Hanseníase (lepra) - Portal Drauzio Varella
Homem de costas com uma mancha esbranquiçada característica da hanseníase próxima ao ombro.
Publicado em 12/04/2011
Revisado em 26/02/2024

Manchas na pele de cor parda, esbranquiçadas ou avermelhadas estão entre os principais sintomas da hanseníase.

 

Hanseníase ou lepra, nome pelo qual a enfermidade era conhecida no passado, é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, em memória de seu descobridor. É provável que a transmissão se dê pelas secreções das vias aéreas superiores e por gotículas de saliva.

Embora seja uma doença basicamente cutânea, pode afetar os nervos periféricos, os olhos e, eventualmente, alguns outros órgãos. O período de incubação pode durar de 6 meses a 6 anos.

 

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A doença pode apresentar principalmente 4 formas clínicas: indeterminada, borderline ou dimorfa, tuberculoide e virchowiana. Em termos terapêuticos, somente 2 tipos são considerados: paucibacilar (com poucos bacilos) e multibacilar (com muitos bacilos).

 

Sintomas da hanseníase

 

  • Manchas na pele de cor parda, esbranquiçadas ou eritematosas, às vezes pouco visíveis e com limites imprecisos;
  • Alteração da temperatura no local afetado pelas manchas;
  • Comprometimento dos nervos periféricos;
  • Dormência em algumas regiões do corpo causada pelo comprometimento da enervação. A perda da sensibilidade local pode levar a feridas e à perda dos dedos ou de outras partes do organismo;
  • Aparecimento de caroços ou inchaço nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos;
  • Alteração da musculatura esquelética, principalmente a das mãos, o que resulta nas chamadas “mãos de garra”;
  • Infiltrações e edemas na face que caracterizam a face leonina, característica da forma virchowiana da doença.

 

Tratamento da hanseníase 

 

Ambos os tipos de hanseníase (paucibacilar e multibacilar) são tratados com o antibiótico rifampicina, durante 6 meses no tipo paucibacilar, e 1 ano no tipo multibacilar. A medicação é fornecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde e administrada em doses vigiadas (o paicente precisa tomar na presença dos profissionais de saúde) nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) sob a supervisão de médicos ou enfermeiros de acordo com normas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

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A rifampicina elimina 90% dos bacilos. Por isso, é necessário complementar o tratamento com outra droga (DDS), que pode ser tomada em casa diariamente, até o final do tratamento.

Nos casos multibacilares, esse tratamento é acrescido de uma dose diária e de outra vigiada de clofazimina.

 

Recomendações sobre hanseníase 

 

  • Não desista do tratamento, que é longo, mas eficaz se não for interrompido. A primeira dose do medicamento é quase uma garantia de que a doença não será mais transmitida;
  • Convença os familiares e pessoas próximas ao doente a procurarem uma UBS para avaliação, quando for diagnosticado um caso de hanseníase na família;
  • A hanseníase é uma doença estigmatizante, mas que tem cura, desde que devidamente tratada;
  • Mulheres em idade reprodutiva devem se atentar ao fato de que a rifampicina (medicamento usado no tratamento) pode interagir com anticoncepcionais orais e reduzir sua eficácia.

 

Perguntas frequentes sobre hanseníase

 

Hanseníase tem cura?

Sim. O tempo de tratamento pode variar de 6 meses em pacientes que têm a forma mais branda da doença, a até 12 meses em pacientes que têm o tipo mais grave. Embora seja longo, é muito importante seguir a o tratamento à risca para eliminar completamente os bacilos.

 

Que sequelas a hanseníase pode causar?

Quem tem o tipo mais leve da doença, mesmo após o tratamento, pode não recuperar totalmente a sensibilidade nos locais das manchas. Em casos mais graves, pode haver sequelas como perda de força que impõe limitações físicas para usar as mãos ou andar, por exemplo.

 

Existe vacina contra hanseníase?

Não há uma vacina específica para prevenir a hanseníase. No entanto, a vacina BCG, normalmente aplicada no nascimento para prevenir tuberculose, também reduz o risco de hanseníase, pois os agentes causadores de ambas as doenças são semelhantes. Por isso, pessoas próximas do paciente com hanseníase que não tenham apresentado sintomas da doença podem receber recomendação para se vacinar.

 

A hanseníase é hereditária?

Não, mas por ser infeciosa, familiares e pessoas próximas do paciente têm risco de contrair a doença. Daí pode ter surgido a impressão de que ela conta com fatores hereditários.

 

Vídeo: Especialista responde 7 perguntas sobre hanseníase

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