O que acontece com o sangue após a doação?

O sangue, após a doação, é processado e passa por uma série de testes antes de ser usado em cirurgias e tratamento de doenças. Saiba mais.

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Publicado em: 14 de junho de 2018

Revisado em: 21 de novembro de 2023

O sangue coletado em doações de sangue é essencial para os atendimentos de urgência, realização de cirurgias de grande porte e tratamento de pessoas com doenças crônicas. 

 

No Brasil, todos os anos são feitas cerca de 3,4 milhões de doações de sangue. Teoricamente, estamos dentro do percentual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabelece que pelo menos 1% da população seja doadora. Entretanto, os especialistas sempre defendem que essa taxa precisa aumentar, principalmente no inverno, quando o estoque dos bancos de sangue despenca em todo País.

 

Veja também: Entrevista sobre doação de sangue

 

O sangue doado é essencial para os atendimentos de urgência, realização de cirurgias de grande porte e tratamento de pessoas com doenças crônicas, como a anemia falciforme e a talassemia (uma pessoa com esse tipo de anemia pode precisar de transfusão de sangue até 18 vezes em um ano). A coleta de sangue é bem rápida e costuma durar cerca de dez minutos.

A seguir, listamos as principais etapas pelas quais o sangue doado passa até chegar a quem precisa:

  • Depois que o processo de doação é concluído, tubos com amostras são enviados para laboratórios que irão analisar se o sangue pode mesmo ser doado e bolsas são encaminhadas para o setor de processamento do sangue. O serviço de hemoterapia vai dividir esse sangue em componentes:
    • Eritrocitários: concentrados de hemácias, indicados para tratar anemias e hemorragias agudas;
    • Plaquetários: utilizados para reposição nos casos em que os baixos níveis desse componente colocam o paciente em risco de hemorragia;
    • Plasmáticos: indicados no tratamento de pacientes com distúrbios de coagulação, como púrpura trombocitopênica.
  • Simultaneamente são realizados testes com as amostras para detectar a presença de sífilis, hepatites B e C, doença de Chagas, HIV I, HTLV I e II, além de testes imuno-hematológicos, que identificam o tipo de sangue e suas características específicas. Enquanto os resultados dos testes não chegam, as amostras ficam armazenadas temporariamente em local refrigerado. Esse processo é chamado de quarentena. Só são liberadas as bolsas com resultados não reagentes/negativos para os testes sorológicos e para os testes de detecção de ácido nucleico viral (NAT).
  • Após a obtenção dos resultados dos exames, os hemocomponentes são liberados e, em seguida, são emitidos rótulos com informações relacionadas à coleta e à liberação. Há regras específicas de armazenamento que os bancos devem seguir, como: glóbulos vermelhos (hemácias) são armazenados em geladeira, a temperaturas entre 2º C e 6º C. As plaquetas são guardas em temperatura ambiente, entre 20º C e 24º C, e o plasma é armazenado congelado à temperatura de 18º C negativos. Cada hemocomponente possui uma validade. As plaquetas, por exemplo, só podem ser utilizadas por cinco dias após a coleta do sangue. O plasma congelado, por sua vez, dura até um ano; glóbulos vermelhos, cerca de um mês.

 

Veja também: Pró-sangue – parte 1

 

  • Quando há requisição de transfusão, são coletadas amostras de sangue do receptor para realização dos exames pré-transfusionais, que dirão qual tipo de sangue é necessário para aquele paciente.
  • Em alguns locais, como São Paulo, o sangue doado é processado em no máximo seis horas após a doação. Mensalmente, são coletadas e processadas cerca de 12 mil bolsas de sangue para o abastecimento de, em média, 100 unidades da rede estadual de saúde. Em casos extremos, como acidentes de grandes proporções, um estado pode ajudar outro fornecendo bolsas.

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