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Curetagem: conheça as indicações para o procedimento

Curetagem
Publicado em 08/02/2023
Revisado em 07/02/2023

Técnica costuma ser associada à interrupção de uma gravidez, mas saiba que ela é indicada também em outras situações

 

A curetagem, conhecida popularmente como raspagem, é um pequeno procedimento médico recomendado para remover qualquer tipo de tecido do útero. Uma de suas indicações é após um abortamento espontâneo, porém existem diversas situações que podem necessitar dessa prática cirúrgica.  

De acordo com a médica ginecologista e obstetra dra. Fernanda de Tofoli, a curetagem é indicada em situações de abortamento retido (quando não há eliminação total espontânea) ou quando resta quantidade significativa de material biológico na cavidade uterina após um abortamento espontâneo. 

Além disso, a técnica também é usada para se obter determinados diagnósticos, analisar o endométrio e mais, como explicamos a seguir. 

Indicações da curetagem

Os médicos podem solicitar a curetagem em condições como:

  • Sangramento uterino anormal;
  • Sangramento após a menopausa;
  • Dor menstrual intensa;
  • Anormalidades nas células endometriais.

A dra. Fernanda também destaca que alguns profissionais indicam o procedimento para patologias como espessamento e pólipos endometriais. Entretanto, segundo a médica, a curetagem tem sido substituída, nesses quadros, pela videohisteroscopia, na qual pode-se observar e tratar doenças da cavidade uterina de forma minimamente invasiva, com o auxílio de uma microcâmera.

 

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Da mesma forma, novas tecnologias já são utilizadas nos casos de abortamento. “Tem-se preferido fazer a aspiração manual intra-uterina (AMIU) em substituição à curetagem, visto ser este um meio com menos riscos operatórios”, afirma a ginecologista.

 

Como é realizada a curetagem uterina?

 

Segundo a médica ginecologista, por ser um procedimento cirúrgico, a curetagem é feita sob anestesia geral. A paciente é sedada para não se mover ou sentir dor, assim como também pode ser aplicada anestesia local na área ao redor do colo do útero. A alta geralmente ocorre no mesmo dia.

Durante a sedação, um espéculo é inserido para visualizar o colo do útero e facilitar a entrada dos instrumentos com os quais a curetagem é realizada.

Atualmente, utiliza-se uma câmara para permitir uma melhor visualização do procedimento, evitando assim possíveis complicações.

No caso de um abortamento, como ressalta a dra. Fernanda, “a curetagem permite que o material removido seja enviado para estudo anatomopatológico, a fim de se descartar alguma patologia associada ao abortamento, e também nos permite fazer uma análise genética do material para detectar causas cromossômicas que justifiquem a perda gestacional”, esclarece.

Ainda segundo a especialista, após a técnica, o útero passa por um processo de reparo do endométrio que sofreu o processo de descamação mecânica.

E depois de tudo isso, pode engravidar? De acordo com a dra. Fernada, a mulher fica apta para uma nova gestação no ciclo menstrual seguinte. 

Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que se espere pelo menos seis meses até a próxima gravidez. Sobre essa decisão, é indicado que a paciente converse com o seu ginecologista.

 

Riscos da curetagem

 

Embora seja um procedimento comum, os principais riscos são:

  • Sangramento, que geralmente é controlado com medicamentos;
  • Infecção.

Também é necessário explicar que, por se tratar de uma intervenção cirúrgica, há riscos inerentes a qualquer procedimento que envolva anestesia. Diante disso, a dra. Fernanda faz as seguintes recomendações:

  1. Mantenha descanso relativo e abstinência sexual por uma semana;
  2. Use anti-inflamatórios, se houver dor ou desconforto;
  3. Evite exercícios físicos intensos;
  4. Volte gradualmente à vida normal e à prática de exercício físico.

Se o nível de hemoglobina for inferior a 11 gr/dl, pode ser indicada a suplementação com ferro, para uma recuperação mais rápida. Os profissionais ainda recomendam se dirigir ao pronto-socorro em caso de sangramento abundante, febre, dor ou secreção fétida.

Portanto, quando for necessária uma curetagem, não tenha medo de tirar todas as suas dúvidas com o seu ginecologista ou com o especialista que a acompanha.

 

Sobre a autora: Angélica Weise é jornalista e colabora com o Portal Drauzio Varella. Tem interesse por assuntos relacionados à saúde mental, atividade física e saúde da mulher e criança.

 

 

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