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Oncologia

Estudo prevê aumento de 84% nos casos de câncer entre homens até 2050

Homem sentado com expressão de ansiedade.
Publicado em 17/10/2024
Revisado em 17/10/2024

Homens tendem a ser mais negligentes com a própria saúde e vão menos ao médico, o que impossibilita o diagnóstico precoce de doenças 

 

O câncer é considerado uma das principais causas de morte no mundo, perdendo somente para as doenças cardiovasculares. Uma pesquisa recém-publicada no periódico Cancer, da American Cancer Society, traz, pela primeira vez, um recorte preocupante sobre o aumento da incidência de tumores entre homens que deve ocorrer nas próximas décadas. 

Os pesquisadores projetam, até 2050, um aumento de 84% nos casos de câncer e um aumento de 93% nas mortes por câncer entre homens em todo o mundo. Foram analisados 30 tipos diferentes de tumores em homens e dados populacionais para determinar disparidades e projeções. 

Entre 2022 e 2050, prevê-se que o tipo de câncer com o maior aumento estimado seja o mesotelioma, um tipo de tumor que atinge o mesotélio (membrana do interior das paredes abdominais e torácicas), além do câncer da próstata, que terá um aumento de mais de 136% no número de casos registrados. 

Segundo os pesquisadores, há vários motivos por trás dessas estimativas, como:

 

Veja também: Dieta e envelhecimento

 

Contexto nacional  

 

Na opinião do dr. Luis Eduardo Werneck, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, alguns fatores culturais e comportamentais podem estar por trás dessa incidência.

“O que a gente vê na prática é que os homens tendem a ser mais negligentes em relação a hábitos de vida, como alimentação inadequada, sedentarismo, maior consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo. Infelizmente, esses fatores estão diretamente ligados a alguns tipos de neoplasia, como o câncer de pulmão e de próstata, por exemplo”. 

Além disso, o médico também acredita que existe uma discrepância nas políticas públicas em comparação com aquelas direcionadas a neoplasias que acometem mais as mulheres, como o câncer de mama, e às ações de rastreamento oferecidas em campanhas como o Outubro Rosa. 

“Claramente nós observamos uma dificuldade de adesão da população masculina a estratégias de rastreamento o que contribui para que, em casos de câncer de próstata, o diagnóstico ocorra tardiamente, em estágios mais avançados e com maior risco de mortalidade. Então, acho que é necessário uma atenção maior voltada à disseminação de informações e orientações sobre a importância da realização de exames periódicos e do acompanhamento em consultas com urologistas”, opina o especialista. 

 

Veja também: Principais problemas que acometem a próstata

 

Envelhecimento da população

 

Ainda segundo a pesquisa, um dos motivos do aumento deste número de casos está relacionado ao envelhecimento populacional. Segundo as últimas estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em cerca de 20 anos, aproximadamente 28% da população brasileira será constituída por pessoas acima dos 60 anos. 

“O que ocorre é que com o aumento da expectativa de vida, há uma maior exposição a fatores de risco, como poluição, infecções etc”, sintetiza Werneck.

O envelhecimento se torna um fator de risco, pois à medida que a idade avança, acumulamos progressivamente mutações no DNA das células, devido a uma série de fatores como: exposição solar, produtos químicos, medicamentos. Com o passar dos anos, as células de reparação vão perdendo a eficiência para fazer os ajustes e quanto maior o número de mutações acumulados no corpo, maior o risco de divisão celular descontrolada, o que gera o câncer. 

Apesar do avanço da idade e da genética estarem fora do nosso controle, é possível reduzir os riscos do surgimento de tumores focando desde cedo em um estilo de vida mais saudável, com uma rotina diária de exercícios e aumentando o consumo de frutas e verduras. 

 

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