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Anestesiologia

Quais são os tipos de anestesia e sedação mais utilizados?

Basicamente, o que difere uma da outra são os níveis de consciência e os tipos de drogas utilizadas. Saiba mais.
Publicado em 16/05/2022
Revisado em 16/05/2022

Basicamente, o que difere uma da outra são os níveis de consciência e os tipos de drogas utilizados. Saiba mais.

 

Para algumas pessoas, falar que determinado procedimento médico vai precisar de algum tipo de anestesia já é assustador. Os riscos realmente existem, mas as complicações foram reduzidas com a melhoria dos equipamentos, das técnicas utilizadas e com a figura do médico anestesiologista.

Dependendo do tipo de intervenção terapêutica, é ele que vai ficar ao seu lado enquanto você estiver sedado e monitorar suas funções vitais, como nível de oxigenação, pressão arterial, nível de consciência etc. 

Para tirar as principais dúvidas sobre o tema, conversamos com o médico anestesiologista Renato Lucas, do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, que explicou sobre os principais tipos existentes e suas indicações. Acompanhe: 

 

Anestesia local

É utilizada em procedimentos médicos de pequeno porte, como a extração de uma pinta, verruga ou dente, em suturas etc. A ação do anestésico é local e visa bloquear as vias nervosas para o paciente não sentir dor. Se necessário, pode haver a sedação do paciente, mas normalmente ele fica acordado. 

 

Anestesia regional

Só se anestesia uma parte do corpo. Os tipos de anestesia regional mais utilizados são peridural e raquidiana

A anestesia peridural pode ser utilizada no parto normal ou cesariano e também nas cirurgias que envolvem tórax e abdômen. Ela mantém a pessoa acordada, mas torna insensível a parte inferior do corpo, normalmente até o umbigo. A aplicação é feita nas costas, entre as vértebras, com uma agulha fina. 

O que difere a raquianestesia (também conhecida como raqui) e a peridural é a quantidade de anestésico e o tempo de ação da droga no organismo. A raqui é dada uma só vez e tem efeito mais imediato, ao passo que a peridural é administrada continuamente, por meio de um cateter. 

Isso ocorre porque a peridural é uma anestesia mais superficial que a raqui; assim, requer mais anestésicos para a pessoa não sentir dor. Ela tira a sensibilidade, mas o paciente não perde a função motora, diferentemente da raqui, em que o paciente perde totalmente os movimentos e a sensação de toque. Com essa anestesia, a área abaixo do mamilo até os pés fica “dormente” e “paralisada”. 

 

Anestesia geral

Com ela, o paciente é colocado em coma induzido e tem perda da consciência. Ele não se mexe, não tem nenhum tipo de reflexo, e é preciso que ele seja acompanhado de perto por médico anestesiologista, que monitora as funções vitais do seu organismo e controla sua respiração, em ambiente de UTI. É o tipo de anestesia mais indicado para cirurgias longas e de grande porte e dura o período que o cirurgião necessitar para fazer a operação. O risco de despertar durante a cirurgia é muito baixo (1 a cada 3.300), e grande parte dos hospitais dispõe de um monitor que permite avaliar o nível de consciência do paciente durante todo o procedimento cirúrgico. 

Veja também: História da anestesia | Entrevista

 

Anestesia é perigoso?

Como todo procedimento médico, há riscos, mas a mortalidade relacionada à anestesia é rara e vem declinando significativamente nas últimas décadas.

“Hoje em dia as técnicas são muito seguras e eficientes, e os riscos são mínimos, quando feita em local apropriado e por médicos especialistas. Eu sempre falo que o médico anestesiologista é o anjo da guarda do paciente, porque é ele que vai ficar monitorando as funções vitais enquanto é realizado o procedimento cirúrgico. Então, é imprescindível que o paciente tenha esse contato prévio, antes da cirurgia, e converse com o anestesiologista, até para saber sobre o uso de medicações anteriores e orientar se é necessário suspender algum remédio”, esclarece Renato.  

Além disso, muitas complicações, como tosse e dor de cabeça, podem ser previstas e prevenidas através da entrevista pré-anestésica. 

 

Sedação X Anestesia

Muita gente confunde sedação com anestesia e pensa que é tudo a mesma coisa. Mas não é. O que difere uma da outra são os níveis de consciência. Dependendo dos tipos de sedação, o paciente passa a maior parte do procedimento dormindo, respira normalmente e responde a comandos verbais. Entenda melhor as diferenças:

 

Sedação leve

Nesse tipo de procedimento, são utilizados medicamentos sedativos, em que o paciente mantém seu nível de consciência e só permanece um pouco mais “tranquilo”, relaxado. O indivíduo consegue responder aos comandos verbais do médico (se estiver acordado), para abrir a boca, os olhos etc. 

Exemplos de utilização: procedimentos odontológicos e oftalmológicos. Não é realizado em crianças, pois, normalmente, mesmo com sedação leve, elas não são tão colaborativas. 

 

Sedação moderada

Aqui o paciente já tem o nível de consciência comprometido devido à ação medicamentosa. Ele só é acordado depois de um certo período, com estímulos verbais e toques leves. Nesse procedimento já é necessário acompanhamento dos sinais vitais e oxigenação por parte do médico especialista. 

Exemplos de utilização: endoscopia, colonoscopia

 

Sedação profunda

A sedação profunda coloca o paciente em situação de mínima consciência (ele fica completamente imóvel) e reage apenas a estímulos dolorosos. É  necessário um suporte de um médico anestesiologista e máscara de oxigênio. Normalmente é necessário que o paciente fique de jejum por um determinado período de tempo. 

Exemplos de utilização: cirurgias de pequeno porte, biópsias etc. 

Veja também: Outras Histórias #22 | Procedimentos medievais

 

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