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Miocardiopatia periparto: o que é a doença rara que afeta as gestantes?

mulher grávida deitada, com mão na barriga. veja o que é a miocardiopatia periparto
Publicado em 07/07/2023
Revisado em 24/08/2023

A miocardiopatia periparto ocorre em algumas mulheres durante a gravidez ou logo após o parto.

 

A gravidez é um período repleto de inúmeras e complexas mudanças corporais, que podem revelar problemas já existentes ou desencadear novos distúrbios cardiovasculares.

Embora seja uma condição desconhecida e rara, a miocardiopatia periparto requer atenção.  A dra. Roberta Finkler Dupont, médica cardiologista pelo Instituto de Cardiologista do Rio Grande do Sul (IC-FUC), define como “uma patologia do músculo do coração – miocárdio – em que ocorre uma dilatação do músculo e consequente redução da sua força de contratilidade e de ejeção do sangue para os tecidos”.

Conforme a médica, mesmo de raro acontecimento e de origem ainda desconhecida, são reconhecidos alguns fatores de risco associados ao desenvolvimento da doença, como:

Em resumo, a miocardiopatia periparto se relaciona às alterações inflamatórias, genéticas, metabólicas e hormonais que ocorrem na gestação e no puerpério.

        Veja também: Complicações que podem ocorrer na gravidez

 

Sintomas da miocardiopatia periparto

A cardiologista salienta que os sintomas e sinais são semelhantes aos de qualquer outra insuficiência cardíaca.

  • Dispneia (falta de ar) aos esforços;
  • Necessidade de uso de mais travesseiros para dormir (ortopneia);
  • Tosse seca;
  • Edema (inchaço) de membros inferiores;
  • Palpitações.

“O que [a] diferencia das demais cardiomiopatias realmente é o período de acontecimento – ocorrência no último mês de gestação até o quinto mês pós-parto”, explica a especialista.

 

Tratamento

Segundo a cardiologista, o tratamento é realizado através de terapia medicamentosa, com o cuidado de aliviar os sintomas da paciente e a força de ejeção do coração: “A saúde do feto depende da saúde da mãe. Dessa forma, é necessário cautela, já que alguns dos medicamentos utilizados podem causar efeitos adversos no feto (circulação) ou no recém-nascido (lactação)”, pontua.

A dra. Roberta ainda esclarece que a miocardiopatia periparto acomete mulheres em idade reprodutiva, está relacionada ao ciclo gravídico-puerperal e tem alta taxa de morbidade e mortalidade.

“Até 30% das pacientes poderão ter recuperação completa do quadro nos primeiros seis meses do tratamento”, explica.

Logo, essas pacientes com recuperação da função do miocárdio poderão apresentar recidiva em uma nova gestação. Ainda de acordo com a médica, é fundamental o conhecimento sobre a doença e o planejamento familiar.

        Veja também: Quais exames pré-natais as grávidas devem realizar?

 

Sobre a autora: Angélica Weise é jornalista e colabora com o Portal Drauzio Varella. Tem interesse por assuntos relacionados à saúde mental, atividade física e saúde da mulher e criança.

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