Veja os cuidados necessários para uma depilação íntima segura

Ao contrário do que se imagina, não é preciso depilar a região genital para estar com a higiene íntima em dia. Entretanto, quem escolhe retirar os pelos pubianos precisa tomar alguns cuidados.

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Publicado em: 20 de outubro de 2021

Revisado em: 13 de dezembro de 2022

Quem decidir retirar os pelos deve tomar alguns cuidados para prevenir lesões na área íntima.

 

Depilar ou não a região íntima? E se eu for depilar, qual o melhor método para isso? Essa é uma decisão muito pessoal. O que podemos afirmar é que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, depilar não é condição necessária para uma boa higiene íntima, que nada tem a ver com a presença ou ausência de pelos.

A lógica é a mesma da cabeça, conforme explica a dra. Daniele Duarte, ginecologista e mastologista pela Universidade de São Paulo (USP): quem tem cabelo consegue higienizar o couro cabeludo normalmente. Por que seria diferente lá embaixo?

“Além disso, não existem estudos relacionando a prevalência de infecções sexualmente transmissíveis e a presença de pelos. A preferência pela depilação ou não depende muito de fatores culturais e sociais. Por exemplo, um estudo brasileiro de 2017 encontrou uma maior preferência pela depilação íntima em mulheres jovens e com vida sexualmente ativa no Brasil. Ou seja, parece estar mais presente na cultura por aqui”, afirma a médica. 

 

 

Quais são os cuidados necessários?

 

Quando falamos sobre os métodos disponíveis para depilação, não há uma recomendação específica. Quem optar por fazer o procedimento, deve escolher aquele com que se adapta melhor e se sente mais confortável. O importante é observar como sua pele irá reagir ao processo. Veja alguns cuidados que devem ser tomados: 

 

  • Lâminas: Evite cortar os pelos no sentido contrário ao crescimento (passe a lâmina sempre no mesmo sentido do pelo), use lâminas sempre novas e utilize um espelho para evitar possíveis cortes;
  • Cremes depilatórios: Assim como sabonetes e desodorantes íntimos, eles podem predispor a alergias, e isso é imprevisível. Antes do uso, faça um pequeno teste com o produto e observe se há reação alérgica. Caso isso ocorra, suspenda o uso;
  • Cera: Sempre certifique-se que a cera é nova e não é reutilizada, especialmente quando você fizer a depilação fora de casa. Ceras também podem transmitir agentes infecciosos.

 

Usar algum tipo de produto antes da depilação também fica a critério de cada pessoa, segundo a dra. Daniele. “Mas vale lembrar que tanto o atrito mecânico da lâmina quanto esses produtos pré-depilação (como géis e espumas) podem levar ao aumento da sensibilidade e irritação.” 

Em alguns casos, podem ocorrer traumas locais, como pequenos cortes, que favorecem o surgimento de infecções. “A pele lesada pós-depilação fica mais suscetível à invasão pelas bactérias presentes por ali mesmo. Depilação sempre é um método traumático para a pele – seja via lâmina, cera ou mesmo laser. Todos os métodos agem de forma comum na pele. A vantagem do laser, por exemplo, é que as sessões são menos frequentes, com um intervalo que permite a regeneração da pele”, comenta.

Lembre-se também de utilizar materiais novos e limpos, não depilar caso já esteja com algum tipo de lesão ou inflamação local e sempre usar produtos específicos para a região íntima. “Quanto aos cuidados após a depilação, deve-se manter a pele sempre limpa e seca, hidratar bem a pele após a sessão, evitar roupas justas e apertadas e não abusar de agentes antissépticos ou limpeza excessiva, que também pode favorecer infecções”, recomenda a médica.

 

Pode depilar tudo?

 

De acordo com a ginecologista, essa questão ainda é controversa. Segundo ela, alguns estudos já mostraram maior prevalência de infecções como molusco contagioso, HPV e herpes genital em mulheres que fazem a depilação total da região. “O mecanismo possível para isso acontecer seriam justamente as pequenas lesões da pele, que como dissemos acima, favorecem a invasão de agentes presentes na pele e mesmo daqueles que são transmitidos no sexo”, explica. “Contudo, a verdade é que existem ainda poucos estudos relacionando a depilação com a maior prevalência de ISTs e poucos avaliando mudança da flora vaginal com a depilação. E eles também demonstram resultados controversos.” 

Mas há uma ressalva importante quando falamos de pacientes imunossuprimidos. “Para pacientes diabéticas, que vivem com HIV ou mesmo usuárias de imunossupressores e corticoides, a depilação já foi sim associada a infecções bastante graves na região íntima”, explica. Nesses casos, portanto, o cuidado deve ser redobrado. Na dúvida, busque uma avaliação médica antes de optar por determinado método. 

 

E a higiene íntima?

 

Como explicamos no início, a depilação não interfere na higiene da região íntima. É mais uma questão de preferência pessoal.

Mas não se esqueça das dicas para uma boa higiene íntima: prefira sabonetes neutros, dê preferência a roupas íntimas de algodão e evite as muito apertadas, não fique muito tempo com roupa íntima molhada e urine após as relações sexuais. E lembre que o canal da vagina (parte interna) é autolimpante e apenas a parte externa (vulva) deve ser higienizada.

Quem faz uso de absorventes também deve evitar ficar muitas horas seguidas sem trocar. Para pessoas que têm incontinência urinária, o ideal é utilizar roupas íntimas ou absorventes específicos para a condição – que também servem para o período menstrual.

Conteúdo produzido em parceria com a marca TENA. https://www.tena.com.br

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