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Ressecamento vaginal na menopausa: como lidar?

A atrofia vaginal acontece pela diminuição dos níveis de estrogênio depois da menopausa, mas existem métodos para minimizar seus efeitos.
Publicado em 15/10/2021
Revisado em 15/10/2021

O ressecamento vaginal acontece pela diminuição dos níveis de estrogênio depois da menopausa, mas existem métodos para minimizar seus efeitos.

 

A menstruação representa os anos férteis da vida mulher. Com a chegada da menopausa, por volta dos 45 anos a 52 anos, os níveis de estrogênio vão diminuindo até cessarem por completo. Então, até antes da última menstruação, a mulher já pode começar a sentir ondas de calor (fogachos), indisposição, ansiedade, redução de memória, além de sudorese intensa. Entretanto, há um sintoma comum, mas ainda pouco discutido pela comunidade médica e pelas próprias mulheres, seja por vergonha ou desconhecimento: a atrofia vaginal. 

Quando falamos em atrofia, não quer dizer que a vagina e a vulva da mulher vão se fechar, não é isso. Acontece que o estrogênio tem diversas funções importantíssimas no corpo da mulher, como regular a distribuição de gordura e o crescimento de pelo no corpo, inibir a reabsorção óssea, etc. Ele também estimula o desenvolvimento dos pequenos e grandes lábios da vulva, ajudando a manter a espessura da parede vaginal adequada, além de promover a lubrificação vaginal. Portanto, como na menopausa os níveis de estrogênio vão diminuindo gradualmente, a vulva e a vagina são afetadas.

“O estrogênio funciona como um lubrificante nesse sentido, porque ele ajuda a aumentar a umidade vaginal e, de certa forma, a elasticidade. A secura ocorre por conta dos níveis [desse hormônio] estarem praticamente zerados. Então a sensação que a mulher pode ter é que como se a vagina estivesse um pouco mais curta. Mas não é que ela tenha diminuído de tamanho. É que com a redução da elasticidade, a sensação é que a vagina fica um pouco mais apertada, tornando muitas vezes o ato da penetração um pouco mais desconfortável”, explica a ginecologista dra. Larissa Cassiana. 

Essas mudanças, claro, alteram a libido da mulher. Com o fim do ciclo reprodutivo, os hormônios que deixam de ser produzidos podem afetar a vontade de ter relação sexual. Muitas mulheres, por desconhecerem essas mudanças que ocorrem no corpo acabam achando que possuem algum problema físico e acabam convivendo com a fantasia que serão abandonadas pelo(a) parceiro(a). Nesses casos, o acompanhamento de um profissional pode ajudar. Outra dica é melhorar o estilo de vida: a prática de atividades como pilates, ioga, corrida, bicicleta, ajuda a aumentar a disposição física e mental. Cuidar de si mesma também favorece a autoestima, não se esqueça. 

 

Ressecamento vaginal e relação sexual

Mas, obviamente, sabemos que a chegada da menopausa não significa o fim da vida sexual, como se imaginava no passado. Hoje, felizmente, a história é outra. Ninguém é obrigado a parar de ter relações sexuais por conta da menopausa, pois atualmente há métodos extremamente eficazes e nada invasivos para driblar a questão biológica e hormonal.

“A terapia de reposição hormonal pode ser indicada dependendo dos sintomas da paciente, mas isso precisa ser muito bem acompanhado, principalmente se há histórico de câncer. De qualquer maneira, também há cremes vaginais à base de estrogênio com baixa dosagem que ampliam a possibilidade de uso mesmo para quem tem histórico de alguns casos específicos de câncer”, completa Cassiano. 

Conforme a dra. Larissa explicou, há hidratantes vaginais que ajudam a manter a vulva úmida e a manutenção do pH vaginal por 2 a 3 dias. Já os lubrificantes à base de água também podem ser úteis, mas diferentemente dos hidratantes, eles só deixam a vulva mais úmida durante a relação sexual.

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