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Quem tem artrose pode praticar exercícios físicos?

Com o planejamento adequado, a atividade física é capaz de amenizar as dores causadas pela artrose. Saiba por que quem tem artrose pode praticar exercícios físicos.
Publicado em 27/02/2023
Revisado em 28/02/2023

Com o planejamento adequado, a atividade física é capaz de amenizar as dores causadas pela artrose. Saiba por que quem tem artrose pode praticar exercícios físicos.

 

Entre um osso e outro, existem as cartilagens. Essas estruturas são como pequenos “colchões” que impedem que os ossos se choquem entre si, amortecendo o impacto. Com o passar do tempo, as cartilagens vão se desgastando e é aí que começam a surgir as dores.

Em algumas pessoas, esse desgaste aparece mais cedo, acentuado por questões genéticas ou devido a problemas de saúde, como doenças reumatológicas, traumas, gota, entre outros. As principais consequências são a perda de mobilidade e as dores nas articulações, principalmente coluna, joelhos, quadris e mãos.

Por causa disso, para as quase 30 milhões de pessoas que sofrem com artrose no Brasil, praticar exercícios físicos pode parecer uma tortura. No entanto, o dr. Adriano Leonardi, ortopedista especialista em joelho, explica que praticar atividade física tem muito mais prós do que contras nesses casos.

 

Benefícios do exercício físico para quem tem artrose

“Quem faz atividade física tem uma evolução mais lenta da doença”, afirma o médico. Mesmo que o paciente tenha medo de machucar ainda mais a articulação, o fortalecimento da musculatura confere maior proteção ao movimento e evita o desgaste da cartilagem. Além disso, a prática melhora outras questões associadas à artrose, como controle do peso, qualidade do sono e postura. 

Em geral, as melhores opções de exercícios são aqueles que não sobrecarregam a articulação, como musculação, crossfit e pilates. Atividades de alto impacto, como corrida ou futebol, tendem a causar maiores dificuldades, mas podem ser praticadas de acordo com a gravidade do quadro.

“Só que essa atividade física tem que ser planejada. Para algumas pessoas, é natação. Para outras, bicicleta, caminhada… Pessoas com artrose no estágio inicial conseguem correr, fazer musculação. Tem muitas variáveis que a gente tem que levar em conta na avaliação do consultório”, diz o dr. Adriano.

Veja também: O que pode causar a dor no joelho?

 

Graus da artrose

Para montar o treino ideal, o ortopedista, o fisioterapeuta e o profissional de Educação Física devem trabalhar em conjunto. Isso porque o tipo de exercício indicado muda de acordo com o grau da artrose e os sintomas relatados pelo paciente:

  • Grau 1: praticamente não há limites, mas é preciso estar atento e controlar os sintomas;
  • Grau 2: a dor e o inchaço após a atividade física são mais comuns, por isso, o paciente deve seguir o acompanhamento profissional e levar em consideração a substituição ou a redução do volume de algumas atividades;
  • Grau 3: como as dores já afetam a mobilidade no dia a dia, o esporte deve ser adaptado pelos profissionais envolvidos para controle dos sintomas;
  • Grau 4: estágio final da doença, o paciente pode ter que recorrer a cirurgias, optando por exercícios menos agressivos, como hidroginástica, natação e pilates. 

 

Controle da dor

Por outro lado, as dores e os incômodos causados pela condição desanimam a prática de exercícios físicos. Para que os sintomas não impeçam a busca por um estilo de vida mais saudável, é preciso seguir alguns passos. 

  1. Regeneração: “Primeiramente, a pessoa vai passar por um tratamento que envolve reabilitação, fisioterapia, medicamentos, técnicas de infiltração articular, etc. Existem vários  procedimentos para o alívio da dor”, inicia o ortopedista.
  2. Fortalecimento: “Depois, vem o período de fortalecimento, em que entra a musculação e o treinamento funcional. É isso que vai prevenir a recidiva de sintomas”, continua.
  3. Transição: “Se a pessoa conseguiu melhorar 90% das dores e se adaptou bem ao treinamento, ela vai ingressar naquele esporte. Se ainda tiver algum sintoma, ela mantém um ‘pézinho’ na fisioterapia”, explica o especialista.

Enquanto isso, o paciente pode sempre recorrer a recursos regenerativos, como laser, compressas geladas, pomadas anti-inflamatórias e ultrassom, a fim de tirar as dores. No entanto, se as dores continuarem ou piorarem, é importante consultar o médico para uma reavaliação.

“O importante é fazer alguma coisa, se manter ativo. Mesmo que tenha algum sintoma, não desista”, incentiva o dr. Adriano.

Veja também: Por que sentimos dor após fazer exercícios físicos? | Por Que Dói? | Especial #01

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