vacinar o maior número possível de pessoas para evitar que desenvolvam outra doença do trato respiratório, a gripe.

Veja também: Vacina da gripe ajuda contra o novo coronavírus?

Muitos são os argumentos utilizados por pessoas que se opõem à vacinação contra a gripe. Para descobrir o que é fato e o que é mito, do ponto de vista científico, sobre a vacina da gripe, Drops verificou os cinco motivos mais recorrentes para justificar a opção de não se vacinar. São eles:

 

CHECAGEM

 

  • É melhor ser imunizado pela doença do que pela vacina – FALSO

As vacinas interagem com o sistema imunológico para gerar a resposta semelhante àquela produzida pela infecção natural, mas fazem isso sem causar a doença em si ou colocar a pessoa imunizada em risco. Ou seja, as vacinas permitem que se crie imunidade de forma segura e controlada. 

Quando a imunidade é adquirida por meio de uma infecção natural, existe a possibilidade de que ocorram consequências graves para a saúde.

Para a Sociedade Brasileira de Imunizações, as vacinas atuais produzem imunidade duradoura e eficiente¹. Segundo o guia elaborado pelo Center for Deseases Control and Prevention (CDC)², tanto ficar doente como ser vacinado proporcionam proteção futura contra uma doença. A diferença é que com a vacina você não está exposto aos riscos e sintomas da doença. 

 

  • Mulheres grávidas não devem tomar a vacina da gripe – FALSO

DROPS consultou o posicionamento de algumas das principais entidades de referência sobre vacinação contra gripe para gestantes  e todas foram unânimes em afirmar que grávidas não só podem como devem tomar a vacina contra o vírus da gripe. 

 

O Ministério da Saúde brasileiro explica que  a vacina tem um efeito protetor enorme tanto para a mãe quanto para a criança. A mãe porque na gravidez, pela sua condição de gestante, ela tem uma baixa imunidade, então ela está mais propensa a adquirir a gripe. A criança quando nasce ela só vai poder tomar a vacina a partir dos seis meses, então essa criança estará desprotegida. Quando a mãe toma a vacina, ela passa anticorpos para o seu filho, ainda na barriga, e a criança vai nascer já com uma imunidade que nós chamamos de passiva, que vai da mãe para o filho”³.

Além do governo brasileiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS)⁴, o Centers for Diseases Control and Prevention (CDC)⁵ e o governo britânico 6 também defendem a aplicação da vacina da gripe em gestantes.

 

  • Vacina da gripe causa gripe – FALSO

Muitos posts de redes sociais reproduzem o mito de que ao ser imunizado com a vacina da gripe o paciente passa a carregar o vírus, podendo, assim, manifestar a doença e ainda transmiti-la para outras pessoas.

No entanto, de acordo com o Centers for Diseases Control and Prevention (CDC)⁷ e com a Harvard Medical School⁸, essa possibilidade não existe. As vacinas da gripe são elaboradas com vírus inativados (mortos) ou com apenas um gene do vírus original e isso garante que ninguém ficará gripado ao ser imunizado.

 

  • Vacina da gripe não funciona – FALSO

A eficácia da vacina contra a influenza é tema recorrente na época das campanhas de vacinação. 

Segundo as revisões sistemáticas de estudos sobre o tema feitas pela revista “The Lancet⁹ e pelo instituto Cochrane¹⁰, a vacina contra influenza tem um impacto significativo na prevenção da doença e de suas complicações, inclusive a morte. A eficácia da vacinação está ainda relacionada à sua composição (quão similares são os vírus que compõe a vacina e aqueles em circulação) e à idade e condição imunológica do paciente que vai recebê-la.

 

  • Não é necessário vacinar-se todos os anos – FALSO

Segundo a Harvard Medical School¹¹, o vírus causador da influenza (gripe) sofre mutações constantemente. Dessa forma, vacinar-se anualmente é uma medida importante para garantir a imunidade contra a maior parte dos vírus circulantes no momento da campanha.

 

Referências

 

Acesso em 09/03/2020:

¹ https://sbim.org.br/publicacoes/livros

² https://www.cdc.gov/vaccines/parents/tools/parents-guide/downloads/parents-guide-508.pdf

³ http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/43004-gripe-gestantes-que-tomam-a-vacina-ajudam-a-proteger-o-bebe

⁴ https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/influenza-(seasonal)     

⁵ https://www.cdc.gov/vaccines/pregnancy/index.html?CDC_AA_refVal=https%3A%2F%2Fwww.cdc.gov%2Fvaccines%2Fpregnancy%2Fpregnant-women%2Findex.html

⁶ https://www.nhs.uk/conditions/pregnancy-and-baby/flu-jab-vaccine-pregnant/

⁷ https://www.cdc.gov/flu/prevent/misconceptions.htm

⁸ https://www.health.harvard.edu/diseases-and-conditions/10-flu-myths

⁹ https://www.thelancet.com/journals/laninf/article/PIIS1473-3099(11)70295-X/fulltext

¹⁰ https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD001269.pub6/full

¹¹ https://www.health.harvard.edu/diseases-and-conditions/10-flu-myths

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