A hiperplasia (crescimento) da próstata aflige grande parte dos homens. Saiba como detectar e como fazer o acompanhamento no artigo abaixo.
A evolução de nossa espécie houve por bem que a uretra atravessasse a próstata, ao sair da bexiga. Esse capricho anatômico não criou problemas no passado, quando poucos passavam dos 30 anos. Hoje, pagamos o preço pela teimosia de viver mais tempo.
O crescimento da próstata aflige 25% dos homens na faixa dos 40 aos 49 anos, porcentagem que vai a 80% naqueles com 70 a 79.
Apesar de muitos portadores de hiperplasia benigna confirmada por biópsia não apresentarem sintomas, a metade dos homens de 60 anos se queixa de alguma dificuldade urinária. Depois dos 80 anos, esse número cresce para 90%.
Veja também: Leia nosso verbete sobre incontinência urinária
Os sintomas da hiperplasia têm causas obstrutivas e/ou de armazenagem.
Estão relacionados com as obstruções: retardo para iniciar a micção, interrupção involuntária e diminuição da “força” do jato, sensação de esvaziamento incompleto, gotejamento no final e micção em dois tempos.
Os problemas de armazenamento provocam premência e aumento da frequência das micções (especialmente durante a noite), incontinência, dores na bexiga ou na uretra ao urinar.
O aumento prostático e os sintomas associados a ele se agravam com o passar dos anos, em função da biodisponibilidade de testosterona. A castração reduz drasticamente as dimensões da próstata e a sintomatologia. Raça negra, obesidade, consumo exagerado de álcool e sedentarismo exercem o efeito oposto.
Uma das opções é a cirurgia realizada através da uretra, com um cistoscópio dotado de pequenas garras que abrem “um túnel” na próstata para facilitar a passagem da urina.
Além do toque retal, a avaliação clínica deve incluir uma história médica cuidadosa para excluir outras causas de problemas urinários. É preciso saber se existe ingestão de líquidos e de cafeína em excesso, uso de diuréticos e de medicações anti-histamínicas (antialérgicas), condições que interferem com o funcionamento dos músculos da bexiga.
Veja também: Dr. Drauzio explica a necessidade de se fazer ou não o PSA
Homens com poucos sintomas, que acordam à noite uma ou duas vezes para urinar, não necessitam de tratamento, mas precisam ser acompanhados com toques retais e determinações periódicas do PSA. Aqueles com sintomatologia mais exuberante devem discutir com os urologistas as vantagens e desvantagens do tratamento.
Uma das opções é a cirurgia realizada através da uretra, com um cistoscópio dotado de pequenas garras que abrem “um túnel” na próstata para facilitar a passagem da urina. O uso de laser, nesses casos, parece diminuir os efeitos adversos.
Para os casos não cirúrgicos, há quatro classes de medicamentos:
1) bloqueadores alfa-adrenérgicos, que diminuem os sintomas já na primeira semana, mas podem provocar hipotensão, fadiga e tonturas;
2) inibidores da 5-alfa-reductase, que chegam a reduzir as dimensões da próstata em 25%, mas eventualmente causam diminuição da libido, disfunção erétil e ginecomastia;
3) antimuscarínicos, que reduzem a hiperatividade da bexiga, mas podem secar a boca e os olhos e prender o intestino;
4) inibidores da 5-fosfodiesterase, usada amplamente no tratamento da disfunção erétil, a tadalafila na dose de 2,5 a 5 mg/dia relaxa a musculatura vesical e reduz a velocidade de crescimento da próstata, mas pode causar cefaleia, dores lombares, rubor facial e congestão nasal.