Quando é hora de procurar um cardiologista?

As doenças do coração causam grande parte das mortes no Brasil e no mundo. Por isso, é importante saber quando procurar um cardiologista.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil. Saiba quando procurar um cardiologista.

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Publicado em: 12 de agosto de 2022

Revisado em: 19 de agosto de 2022

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil. Saiba quando procurar um cardiologista.

 

Quem fizer uma breve pesquisa sobre doenças cardiovasculares, como infarto, AVC e insuficiência cardíaca, pode se surpreender com o número de vítimas fatais dessas enfermidades, as principais causas de morte no Brasil e no mundo e responsáveis por 30% de todas os óbitos no país.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), até o dia 12/8/22 morreram mais de 247 mil brasileiros e brasileiras por doenças cardiovasculares. Assim, é natural que as pessoas se preocupem com a saúde do coração e se perguntem quando é o momento de buscar ajuda especializada.

“Quando não há sinais ou sintomas, a indicação é que as mulheres e homens realizem o seu primeiro checkup aos 40 anos. Porém, quando se tem fatores de riscos para doenças cardíacas, a primeira consulta deve ser adiantada”, afirma o dr. Caio Henrique, cardiologista e arritmologista pela SBC. 

Os principais fatores de riscos são diabetes; hipertensão; níveis elevados de gorduras, como colesterol e triglicérides, no sangue (dislipidemia); tabagismo; sedentarismo; obesidade; casos de morte súbita na família; história de doença cardíaca familiar em idade jovem; entre outros. Também é preciso ficar atento a sinais e sintomas que podem indicar que algo não está bem com o coração. Entre eles, o dr. Caio Henrique indica:

  • Falta de ar e cansaço excessivo ao realizar algum esforço ou atividade física;
  • Dores no peito;
  • Pés e tornozelos inchados;
  • Batimento cardíaco rápido, lento ou irregular;
  • Desmaios. 

 

Prevenção primária e checkup

A presença de fatores de risco aumenta muito a probabilidade de desenvolver alguma doença cardiovascular no futuro, portanto mais do que esperar a necessidade de buscar ajuda médica, é importante reduzi-los. “Isso estimula as sociedades de cardiologia a procurarem encontrar maneiras de controlar estes fatores de risco com objetivo de reduzir a chance de alguém morrer de doença cardiovascular”, explica o dr. José N. Alencar, cardiologista e eletrofisiologista do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. 

Contudo, é cada vez mais frequente a discussão acerca do benefício de determinados exames incluídos em checkups de várias especialidades, incluindo a cardiologia. Isso porque determinados exames, quando mal indicados, podem levar a diagnósticos falsos e, consequentemente, a procedimentos desnecessários e de alto custo para os sistemas de saúde. “Diante desse fato, o que preocupa é que o checkup cardiológico é obviamente e plausivelmente importante no sentido de controlar fatores de risco controláveis, mas é muitas vezes confundido com a realização de exames para tentar prever a probabilidade de infartar. Esses exames (que não estão formalmente indicados, mas são amplamente realizados no Brasil) não têm acurácia em populações de baixo risco e levam a um inaceitável risco de resultados falso-positivos. Mesmo que sejam positivos de fato (ou seja, a pessoa possua mesmo uma lesão coronária de alto risco de se agravar), o tratamento atualmente proposto não é capaz de reduzir a probabilidade de infartar ou morrer”, explica o dr. Alencar.

Assim, as sociedades de cardiologia têm insistido na importância da prevenção com foco em reduzir os fatores de risco. Isso inclui não fumar, fazer exercícios físicos (a OMS indica 150 minutos de atividade moderada por semana), beber pouco e, se tiver doenças como diabetes e hipertensão, tratá-las.

“Na dúvida, a melhor orientação é fazer uma avaliação com um cardiologista. A visita a esse especialista e a realização dos exames adequados permitem fazer a prevenção das doenças cardiovasculares. Além disso, é o estímulo que muitas pessoas precisam para adotar hábitos saudáveis e, assim, possibilitar melhoria completa na saúde”, conclui o dr. Caio Henrique.

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