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Casos de suicídio na família | Entrementes

jairo bouer casos de suicídio na família
Publicado em 10/09/2020
Revisado em 24/09/2020

O suicídio ainda é um assunto cercado de tabu. É preciso falar sobre o tema e não abafá-lo. Saiba mais.

 


Olá, pessoal. Eu sou o Jairo Bouer e estou colaborando com o Entrementes, do Portal do Dr. Drauzio Varella, pra gente falar de saúde mental nesse mês de setembro, que é o Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio.

E o tema de hoje é uma questão muito importante: como lidar com o suicídio no âmbito familiar? Né, pessoal, a gente não pode esquecer que o suicídio ainda é um grande tabu pra sociedade e as pessoas tendem a evitar falar desse tema, falar desse assunto. E a gente sabe que isso não resolve. Silenciar só piora a situação.

Toda vez que acontece um caso de suicídio na família, as pessoas ficam muito culpadas, né? Por que que eu não percebi isso antes? Por que que eu não interpretei os sinais que ele ou ela estavam dando? Então, culpa é um tema muito importante que aparece quando acontece um caso de suicídio na família.

E acho que esse é o primeiro ponto pra gente trabalhar: ninguém é culpado. As causas de suicídio são múltiplas, muitas vezes é complicado a gente identificar os sinais que a pessoa está passando. Muitas vezes também, a decisão de tentar o suicídio é uma decisão súbita, impulsiva, de uma hora pra outra. Não tem como isso ser previsto.

Eu acho que o primeiro ponto fundamental é a gente evitar essa questão de quem foi a culpa ou do por que eu não percebi. Não tem culpa de ninguém.

Acho que o segundo ponto central da gente falar, pessoal, é a questão do silêncio. Então, muita gente evita falar do tema, tem medo de que se falar sobre esse assunto, outras pessoas podem sofrer o “contágio”, né, e aumentar o risco de outros casos de suicídio na família e a gente sabe que não é isso.

É importante falar sinceramente, honestamente, abertamente sobre o que aconteceu até como uma forma de identificação de outras pessoas que estão enfrentando dificuldades emocionais e de prevenção de outros casos de suicídio no âmbito familiar. Então, falar é muito importante. Silenciar não é a melhor estratégia.

Eu acho que uma outra questão que vem quando a gente fala desse tema do suicídio na família é como eu que sou amigo ou como eu que sou um parente não tão próximo, como eu lido com essa história, como eu me aproximo das pessoas da família que estão sofrendo o processo de luto?

                Veja também: É possível prevenir o suicídio?

O luto de um caso de suicídio é um luto mais complicado muitas vezes, porque como a gente disse, as pessoas da família ficam procurando os porquês, né. Então, acho que se você tá se aproximando da família, acho que o primeiro cuidado é você evitar falar dos porquês, das causas.

A outra questão: muitas vezes a gente não sabe como chegar pra essa família, e aí a gente prefere manter distância, prefere ficar quieto, no nosso canto, e essa não é a melhor estratégia, esse não é o melhor jeito. Estar ali, estar do lado, estar ajudando, estar ouvindo, muito mais do que falando, já é um grande auxílio, já é uma grande ajuda.

Então, resumo da ópera: não evitar a pessoa enlutada, não silenciar, ser franco e ser empático. Acho que essa combinação é a melhor forma da gente poder ajudar alguém que está enfrentando um caso de suicídio na família.

Agora, pessoal, se você não tiver dando conta do recado, muitas vezes você pode servir como um ponto de apoio pra que essas pessoas cheguem a um especialista. A gente tem hoje especialistas, psicólogos, psiquiatras que podem ajudar e a gente tem os grupos de apoio voluntários pras pessoas que estão tendo algum tipo de sofrimento em função de uma perda de um suicídio ou de uma questão de saúde emocional.

Então, se você percebe que você não está dando conta do recado, e que as pessoas da família podem estar precisando de alguma forma de ajuda, seja o ponto de apoio pra que essas pessoas cheguem a uma ajuda voluntária ou uma ajuda especializada. Tá bom? Isso pode fazer toda a diferença nesse momento. É isso aí. 

 

 

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