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DrauzioCast #016 | Nossa insignificância

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Publicado em 31/07/2018
Revisado em 16/03/2021

Avanços na genética mostraram que o genoma humano e dos ratos na verdade é muito semelhante. 

 

 

 

Mulheres e homens têm apenas 30 mil genes — o mesmo número que os camundongos que caçamos nas ratoeiras.  A divulgação desse dado pelo Projeto Genoma foi um balde de água fria no orgulho humano. Imaginávamos que tivéssemos pelo menos 100 mil genes.

A bem da verdade, já sabíamos que cerca de 99% de nossos genes são idênticos aos do chipanzés; mas os chimpanzés são, por assim dizer, seres mais humanos: formam comunidades com cultura própria; utilizam instrumentos rudimentares. Mas, admitir que nosso genoma é formado pelo mesmo número de genes dos ratos, e que somente 300 genes são responsáveis pelas diferenças entre nós e eles, é uma humilhação inaceitável.

Veja também: Entrevista completa sobre a história da Genética

A visão antropocêntrica, segunda a qual a vida na Terra teria evoluído dos seres unicelulares para indivíduos cada vez mais complexos até chegar ao homem, é um mau entendimento das leis da natureza. No ranking revolucionário não existe primeira posição. A prova é que as bactérias foram os primeiros habitantes do planeta, e não só ainda estão aí, como representam mais da metade da biomassa terrestre. Quer dizer, se somarmos os pesos de todas as bactérias, obteremos mais da metade da massa de todos os demais  seres vivos somados — incluindo nós, as árvores e os elefantes.

O Homo sapiens é simplesmente uma entre milhões de espécies. Nascemos há cinco milhões de anos — um segundo evolucionário comparado aos quatro bilhões de anos de existência das bactérias. Não fizemos nenhuma falta à vida na Terra durante praticamente toda a existência dela, e se um dia formos extintos nenhuma formiga, cigarra ou besouro chorará a nossa ausência. A evolução continuará seu caminho inexorável de competição e seleção natural, como ensinou Charles Darwin.

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