Primeira vacina contra dengue é lançada no Brasil

Close de agulha de seringa em frasco próprio para vacinas.

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Publicado em: 28 de julho de 2016

Revisado em: 11 de agosto de 2020

Primeira vacina contra dengue lançada no Brasil tem três doses e fornece proteção por cinco anos, mas há contraindicações. Veja quais são.

 

Aprovada pela Anvisa em dezembro de 2015, a primeira vacina contra a dengue chegou às clínicas particulares na última semana de julho de 2016 e previne quatro tipos do vírus. Os testes foram feitos na América Latina e Ásia, regiões que sofrem particularmente com muitos casos da doença. A redução em número de internações chegou a 81%, e o número de casos graves diminuiu 93% nos locais testados. Os resultados mostram que a vacina é eficaz em dois de cada três casos da doença.

 

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O valor cobrado nas clínicas varia entre R$ 132,76 e R$ 138,53 por unidade (dependendo de impostos estaduais específicos). O Ministério da Saúde está analisando a viabilidade da implantação no sistema público, mas alguns estados podem criar seus próprios programas de imunização, como é o caso do Paraná, o primeiro a utilizar a vacina. A campanha paranaense pretende vacinar 500 mil pessoas (cerca de 5% da população do estado), com foco nas cidades mais atingidas pela dengue.

 

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Quem pode e quem não pode tomar a vacina contra dengue

 

A vacina é indicada para pessoas entre nove e 45 anos. O esquema de três doses fornece proteção por cinco anos. Entretanto, há contraindicação para alguns grupos, como é o caso de grávidas, pessoas com imunodeficiências (primárias ou adquiridas) como a aids, pessoas em tratamento com drogas imunossupressoras ou que tiveram reação a alguma dose da vacina.

Denizar Vianna, professor associado da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Coordenador de Centro de Excelência em Avaliação Econômica e Análise de Decisão da ProVac Network da Organização Panamericana da Saúde (Opas), ressalta que mesmo que a vacina não seja destinada a todas as idades (menores de 8 anos e maiores de 46 anos estão fora do público-alvo), o risco de o não vacinado contrair a doença também diminui, já que pode ocorrer a “imunidade de grupo”. “As pessoas que não forem vacinadas acabarão se beneficiando, pois teremos menos circulação do vírus na população, o que é chamado de ‘imunidade de rebanho’”, explica

O médico afirma ainda que, para atingir um maior custo-benefício, deve-se focar em uma determinada parcela da população. “É possível reduzir 49% dos casos vacinando apenas crianças entre nove e 16 anos. Agora, os estudos vão avançar para saber qual o preço que deve chegar para o Ministério da Saúde.”

 

Combate a focos de proliferação deve continuar

 

Mesmo com esse avanço, a prevenção e limpeza de possíveis focos da dengue não deixam de ser necessários, pois além do aedes aegypti, outras doenças podem ser transmitidas por mosquitos de espécies diferentes que também se proliferam em água parada.

 

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