Tumor primário oculto: entenda mais sobre o câncer de origem desconhecida

O tumor primário oculto é o termo que se refere ao câncer cuja origem não é conhecida. Saiba mais sobre esse diagnóstico.


Equipe do Portal Drauzio Varella postou em Câncer

Doença representa até 5% de casos de câncer e pode apresentar sinais e sintomas diferentes por conta das metástases. Entenda.

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Publicado em: 10 de novembro de 2022

Revisado em: 18 de dezembro de 2022

Doença representa até 5% de casos de câncer e pode apresentar sinais e sintomas diferentes por conta das metástases. Entenda.

 

O câncer surge quando as células do organismo começam a crescer fora de controle. Qualquer célula, independentemente da parte do corpo, pode se tornar cancerígena e se espalhar de seu local de origem para um ou mais locais metastáticos (outras regiões do corpo). Por isso, às vezes, não é possível determinar com clareza onde o câncer começou. 

De acordo com Iara Lustosa, oncologista clínica da Santa Casa de Campo Grande (MS), “o termo tumor primário oculto é usado para designar esse grupo heterogêneo de cânceres cujo órgão de origem permanece desconhecido após investigação diagnóstica detalhada em que são feitos inúmeros exames clínicos e laboratoriais”.

Porém, com o aprimoramento das técnicas diagnósticas, inclusive moleculares, está se tornando relativamente mais fácil rastrear o tumor primário e, consequentemente, reduzir o número de tumores com sítio primário desconhecido.

 

Sintomas

É difícil descrever os sintomas e sinais dessa doença, mas as manifestações geralmente vêm do órgão onde ocorreram as metástases. A médica observa que os pulmões, fígados, linfonodos e ossos são os mais acometidos no momento do diagnóstico do tumor primário 

“Em um paciente com uma metástase no fígado, por exemplo, a primeira manifestação da doença pode ser um aumento do volume abdominal associado à dor nesta região. Já em um paciente com uma metástase pulmonar, os sintomas podem ser tosse e dificuldade para respirar”, explica a oncologista.

 

Diagnóstico

Como em todos os tipos de câncer, o diagnóstico de tumor primário oculto também começa com uma consulta ao clínico geral ou especialista: “É essencial que o paciente seja avaliado pelo oncologista para que se entenda o histórico clínico e que se faça o exame físico”, orienta a dra. Iara.

Com base nas informações coletadas, exames complementares podem ser pedidos para que se aprofunde ainda mais a avaliação. 

“Realizamos coleta de material do tumor (biópsia), tomografias de tórax, abdômen e pelve, exames de sangue, além de outras imagens direcionadas conforme o quadro clínico do paciente. Após essa avaliação inicial diagnóstica, tentamos determinar a origem do tumor e direcionar o tratamento”, esclarece a especialista.

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Tratamento

Em geral, esses tipos de tumores ainda são de difícil cura, tanto porque a terapia deve ser escolhida sem conhecer o tumor de origem, quanto porque a doença costuma já estar em estágio avançado, com metástases. 

Com base nas informações disponíveis sobre o tipo de células que compõem o tumor, a localização da doença e o estado geral do paciente, o médico ainda poderá escolher o tratamento mais adequado dentre os disponíveis.

A dra. Iara esclarece que por muitos anos o tratamento padrão para esses tumores foi o uso de quimioterapia (medicamentos usados com o objetivo de destruir as células cancerígenas) de amplo espectro de ação.

“Hoje, com a evolução da medicina de precisão, e dos testes moleculares que fornecem informações importantes sobre a gênese dos cânceres, conseguimos oferecer tratamentos individualizados e com melhores resultados”, pontua.

A oncologista ainda ressalta que, dependendo da quantidade de pontos de metástase e suas localizações, também é possível incluir tratamentos como cirurgia e radioterapia na abordagem terapêutica.

 

Prevenção

Não sabendo qual o tumor de origem, é difícil definir regras efetivas de prevenção para o tumor primário oculto. No entanto, as recomendações gerais relacionadas ao estilo de vida permanecem válidas: evite fumar para reduzir o risco de vários cânceres, como o de pulmão, fígado, bexiga, rim e outros.

Outra dica valiosa é não se expor ao sol por períodos excessivos e sem proteção, a fim de reduzir o risco de neoplasias de pele, enquanto uma dieta rica em frutas e vegetais e pobre em açúcar e gorduras animais elimina o perigo de desenvolver tumores como o de estômago, cólon, reto e ovário. Pequenas, mas importantes atitudes que podem contribuir para uma vida mais saudável. 

 

Sobre a autora: Angélica Weise é jornalista e colabora com o Portal Drauzio Varella. Tem interesse por assuntos relacionados à saúde mental, atividade física e saúde da mulher e criança.

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