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Oncologia

Como a infecção pelo HPV vira câncer?

Publicado em 03/10/2024
Revisado em 04/10/2024

Se o sistema imunológico não conseguir combater o HPV após o contágio, o vírus pode danificar as células do colo do útero com o passar do tempo e causar câncer.

 

O câncer de colo de útero é um dos três tumores mais frequentes entre as mulheres. 

Um dos principais fatores de risco para o surgimento desse tipo de câncer é a presença do vírus HPV (Papilomavírus Humano).

 O HPV é extremamente comum na população adulta (atingindo homens e mulheres) e segundo o Ministério da Saúde, a transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada durante a relação sexual. 

Além do câncer de colo do útero, o HPV também está associado ao câncer de vulva e vagina. Nos homens, por outro lado, pode causar câncer de pênis e lesões genitais. 

No entanto, é possível prevenir o contágio por meio do uso de preservativos e da vacinação, disponível na rede pública de saúde para meninos e meninas de 9 a 14 anos. 

Veja também: 66% das mulheres não associam HPV ao câncer de colo do útero

 

Câncer de colo do útero

Existem mais de 200 subtipos do vírus HPV, mas somente dois deles têm alto potencial carcinogênico: o subtipo 16 e 18. 

Após o contágio com o vírus, se o sistema imunológico não conseguir combatê-lo,  com o passar do tempo ele vai danificando as células da região uterina, que dessa forma vão sofrendo mutações e se replicando de maneira desordenada. 

“Na maioria das vezes, o que acontece é que a mulher se infecta e tem uma infecção transitória, que regride espontaneamente. Mas há uma parcela das pacientes em que essa infecção fica persistente, criando lesões de alto grau, que devem ser tratadas o quanto antes”, explica Andreia Melo, líder nacional de ginecologia oncológica na Oncoclínicas, em São Paulo.

Por isso a importância das consultas periódicas ao ginecologista, pois os tumores do colo de útero, nas fases iniciais, geralmente, não apresentam sintomas (eventualmente, pode ocorrer corrimento ou sangramento após a relação sexual).

 

Tratamento das lesões precursoras 

É importante destacar que as lesões precursoras ainda não são câncer, mas devem ser tratadas o quanto antes para não evoluírem. Dessa maneira, o tratamento tem como objetivo que novas células saudáveis nasçam no local afetado.

A cauterização do colo do útero (“queima” da lesão através do laser) está indicada quando há lesão intraepitelial de baixo grau. Já lesões de alto grau devem ser tratadas com um procedimento chamado conização ou cirurgia de alta frequência, que requer anestesia.

“Dependendo do tipo da lesão precursora, ela é tratada de uma maneira relativamente simples pelo ginecologista, com poucos efeitos colaterais, muitas vezes em ambulatório, com remoção cirúrgica, aplicação de ácidos ou uso de pomadas. Tudo isso para evitar que a lesão evolua para um tumor no futuro”, sintetiza a dra. Andreia. 

 

Diagnóstico do HPV

Por fim, o diagnóstico do HPV é feito por meio do exame de papanicolau (um teste realizado para detectar alterações nas células do colo do útero que deve ser feito anualmente). A partir disso, o médico consegue avaliar a existência de alguma lesão no colo do útero e também pode indicar exames complementares, como a colposcopia. 

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