Anorexia nervosa

Mulheres são mais atingidas pela anorexia nervosa, um dos transtornos psiquiátricos com maior índice de mortalidade.

Mulher que sofre de anorexia de costas, olhando por cima do ombro.

Compartilhar

Publicado em: 8 de abril de 2011

Revisado em: 6 de março de 2024

Mulheres são mais atingidas pela anorexia nervosa, um dos transtornos psiquiátricos com maior índice de mortalidade.

 

Anorexia nervosa é um distúrbio alimentar resultado da preocupação exagerada com o peso corporal e que pode provocar problemas físicos graves. A pessoa se olha no espelho e, embora extremamente magra, se enxerga obesa. Com medo de engordar ainda mais, exagera na atividade física, jejua, vomita, toma laxantes e diuréticos.

 

Veja também: Ouça aqui ao episódio do podcast Entrementes sobre anorexia nervosa

 

A anorexia se manifesta principalmente em mulheres jovens, embora sua incidência esteja aumentando também em homens. Às vezes, os portadores do transtorno chegam rapidamente à caquexia, um grau extremo da desnutrição. Pesquisas  mostram que, nesses casos, o índice de mortalidade varia entre 15% e 20%.

 

 Sintomas

 

São sintomas característicos da anorexia:

  • Perda exagerada e rápida de peso sem nenhuma justificativa (nos casos mais graves, o índice de massa corpórea chega a ser inferior a 17);
  • Recusa em participar das refeições familiares (anoréxicos alegam que já comeram e que não estão mais com fome);
  • Preocupação exagerada com o valor calórico dos alimentos (os pacientes chegam a ingerir apenas 200 kcal por dia);
  • Interrupção do ciclo menstrual (amenorreia) e regressão das características femininas;
  • Atividade física intensa e exagerada;
  • Depressão, síndrome do pânico, comportamentos obsessivo-compulsivos;
  • Visão distorcida do próprio corpo (apesar de extremamente magras, essas pessoas julgam estar com excesso de peso);
  • Pele muito seca e coberta por lanugo (pelos parecidos com a barba de milho).

 

Causas

 

Diversos fatores favorecem o aparecimento da doença: 

  • Predisposição genética;
  • Conceito atual de moda que determina a magreza absoluta como padrão de beleza e elegância;
  • Pressão da família e do grupo social;
  • Alterações neuroquímicas cerebrais, especialmente na concentração  de serotonina e noradrenalina.

 

Grupos de risco

 

Algumas profissões são consideradas de risco para a anorexia. Bailarinas, jóqueis, atletas olímpicos, especialmente, estão sujeitos a sofrer  pressão para reduzir o peso corporal como forma de conseguir melhor performance nas competições e espetáculos;

Outro grupo de risco é constituído pelas adolescentes. Na verdade, a faixa etária está baixando nos casos de anorexia. A família precisa observar especialmente as meninas que disfarçam o emagrecimento usando roupas largas e soltas no corpo e sempre encontram uma desculpa para não participar das refeições em casa.

 

Tratamento

 

Uma vez diagnosticado um quadro de anorexia, a reintrodução dos alimentos deve ser gradativa, a fim de evitar maior sobrecarga cardíaca. Há casos em que se torna imprescindível a internação hospitalar para que a oferta gradual de calorias seja controlada por nutricionistas.

Não há medicação específica para a anorexia nervosa. Medicamentos antidepressivos podem ajudar a aliviar os sintomas depressivos, compulsivos e de ansiedade. Em geral, o tratamento desses pacientes exige o trabalho de equipe multidisciplinar.

 

Recomendações

 

  • Encaminhe para atendimento médico urgente a pessoa que, por acaso,  você surpreendeu com pouca roupa e que está esquelética, só pele e osso. Às vezes, os familiares não percebem a extrema magreza, porque os portadores de anorexia costumam usar roupas largas que disfarçam a perda de peso;
  • Avalie com bom senso e espírito crítico a magreza absoluta como padrão de beleza imposto pelos meios de comunicação modernos;
  • Não hesite. Portadores de anorexia associada a distúrbios psiquiátricos precisam de acompanhamento de uma equipe multidisciplinar constituída por profissionais especializados;
  • Lembre-se de que a caquexia pode representar risco de vida se não for convenientemente tratada a tempo.

Veja mais

Sair da versão mobile