A vida na menopausa

A menopausa não é um período curto, ao contrário, por isso é preciso dar atenção aos sintomas. Leia mais informações sobre vida na menopausa.

A menopausa, contudo, não deve ser encarada como o fim da vida, mas como um período longo e importante dela, em que ainda há muito a se fazer. Leia mais sobre vida na menopausa. 

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Publicado em: 10 de abril de 2015

Revisado em: 20 de abril de 2021

A menopausa, contudo, não deve ser encarada como o fim da vida, mas como um período longo e importante dela, em que ainda há muito a se fazer. Leia mais sobre vida na menopausa. 

 

As mulheres em geral entram na menopausa por volta dos 50 anos. Um pouco antes dessa idade, costumam experimentar, algumas de forma devastadora, sintomas como diminuição da libido, ondas de calor alternadas com arrepios de frio, astenia, secura vaginal, depressão, entre outros.

A intensidade dos sintomas varia, mas eles afetam por volta de 80% das mulheres. Apesar de poucas passarem imunes a eles, não se sabia muito sobre sua duração até a divulgação, este ano, do maior estudo sobre saúde da mulher (SWAN, sigla em inglês), publicado na revista científica americana JAMA.

Os pesquisadores analisaram 1.499 mulheres na perimenopausa (fase que antecede a menopausa) por pouco mais de 7 anos, nos Estados Unidos.

Os resultados revelaram, por exemplo, que os calores, um sintoma que costuma incomodar bastante, só começaram depois da parada das menstruações em 20% dos casos; em 66%, o início se deu no período em que as menstruações se tornaram irregulares; e em 13%, surgiram ainda na vigência dos ciclos menstruais.

O fato surpreendente do estudo foi mostrar que o período das ondas de calor, que é desagradável para a maioria das mulheres, pode ser longo: em metade das participantes, não chegou a durar 7,4 anos, mas na outra metade, ultrapassou esse período.

Na década de 1960, quando a expectativa de vida era de 48 anos (dado do IBGE), a mulher que entrava na menopausa já estava próxima do fim da vida. A maioria tinha netos, e pouco se esperava dela além de que se comportasse como uma avó carinhosa e acolhedora.

Portanto, pouco importava se a mulher precisava conviver com sintomas como secura vaginal, pele ressecada e flácida, queda de cabelo e depressão. Os calores, então, que muitas vezes chegam a ponto de molhar a roupa, eram algo constrangedor com que se tinha de conviver, de preferência sem fazer alarde.

Hoje a expectativa de vida no Brasil, ainda segundo o IBGE, é de quase 75 anos. Pressupondo que a mulher entre na menopausa ao redor dos 50 anos e que seus sintomas se iniciem até alguns anos antes desse período, a mulher terá de conviver com a menopausa por pelo menos 25 anos.

É bastante tempo. Pedir que ela abra mão de uma vida sexual satisfatória e que aceite se sentir mal física e psicologicamente por tantos anos é no mínimo cruel.

Os sintomas da menopausa, portanto, são um problema que ela não deve mais enfrentar sozinha e escondida.

Contudo, se esse aspecto da fisiologia humana não é bem conhecido, por que se demorou tanto para lançar um estudo completo como o SWAN e se investe pouco em pesquisas nessa área?

A resposta é simples, embora constrangedora: porque a menopausa acontece com as mulheres. E elas vêm enfrentando essa fase da vida caladas e resignadas.

A menopausa, contudo, não deve ser encarada como o fim da vida, mas como um período longo e importante dela, em que ainda há muito a se fazer.

Para enfrentar seus sintomas desagradáveis, as mulheres precisam estar amparadas por profissionais de saúde que saibam identificá-los e tratá-los, quando for o caso. E ela deve exigir isso.

A mulher tem de se recusar a viver infeliz consigo mesma, aceitando menos do que merece: percorrer o último terço da vida de forma plena.

 

*Editora do site drauziovarella.uol.com.br e do blog Chorumelas

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