Página Inicial
Dor de cabeça

Cefaleia tensional: o que é, sintomas e tratamento

Publicado em 25/06/2024
Revisado em 26/06/2024

A cefaleia tensional costuma ser de leve a moderada. Saiba como identificar e prevenir esse tipo de dor de cabeça.

 

A cefaleia tensional é um tipo de dor de cabeça que normalmente surge em ambos os lados da cabeça, causando a sensação de aperto na região. De acordo com o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês), as causas mais comuns desse tipo de dor são estresse, problemas de sono e cafeína. 

Em primeiro lugar, a cefaleia tensional costuma ter intensidade leve a moderada. “A duração dela geralmente é de 30 minutos a uma hora. Pode ter resolução sem medicação, mas muitas vezes precisa [de medicamento]. A sensação, a característica dessa dor é uma dor mais em aperto, diferente de uma dor quando a gente compara com a do paciente com enxaqueca, que tem uma dor mais latejante, pulsante, na crise mais intensa”, explica Tiago de Paula, neurologista especialista em dores de cabeça pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC).

A localização normalmente é na região frontal da cabeça, atingindo também a região occipital e cervical, pescoço e ombros. “Pode pegar toda essa região. Geralmente o paciente tem uma sensação de que a musculatura está mais enrijecida mesmo”, diz o médico. 

Outra diferença em relação à enxaqueca é que a cefaleia tensional não causa sintomas como náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e barulhos, por exemplo. Contudo, os gatilhos podem ser parecidos nos dois casos, como estresse, ansiedade, alterações de sono e questões hormonais. 

Além da dor em si, o especialista explica que o paciente pode ter outros sintomas, como apertamento de dentes, sono mais leve, alterações de humor, fadiga e tendência a consumir mais café e outras bebidas estimulantes, já que normalmente a pessoa dorme mal. 

 

Tratamento e prevenção da cefaleia tensional

“O tratamento é profilático, não é esperar a dor vir e tomar remédio na crise. O tratamento é [para] evitar que essas dores aconteçam”, afirma o neurologista.

Nesse sentido, ele explica que existem opções de tratamentos não farmacológicos, como a retirada simples de estimulantes da dieta, que ajuda o paciente a não ter a tensão muscular e reduzir os episódios de dor. Porém, se a frequência de crises aumentar muito, existe a opção de tratamento medicamentoso, com medicamentos orais que ajudam a prevenir as crises, e também tratamentos mais modernos, como a toxina botulínica. 

A melhor forma de prevenir o problema, contudo, é buscar um especialista para obter o tratamento adequado. “Se essa dor começou a ficar frequente, com uma frequência que está atrapalhando sua vida – a gente costuma falar que três é demais –, se você tem mais de três episódios de dor no mês, você merece procurar o neurologista”, alerta o dr. Tiago. 

 

Como aliviar a dor da cefaleia tensional?

Durante os episódios de dor, algumas medidas podem ajudar, como:

  • Compressas geladas;
  • Meditação;
  • Uso de analgésicos.

Porém, o especialista alerta que é preciso tomar cuidado com o uso frequente de medicações para alívio da dor, que podem levar à cefaleia por uso excessivo de medicação. “São medicações muito traiçoeiras. Quando você faz, por exemplo, um analgésico combinado acima de dez comprimidos no mês, no outro mês o seu corpo vai querer que você faça 11, 12, e assim sucessivamente.”

 

Diagnóstico diferencial da enxaqueca

Apesar das diferenças, o dr. Tiago explica que a cefaleia tensional e a enxaqueca podem estar relacionadas. 

“Os estudos mais recentes que estudam o mecanismo da doença veem uma ligação entre a cefaleia tensional e a enxaqueca por compartilharem o mesmo mecanismo fisiopatológico. Para a classificação atual, o diagnóstico de enxaqueca e cefaleia tensional depende da intensidade da dor naquele período da vida da pessoa. Então, se essa pessoa tem uma dor mais leve, com menos fotofobia [sensibilidade à luz], que não tem náusea, é classificado como cefaleia tensional. Mas se ela tem crises mais típicas de dor latejante, enjoo, muita fotofobia, fonofobia [sensibilidade a sons], osmofobia [sensibilidade a odores], é classificado como enxaqueca. Mas se você acompanhar a pessoa durante a vida, ela pode flutuar entre crises que parecem enxaqueca e fases mais leves que parecem cefaleia do tipo tensional”, esclarece. 

        Veja também: Sua dor de cabeça pode ser enxaqueca?

Compartilhe
Sair da versão mobile