Publicado em 27/09/2012
Revisado em 11/08/2020

O hantavírus, causador da hantavirose, é eliminado nas secreções de roedores e pode ser contraído na respiração, causando febre e dor de cabeça.

 

A ocorrência de casos de uma infecção pulmonar grave em turistas que visitaram o Parque Nacional Yosemite, na Califórnia, Estados Unidos, alertou viajantes do mundo todo sobre a importância de conhecer a situação em que se encontra a saúde do local que pretendem visitar.

Neste momento, as atenções estão voltadas para a hantavirose, doença aguda causada pela aquisição, através da respiração, de um vírus conhecido como hantavírus, que é eliminado na urina, fezes e saliva de roedores.

As autoridades norte-americanas confirmaram nove casos da doença em visitantes do Parque Yosemite a partir de junho de 2012, três deles fatais. No entanto, a estimativa é que cerca de dez mil pessoas tenham sido expostas ao risco de infecção, ao caminhar e acampar no parque, uma vez que os sintomas podem aparecer até 60 dias após o contato com o vírus.

Da mesma forma, em diversas atividades de trabalho (sobretudo agricultura) e mesmo de ecoturismo, é possível infectar-se com o hantavírus pela respiração e apresentar essa doença que, embora rara, pode ser fatal.

No Brasil, foram confirmados 117 casos de hantavirose durante o ano de 2011, com predomínio na região sul do país.

Os sintomas podem variar desde um quadro de febre, dor no corpo e dor de cabeça até a forma mais grave, chamada “síndrome pulmonar”, mais frequente nas Américas. Nesses casos, a pessoa apresenta febre, tosse seca e falta de ar intensa que evolui para insuficiência respiratória. Como tais queixas são comuns a vários problemas de saúde, a suspeita precisa ser confirmada. O diagnóstico é dado por meio de um exame de sangue que detecta anticorpos produzidos pelo organismo contra o hantavírus.

Infelizmente, até o momento, não existe tratamento para essa doença. Ao identificar a exposição a ambiente com roedores e os sintomas sugestivos, os pacientes devem procurar o serviço de saúde mais próximo para dar início às medidas de suporte à vida, principalmente ventilação mecânica dos pulmões, se o paciente já estiver respirando com muita dificuldade.

A situação dos turistas que visitaram o Parque Yosemite reforça, mais uma vez, a importância do planejamento da viagem incluir pesquisas sobre possíveis riscos e doenças mais frequentes no local de destino, que podem ser prevenidas com medidas simples. Nesse caso, o melhor é evitar a região até que se efetive o controle dos roedores e, para os de outras doenças, recorrer à vacinação e até mesmo ao uso de medicamentos preventivos.

Mais informações para programar sua viagem no Brasil e no exterior podem ser obtidas ao acessar: Ministério da Saúde e Centro de Controle e Prevenção. Procure um infectologista ou visite um serviço de referência para orientação a viajantes no Hospital das Clínicas ou no Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

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